Novos cardeais: “Para mim será outro modo de estar perto do Papa”, diz Frei Cantalamessa
27/10/2020
“Para mim o cardinalato será outro modo de estar perto do Papa e apoiá-lo com a oração e a Palavra”. O pregador da Casa Pontifícia, o religioso capuchinho Frei Raniero Cantalamessa, comenta assim sua nomeação cardinalícia anunciada pelo Papa Francisco para o próximo Consistório de 28 de novembro, no qual serão criados 13 novos cardeais.
“É dispensável dizer que foi uma surpresa porque se sabe que este é o modo do Papa Francisco de fazer os cardeais”, observa inicialmente o religioso franciscano que é o pregador da Casa Pontifícia desde 1980: “Vejo a nomeação como um reconhecimento da importância da Palavra de Deus, mais do que de minha própria pessoa, vez que meu serviço à Igreja tem sido – e, por expresso desejo do Santo Padre, continuará sendo – quase apenas o de proclamar a Palavra, a partir da Casa Pontifícia.”
Mensagens dos líderes de outras denominações cristãs
“Entre as muitas mensagens que estou recebendo da Itália e do mundo – conta Frei Cantalamessa –, as que mais me emocionam e me alegram são as dos pastores e líderes de outras denominações cristãs e de alguns amigos judeus, porque nestes anos o Senhor colocou em meu coração um grande amor – totalmente correspondido – pela unidade dos cristãos e pelo diálogo entre as religiões.”
“Um pastor evangélico me escreveu que era como se o Papa tivesse feito de um deles um cardeal!” “O Papa Francisco fala frequentemente em abater os muros e construir pontes”, recorda o futuro cardeal: “O Espírito Santo concedeu-me o dom de poder trazer algumas pequenas pedras para a construção de pontes entre os cristãos, seguindo o exemplo do construtor de pontes num alcance muito mais amplo que é o nosso Papa”.
“Sou grato ao presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), o querido cardeal Gualtiero Bassetti, pela satisfação expressa pelos seis novos cardeais italianos, alguns dos quais são ‘efetivos’ (com obrigações ligadas à honra!), outros como eu, apenas ‘honorários’”, conclui o padre capuchinho Frei Cantalamessa.
Um outro franciscano indicado pelo Papa Francisco é Frei Mauro Gambetti, conventual e guardião da Comunidade franciscana de Assis.
“Brincadeira de Papa”. Foram as primeiras palavras pronunciadas pelo Frei Mauro Gambetti poucos minutos após o anúncio de sua nomeação pelo Papa Francisco no Angelus. “Recebo com gratidão e alegria esta notícia com espírito de obediência à Igreja e de serviço à humanidade em um momento tão difícil para todos nós”. Confio a São Francisco minha viagem e faço minhas suas palavras de fraternidade. Um presente que partilharei com todos os filhos de Deus em um caminho de amor e compaixão para com o próximo nosso irmão”. Frei Mauro nasceu em 27 de outubro de 1965.
Os novos cardeais serão criados no Consistório de 28 de novembro. Eis a lista dos nomes dos novos cardeais:
Dom Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos;
Dom Marcello Semeraro, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos;
Dom Antoine Kambanda, arcebispo de Kigali, Ruanda;
Dom Wilton Gregory, arcebispo de Washington;
Dom José Advincula, arcebispo de Capiz, Filipinas;
Dom Celestino Aós Braco, arcebispo de Santiago de Santiago do Chile;
Dom Cornelius Sim, bispo titular de Puzia di Numidia e Vigário Apostólico de Brunei, Kuala Lumpur;
Dom Augusto Paolo Lojudice, arcebispo de Siena-Colle Val d’Elsa-Montalcino;
Frei Mauro Gambetti, franciscano conventual, Guardião da Comunidade franciscana de Assis.
Juntamente a eles o Papa uniu aos membros do Colégio dos Cardeais:
Dom Felipe Arizmendi Esquivel, bispo emérito de San Cristóbal de las Casas, México;
Dom Silvano M. Tomasi, arcebispo titular de Asolo, Núncio Apostólico;
Frei Raniero Cantalamessa, capuchinho, Pregador da Casa Pontifícia;
Mons. Enrico Feroci, pároco em Santa Maria do Divino Amore em Castel di Leva.
Fonte: Vatican News