No Dia da Terra, o gesto concreto dos benfeitores
22/04/2017
Moacir Beggo
Agudos (SP) – Os benfeitores do Pró-Vocações e Missões Franciscanas que estão em retiro no Seminário Santo Antônio de Agudos (SP) tiveram um dia ecológico. E a data não poderia ser mais propícia quando se celebra o Dia da Terra. Os benfeitores participaram da Oração da Manhã na Capela do Seminário, conduzida por Frei Alexandre Rohling, e depois seguiram em procissão até a lateral do campo de futebol, onde foram plantadas três mudas de cedro como gesto concreto neste dia em defesa da Mãe Terra. O cedro é conhecido por ser uma madeira uniforme, lisa e lustrosa, e a casca desta árvore tem uso medicinal, pois é utilizada em casos de úlceras e feridas.
Antes de entrar no tema que iniciou na sexta-feira: “Francisco, o irmão universal”, Frei João Francisco da Silva, apresentou o vídeo “A Ilha”, uma animação bem humorada, divertida e crítica, que trata de educação no trânsito e também aborda a questão ambiental, bem como os problemas de uma sociedade moderna. Um homem naufraga na cidade ao atravessar uma avenida e fica preso pelo trânsito. Ele espera para poder atravessar novamente por horas, dias, semanas…
Segundo o frade, no dia do descobrimento do Brasil e no Dia da Terra, “o nosso gesto de plantar aquelas árvores simboliza exatamente isso: é possível fazer e tornar as coisas diferentes. Acho que o vídeo também sintetiza um pouco isso”, disse.
“As soluções para enfrentar problemáticas ambientais não são tão complexas assim, bastam medidas simples e gestos pequenos para colaborar com esse sonho de Francisco, que é o nosso sonho, que é o sonho de Deus desde o início da criação. As futuras gerações têm o direito de gozar da natureza e de seus recursos como nós estamos fazendo até este momento. Mas tudo depende de nossos gestos e atitudes. Gestos concretos, sobretudo, e não apenas ficarmos em devaneios”, enfatizou Frei João.
Segundo o frade, o apelo de Francisco por uma fraternidade universal é urgente. “Isso me faz lembrar também daquela história de dois meninos muito pobres. O irmão mais velho carregava o menor, pois estavam famintos e viviam na pobreza. Vem alguém ‘lá de cima’ e diz para o menino mais velho: ‘Ele é muito pesado pra você! Largue-o no chão!’ O irmão mais velho responde: “Não moço, ele não é pesado não. Ele é meu irmão!”. Então, enquanto nossos irmãos se tornarem pesos ou enxergarmos eles como pesos, não encontraremos soluções para as problemáticas que estão aí e para as novas que estão surgindo. Daí, então, esse grande apelo da ‘Carta da Terra’ para nos tornamos responsáveis por tudo aquilo que está diante de nossos olhos. Nós temos parte. E como diz a placa de caminhão: ‘Não sou o dono do mundo, mas sou o filho do dono do mundo'”, ilustrou.
Devemos recuperar o espírito de pertença a essa grande Casa Comum. “Vamos organizar juntos a casa”. A responsabilidade universal é necessária, enfatizou o frade.
Frei João lembrou que o Papa Francisco na Laudato Sí nos provoca com o seu otimismo: “A esperança convida-nos a reconhecer que sempre há uma saída, sempre podemos mudar de rumo, sempre podemos fazer alguma coisa para resolver os problemas”, escreve no capítulo 61 da Encíclica. Frei João falou ainda da ecologia integrada que o Papa Francisco insiste em sua Encíclica. “O testemunho de Francisco mostra-nos também que uma ecologia integral requer abertura para categorias que transcendem a linguagem das ciências exatas ou da biologia e nos põem em contato com a essência do ser humano”, diz o Papa na Laudato Sí.
Para Frei João, não basta saber o que é e como fazer, mas é preciso dar passos: 1. Avaliação de nosso estilo de vida, 2. Discernir um novo estilo de vida, e 3. Viver em novo estilo de vida. “Francisco de Assis nos inspira na pedagogia do cuidado, cooperação, responsabilidade coletiva com uma nova visão de mundo e um novo coração”, completou Frei João.
Antes do almoço, os benfeitores pararam um pouco para a foto oficial.