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Província lança série de entrevistas sobre a prevenção do suicídio

04/09/2019

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Estamos no mês de setembro, período marcado no Brasil pela campanha “Setembro Amarelo”. Inspirado no Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio – criado em 2003 pela International Association for Suicide Prevention (IASP) e celebrado em 10 de setembro – o Centro de Valorização da Vida (CVV) decidiu dedicar não só um dia, mas um mês inteiro à reflexão do suicídio.

Para ajudar na discussão do tema, a Província Franciscana da Imaculada Conceição, através da Frente de Evangelização da Comunicação, lança nesta quarta-feira (4/09), a série de entrevistas “Setembro amarelo e a prevenção do suicídio”.

Ao todo, serão 7 episódios abordando diferentes aspectos do suicídio, disponibilizados em áudio no Soundcloud, Spotify e outros agregadores de podcast.

Um tema que deve nos mobilizar

Segundo a professora Cássia Bighetti, assessora da coordenação do Curso de Psicologia da Universidade São Francisco (USF), o suicídio pode ser definido como uma ação voluntária de tirar a própria vida, um mecanismo que muitas vezes pode ser visto como involuntário. Mas para os profissionais da saúde, o suicídio é um ato planejado e executado sob o poder da consciência da pessoa que o fez.

Não há um único fator que pode ser associado à ideação suicida, mas alguns sinais podem ser observados. “As pesquisas mostram que a depressão – seja ela bipolar ou unipolar – é a grande causadora do suicídio”, afirma a professora.

Para a profissional, uma das formas de prevenir o suicídio é falar abertamente sobre o tema nas diferentes esferas da sociedade. “É preciso levar a informação para os adolescentes, os idosos, entender como eles estão vivendo, quais são as suas dificuldades e falar do suicídio de forma aberta, para que a pessoa receba apoio de uma equipe, seja orientada a respeito das fases da vida, sobre a depressão e que tenha um ambiente favorável à discussão do suicídio de forma aberta”, aconselha.

Uma questão de saúde pública

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública. Segundo dados da Organização, 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. No Brasil, mais de 11 mil pessoas cometem suicídio por ano.

Para o psiquiatra dr. Rodrigo Martins Leite, coordenador dos Ambulatórios do Instituto de Psiquiatria (Ipq) da Universidade de São Paulo (USP), os dados indicam a necessidade de investimento em políticas de prevenção e acompanhamento dos casos. “Estes dados exigem a elaboração de uma política pública e mobilização das instituições para elaborar programas de prevenção e que ofereçam assistência a estes indivíduos que têm maior risco de suicídio ou que tenham tentado suicídio”, afirma o coordenador.

Para o profissional, os homens estão mais propensos a cometer suicídio por não buscarem ajuda profissional. “Sabemos que 80% dos suicídios no Brasil são cometidos por homens. Por uma questão cultural, os homens têm mais resistência para assumir sua fragilidade e procurar ajuda”, explica.

Para ele, além dos profissionais da área da saúde, outras pessoas deveriam ser capacitadas para oferecer ajuda – seja na saúde, educação, transporte, vias-públicas – atuando como agentes de prevenção e conscientização da sociedade. “Precisamos capilarizar as informações para que as pessoas sintam-se seguras para conduzir minimamente uma situação de risco de suicídio e, principalmente, que estas pessoas tenham encaminhamento”, alerta o especialista.

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