Segundo dia da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé discute crise climática e direitos humanos
19/07/2024
Nesta quinta-feira (18/06), o segundo dia da XXI Assembleia Nacional da Comissão Episcopal de Justiça e Paz da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé), começou com café da manhã, às 7h, e a celebração da Santa Missa presidida pelo Padre Jacinto Pio Wacussanga, de Lubango, Angola. Natural da Província da Huíla, o presbítero faz parte da Comissão Episcopal, e também é sociólogo. Ele tem dado voz a dezenas de comunidades afetadas pela seca e por políticas de desalojamento e expropriação em Angola.
Em seguida, todos participaram da palestra sobre “Advocacia e a Dimensão profética da justiça e paz”, ministrada pelo Padre Celestino Epalanga, Vigário Episcopal para área social da Arquidiocese de Luanda e Secretário Geral da Comissão Episcopal de Justiça e Paz da CEAST. Ele destacou as questões relacionadas à dimensão profética e ética dos membros das Comissões de Justiça e Paz nas paróquias.
O segundo tema foi “A crise Climática em Angola”, com o Padre Jacinto, que enfatizou a situação da região sul do país, ondes estão localizadas Lugando, Namibe e Cunene, trazendo aspectos da crise climática e da crise de valores humanos e espirituais, bem como as iniciativas concretas que estão sendo tomadas diante dessa situação, como uma “luz verde no “fim do túnel”.
Ainda no período da manhã, foi abordado o tema “Observação Etnográfica sobre os direitos Humanos em Angola”. Dr. Antonio Felipe, destacou a importância de o povo preservar sua identidade. Segundo ele, é necessário sair da herança do colono, que interfere nos hábitos e costumes da terra, como um atraso para os negros.
No período da tarde, a programação começou com Nelson Domingos António, da NCA (Ajuda da Igreja Norueguesa), que abordou: “O processo dos minerais artesanais em Angola”. O mediador foi o Frei João Alberto Bunga, Diretor Diocesano de Justiça e Paz da Diocese de Viana. O destaque foi o processo de mineração, remoção, extração e comércio, e o quanto isso coloca em risco o ambiente e a vida humana, com a falta proteção que prejudica a dignidade do trabalhador.
Com Brandão Albino, contabilista da CEJP, os participantes acompanharam o tema: “Sustentabilidade das comissões de Justiça e Paz”. Ele falou sobre os caminhos para encontrar meios de diálogo com parceiros que possam financiar projetos, como forma de garantir a sustentabilidade das comissões diocesanas.
O dia foi encerrado com mais um momento de debate sobre o “Plano Estratégico trienal, no qual os participantes do evento foram divididos em cinco grupos, conforme as regiões das Províncias Eclesiásticas.
Frei João Alberto Bunga