Papa: A Eucaristia é sacramento da carne de Cristo
18/06/2017
Cidade do Vaticano – Na Eucaristia, Jesus, como fez com os discípulos de Emaús, se junta a nós, peregrinos na história, para alimentar em nós a fé, a esperança e a caridade; para nos confortar nas provas; para nos apoiar em nosso compromisso pela justiça e a paz. O Papa Francisco explicou com essas palavras, antes de rezar a oração do Angelus na Praça São Pedro, a Festa do “Corpus Domini” (Corpus Christi), que “na Itália e em muitos outros países se celebra neste domingo”. Às 19h, hora local, o Papa celebrou a Missa no adro da Basílica de São João de Latrão. Em seguida houve a Procissão Eucarística que, percorrendo a Via Merulana, chegou à Basílica de Santa Maria Maior. A transferência para o domingo do feriado de quinta-feira, 15 de junho, é para favorecer a participação das pessoas e não criar mais problemas para cidade em um dia normal de trabalho.
“Esta presença solidária do Filho de Deus – disse o Papa – está em todos os lugares: nas cidades, no campo, no Norte e no Sul do mundo, nos países de tradição cristã e naqueles de primeira evangelização: “E na Eucaristia Ele oferece si mesmo como força espiritual para nos ajudar a colocar em prática o seu mandamento – amar uns aos outros como Ele nos amou – construindo comunidades acolhedoras e abertas às necessidades de todos, especialmente das pessoas mais vulneráveis, pobres e necessitadas”.
E recordando que o trecho evangélico de hoje, tirado de São João, é uma parte do discurso sobre o “pão da vida” no qual Jesus afirma que ele é “o pão vivo que desceu do céu”, Francisco acrescenta: “Ele quer dizer que o Pai o enviou ao mundo como o alimento de vida eterna, e por isso Ele vai sacrificar a si mesmo, a sua carne. Na verdade, Jesus, na cruz, deu o seu corpo e derramou o seu sangue. O Filho do homem crucificado é o verdadeiro Cordeiro pascal, que nos faz sair da escravidão do pecado e nos apoia no caminho para a terra prometida.
A Eucaristia – sublinhou o Papa – é sacramento da sua carne, dada para fazer viver o mundo; quem se nutre deste alimento permanece em Jesus e vive por Ele. Assimilar Jesus significa ser n’Ele, tornar-se filhos no Filho.
“Nutrir-se de Jesus Eucaristia – continuou Francisco – também significa abandonar-nos com confiança a Ele e deixar-nos guiar por Ele. Trata-se de acolher Jesus no lugar do próprio “eu”. Desta forma, o amor gratuito recebido de Cristo na Comunhão eucarística alimenta o nosso amor por Deus e pelos nossos irmãos e irmãs que encontramos no caminho de cada dia”.
Enfim o Papa pediu à Virgem Maria, que está sempre unida a Jesus Pão da Vida, que “nos ajude a redescobrir a beleza da Eucaristia, nos nutrir com fé, para viver em comunhão com Deus e com os irmãos”.
SOLIDARIEDADE
O Papa Francisco exprimiu a sua proximidade ao povo português por causa de um devastador incêndio, pedindo um momento de oração. “Exprimo a minha proximidade ao querido povo português pelo incêndio devastador que está atingindo os bosques ao redor de Pedrógão Grande, causando numerosas vítimas e feridos. Rezemos em silêncio”.
Segundo as agências locais o número de mortos no incêndio que teve início neste sábado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, é de 62. O balanço é ainda provisório.
Citado pela agência Ecclesia o padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima afirmou que “ao drama já habitual dos incêndios junta-se agora a tragédia da perda de vidas humanas e de perdas tão elevadas”. Padre Cabecinhas pediu que ninguém “fique indiferente” diante destes acontecimentos.
O reitor informa que em todas as celebrações oficiais do Santuário se vai rezar “pelas vítimas mortais e seus familiares, bem como pelos feridos”. Além de elevados danos materiais, há ainda o registro de 59 feridos, vários dos quais em estado grave.
DIA MUNDIAL DOS REFUGIADOS
O Papa Francisco, afirmou neste domingo, que conhecer pessoalmente os refugiados “dissipa medos e ideologias distorcidas”. Falando após o Angelus na Praça São Pedro recordou a celebração do Dia Mundial dos Refugiados na próxima terça-feira, que tem como tema este ano “Com os refugiados. Hoje mais do que nunca, devemos estar do lado dos refugiados”.
“A atenção concreta vai para mulheres, homens, crianças que fogem de conflitos, violências e perseguições. Vamos recordar também na oração todos aqueles que perderam suas vidas no mar ou em viagens cansativas por terra”.
Segundo o Papa suas histórias de dor e esperança podem se tornar oportunidades de encontro fraterno e de verdadeiro conhecimento recíproco.
“De fato, o encontro pessoal com os refugiados dissipa medos e ideologias distorcidas e se torna fator de crescimento na humanidade, capaz de criar espaço para sentimentos de abertura e de construção de pontes”.
Os imigrantes e refugiados são um tema essencial no ministério de Francisco, que em muitas ocasiões chamou a atenção para a acolhida desses irmãos.
Sua primeira viagem dentro das fronteiras italianas foi à Ilha de Lampedusa, símbolo do fluxo migratório no Mar Mediterrâneo central e cenário de muitos naufrágios nos últimos anos.
Em abril de 2016 visitou os campos de refugiados da ilha grega de Lesbos, onde disse que viu situações de “fazer chorar” e retornou ao Vaticano com 12 sírios e de cuja integração se ocupa a Comunidade romana de Santo Egídio.
Fonte: Rádio Vaticano