Podcast: “Educar para a construção da cidadania global”, no nono episódio da Série CF 2022
30/03/2022
“Pacto Educativo Global” é o tema deste nono episódio da Série da Campanha da Fraternidade, promovida pela Província da Imaculada Conceição, no formato podcast. O vice-presidente da Associação de Ensino Senhor Bom Jesus, Frei Mário Knapik, conversou com Frei Gustavo Medella sobre este assunto, tendo em vista o tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26) da CF 2022.
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Segundo Frei Mário, o Pacto Educativo Global é um convite do Papa Francisco para que todas as pessoas no mundo priorize uma educação humanista e solidária. “Nessa perspectiva, o Pacto tem como principal proposta reavivar o compromisso em prol e com as gerações jovens, renovando a paixão por uma educação mais aberta e inclusiva, capaz de escuta paciente, diálogo construtivo e mútua compreensão. Essa proposta requer uma caminhada educativa que envolva todos os seres do planeta, independentemente de idade, cultura, religião, classe social”, explicou o educador.
Para ele, o Papa defende uma educação que seja fruto do empenho da família, da escola e da sociedade. “E a iniciativa do Papa por um Pacto Educativo Global revela a sua vocação de educador e explicita uma vez mais sua capacidade de agregar pessoas em torno de projetos fundamentais para o desenvolvimento integral do ser humano, a promoção do bem e o terno cuidado do planeta”, acrescentou.
“O pacto se expressa, portanto, nas diferentes e distintas manifestações educativas que se expandem por todo o país e o mundo. Ele traduz valores de uma educação integral, humanizadora, solidária e sustentável. Eis a bela e desafiante missão educativa do Pacto, envolvendo as famílias, os educadores e toda sociedade”, enfatizou.
Frei Mário comentou a citação do Papa Francisco, quando ele diz: “Para se educar uma criança é necessária uma aldeia inteira”. Segundo ele, ao propor o Pacto Educativa Global, o Papa se inspira nesse provérbio da sabedoria africana. “De fato, é necessário envolver toda uma aldeia inteira nesse processo de educação da criança. Então, essa imagem da aldeia evoca uma ampla aliança pela educação e pressupõe o envolvimento de toda a sociedade. Aldeia como conhecemos é uma forma de organizar a sociedade baseada na corresponsabilidade, onde cada ser humano é responsável por sua comunidade. A educação pensada a partir da aldeia realça que todas as pessoas sabem o valor de ensinar crianças e jovens para o futuro e a longevidade daquela comunidade”, explicou.
Frei Mário lembrou todavia que na sociedade contemporânea ainda é bastante comum transferir essa responsabilidade para a escola. “A educação, orientada para o Pacto Educativo Global, não apenas almeja formar pessoas integradas e conscientes do seu papel na sociedade, mas prioriza o educador que caminha com os educandos, que educa com amor e para o amor ao próximo, que estimula os estudantes a darem o melhor. Esse provérbio africano, citado pelo Papa em relação à aldeia, reafirma o lugar central que a família ocupa na formação das crianças. A família educa, corrige, estimula a pessoa para um crescimento saudável e consciente do seu papel na sociedade”, destacou.
Segundo ele, o Papa enfatiza a necessidade de acolher as famílias em suas múltiplas formas de composição familiar, a fim de garantir a presença referencial do pai, da mãe, dos tutores familiares no processo formativo das crianças. “O mesmo provérbio africano inclui também a situação da sociedade nesse processo formativo. A sociedade promove a educação por meio das instituições governamentais, das associações, fundações, institutos, projetos sociais entre outras iniciativas. Na ótica do Pacto Global, a sociedade assume o compromisso pela formação do ser humano em sua integridade, sem instrumentalizar a educação. O papel da sociedade não é apenas confirmar o pacto como aldeia educativa para que as famílias e as escolas mantenham seus esforços de educar para o desenvolvimento integral do ser humano. Mas o papel da sociedade é incentivar e apoiar a participação dos estudantes na vida social, nas ações coletivas. Portanto, o Papa cita esse provérbio no sentido de que é necessário alinhar escola, Igreja, família, sociedade em um único objetivo: educar para a construção da cidadania global. Com isso é necessário construir uma aldeia educativa, onde se partilhe o compromisso de gerar uma rede de relações humanas abertas integradoras e construtoras de um novo humanismo. O Papa propõe que cada país busque ampliar e fortalecer a aldeia educativa, incluindo todas as forças vivas da sociedade em prol da educação. Nesse sentido, a nossa Província é uma força viva da sociedade, ou seja, uma grande aldeia que educa e evangeliza”, avaliou.