Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Podcast: “A educação ganha importância na sociedade na medida em que ela é olhada de uma forma integral”, diz Dilnei Lorenzi

16/03/2022

Notícias

“Educação escolar e universitária” é o tema deste sexto episódio da Série da Campanha da Fraternidade, promovida pela Província da Imaculada Conceição, no formato podcast. O pró-reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade São Francisco, Dilnei Lorenzi, conversa com Frei Gustavo Medella sobre este assunto, tendo em vista o tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26) da CF 2022.

Segundo o pró-reitor da USF, além da formação técnico-científica profissional do processo educacional escolar e da educação universitária, a Constituição Federal brasileira, assim como a lei maior da nossa educação, a LDB (Lei de Diretrizes Básicas da Educação), já contemplam três objetivos que toda a educação, independentemente do nível, deve abranger. “O primeiro é garantir o pleno desenvolvimento do indivíduo, porque esse indivíduo, ao longo da sua formação, desde o primórdio, ali no nascimento desse sujeito, na primeira inserção em sociedade, esse direito já começa a ser garantido. Ou seja, que de fato ele possa estar atuando em sociedade de uma forma ativa, sendo um sujeito promotor da sua história e, principalmente, que seja capaz de promover essa sociedade”, disse.

OUÇA TODO O PODCAST E COMPARTILHE!

O segundo ponto que a Carta Magna traz, segundo Dilnei, no seu aspecto teórico, também propõe que esse indivíduo seja preparado para o exercício da cidadania, de uma forma crítica, de uma forma responsável e que esse ambiente que o envolve seja fruto da sua ação. Então, garantir o pleno desenvolvimento desse indivíduo para que ele possa perfeitamente exercer a sua figura de cidadão. “E o terceiro ponto, que é um ponto extremamente importante, porque ele traz um processo de dignificação do papel do indivíduo em sociedade, que é permitir que ele seja qualificado para estar atuando no mercado de trabalho, que possa garantir a ele o seu sustento e possa ser transformador enquanto propósito de vida, que ele possa estar em sociedade pelo seu mérito e pela sua construção própria, que ele possa ser um agente ativo em sociedade, que possa ser corresponsável, principalmente pela construção do seu futuro”, emendou.

Segundo Dilnei, a educação ganha importância na sociedade na medida em que ela é olhada de uma forma integral. “Ou seja, não é uma mera qualificação técnica, não é meramente preparar para o mercado de trabalho e suas demandas, mas principalmente permitir que esse sujeito, que está sendo preparado, que está num processo de uma educação formal, também possa se desenvolver enquanto cidadão e aqui tem um detalhe que é extremamente importante na estrutura de tudo aquilo que foi pensado em relação à educação do Brasil:  que ela não se dá simplesmente numa responsabilidade da escola, ou do Estado ou da família. Ela é uma tríade entre o Estado, que é o provedor, que é o responsável, numa relação com a sociedade. Então, a ideia de uma educação integral está neste sentido de permitir que esse indivíduo possa estar em sociedade como cidadão pleno. Pleno das suas capacidades, pleno do seu desenvolvimento e, principalmente, nessa ação de corresponsabilidade daquilo que acontece em relação ao seu futuro”, avalia o pró-reitor.

Por isso, a educação supera, segundo ele, esse mecanismo puramente de um desenvolvimento tecnológico ou simplesmente da assimilação de algumas competências no campo das ciências exatas, na área das ciências biológicas. “Vai muito mais do que isso. É onde de fato prepara esse sujeito para estar integrado em sociedade. E por isso a ideia de uma educação integral. O que devemos estar sempre vigilantes, enquanto cidadãos, enquanto professores, enquanto sujeitos em sociedade, é que, de fato, isso possa acontecer. Que nossas crianças, ao estarem nas escolas, possam ser contempladas com um olhar que supera a mera questão técnica. Nisso entra processos de entendimento de um pensamento crítico. Que esses jovens que estão na escola possam ser preparados para uma ideia da empatia, de visualizar no outro a sua importância, que sejam preparados para uma ação de resiliência. O estar em sociedade, o viver em coletividade é um desafio permanente. Ou tolerar aquilo que é diferente do nosso ideal é um processo que não é tão simples. Então, que sejam preparados nesse sentido. Que esses jovens sejam preparados no despertar de uma criatividade, que sejam capazes de estabelecer uma comunicação eficiente, um espírito de flexibilidade, um processo de liderança, porque tudo isso, dentro dessa combinação é que vai permitir a esses sujeitos serem capazes de construir sua própria história, sendo agentes ativos desse processo”, explicou.

“Então, a educação integral é aquilo que permite, dentro de uma estrutura de entendimento, dentro de uma estrutura de educação formal, a educação de fato cumprir o seu papel. Não apenas de preparar para o momento pontual, mas o momento pleno desse sujeito em sociedade”, observou.


ACOMPANHE A SÉRIE DA CF 2022