Érika Augusto 

São Paulo (SP) – Este foi o pedido de Dom Camilo de Jesus Dantas, OSB, prior do Mosteiro São Bento, em São Paulo.

Ele presidiu a Eucaristia às 15h no oitavo dia da novena em honra a São Francisco, no Convento e Santuário a ele dedicados, no centro de São Paulo. Concelebraram Frei Alvaci Mendes da Luz, reitor e pároco do Santuário e Frei Thiago Borges, O.Carm; pároco da Basílica Nossa Senhora do Carmo.

Além dos Frades Menores, participaram da missa os carmelitas, beneditinos e dominicanos, ordens históricas da Igreja e muito próximas aos Franciscanos. Como recordou Frei Alvaci, o Santuário, originalmente, chamava-se Santuário de São Francisco e São Domingos, fundador da Ordem Dominicana.

O tema escolhido para este penúltimo dia da novena foi: “Onde houver erro, que eu leve a verdade”. Assim como nos dias anteriores, o período eleitoral e a crise generalizada no país foram temas transversais da homilia. Dom Camilo comparou a época vivida por São Francisco com os dias atuais, pois a sociedade de Francisco também estava imersa na dúvida, conflitos e desafios.

“São Francisco, em momento algum, entregou-se ao pessimismo, à revolta ou à bandalheira. Mas tornou-se, em Cristo Jesus, irmão de todos. E buscou construir uma fraternidade concreta, que deve dar testemunho do amor”, afirmou.

O beneditino explicou que o amor é diferente de sentimentalismo. Ele deve levar à caridade. “Amar, evangelicamente falando, é querer o bem, é dar espaço vital, é oferecer condições para que a pessoa cresça e floresça cada vez mais. Se amamos, não compactuamos com o erro, não somos indiferentes aos sofrimentos de tantos irmãos”, ressaltou.

Orar e trabalhar pela unidade 

Sobre o tema do dia, o prior afirmou que um dos erros mais perceptíveis em nossa sociedade é a divisão. Ele acrescentou que São Francisco orava pela unidade e que nós, hoje, devemos orar e trabalhar para isso. “É muito triste quando vemos em nossas famílias, ambiente de trabalho, comunidades religiosas e paróquias a erva daninha da fofoca, do ciúme, da inveja, de detração. E com isso, e outras coisas, a unidade vai sendo minada. A sociedade brasileira precisa de nosso testemunho. Nós somos o povo cristão. Somos sal da terra e luz do mundo”, alertou.

Dom Camilo exortou os presentes a serem todos servidores, colocando Cristo no centro da existência humana. “São Francisco dá testemunho de que o essencial não é a riqueza, o poder ou a fama. O essencial é Cristo. Por isso, São Francisco se fez irmão de todos e combateu o erro da falta de fraternidade, que nos faz achar que somos donos da verdade, que somos senhores, quando na verdade todos somos servidores, cooperadores da verdade e não donos dela”, ponderou.

“Que nós, a exemplo de São Francisco, atentos aos sinais dos tempos, com criatividade, entusiasmo, alegria, busquemos fazer algo de bom e de belo pela nossa nação, pelo nosso povo, por aqueles que nos foram confiados e combater o erro incansavelmente”, convidou Dom Camilo.

O testemunho de Dom Camilo 

Ao final da celebração, Dom Camilo, que mora próximo ao Convento, na outra ponta da Rua São Bento, agradeceu o convite. Ele disse aos presentes que antes de ser beneditino, foi frade menor. E antes de ser frade menor, ele foi dominicano. Afirmou que São Domingos é seu avô na fé, já que São Bento é seu pai. E pediu que o gesto das ordens celebrarem juntas traga a unidade, em prol da sociedade brasileira.

Novena e Festa de São Francisco

Amanhã, 3/10, a novena será animada pelos leigos franciscanos e Pe. Francisco das Chagas, da Diocese de Santo Amaro. Às 18h haverá a encenação do Trânsito de São Francisco.

No dia 4, dia de São Francisco, haverá missa às 7h30, 9h, 10h30, 12h, 13h30, 15h, 16h30 e 18h. Durante todo o dia haverá barracas no lado externo com comidas típicas, adoção de animais, bênção das criaturas, venda de pão do convento e muito mais. Neste dia, às 9h, será inaugurada a Exposição Relíquias Franciscanas – Transcendência e Sacralidade na vida e no corpo dos Santos.