Mensagem do Ministro provincial para a Páscoa 2024
19/03/2024
O Senhor vos dê a Paz.
O primeiro entre todos os Domingos é revestido de luz, de alegria e de sonho.
É Páscoa.
A ressurreição do Senhor inaugura tempo novo, a morte foi vencida.
É Páscoa.
Não há mais espaço para a lágrima e a dor, para a dúvida e o medo.
É Páscoa.
Entre nós amizade e reconciliação, justiça e verdade, saciedade e partilha.
É Páscoa.
Minha irmã, meu irmão, quero tornar minhas as palavras dos anjos quando as mulheres foram, ainda de madrugada, ao sepulcro onde havia sido depositado o corpo injustamente condenado, cruelmente flagelado e crucificado, o corpo sem vida de Jesus: “Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? Não está aqui. Ressuscitou” (Lc 24,5-6).
O relato de Lucas é um convite para que cada um possa refletir acerca da urgência de purificar o olhar a fim de que possamos saber onde procurar o sentido da nossa vida e assim ir à fonte que aplaca a sede de sentido da nossa frágil existência.
A realidade que nos circunda nos assombra com muitos sinais de morte. A desesperança vai corroendo as bases da nossa fé em Deus e da nossa confiança nos semelhantes. Muitos passam a achar normal e justificável a mentira, o desrespeito, a intolerância, a ganância, a violência, o abandono, a fome e a guerra… Há também os que sabem que todas essas escolhas são escolhas ruins, sabem que elas nos afastam do céu, impedem a amizade e a fraternidade, ofendem as criaturas, destroem nossa Casa Comum…, entretanto, apesar de enxergarem tanta maldade, não têm ânimo suficiente para viver de forma diferente, e assumem um jeito ora abatido, ora conformado de estar no mundo.
Por isso, quero convidar você a viver a experiência dos três personagens apresentados por São João no trecho do seu Evangelho que registra a experiência da Ressurreição: Maria Madalena, Simão Pedro e o discípulo que Ele amava.
Maria Madalena, bem de madrugada, foi ao túmulo de Jesus. Para ela, que tinha sido acolhida pelo amor que cura, era demasiado dolorida a experiência da despedida. Estar com seu Senhor era o seu maior desejo, mesmo que por apenas um pouco mais de tempo.
Simão Pedro e o outro discípulo ouviram o que a mulher havia relatado e correram até o túmulo.
Os dois discípulos haviam percorrido os caminhos na companhia do mestre; tinham privado da sua intimidade; tinham sido instruídos com mais clareza que o restante da multidão… Embora sem ainda compreender tudo, eles aprenderam a confiar em Jesus, embora sem entender tudo, eles largaram o que possuíam e assumiram o seguimento do Mestre… Por isso, correram até o túmulo porque sabiam, de alguma forma, que o caminho haveria de ter continuidade.
O discípulo que Ele amava chegou ao túmulo, viu as faixas de linho no chão e, inicialmente, não entrou. Depois, então, entrou, viu e acreditou. O amor que o elegeu, o amor que o instruiu, o amor que o acolheu, o amor que o fez discípulo… O amor… O amor o faz ver de um jeito novo, o amor o faz enxergar além… O amor nos revela a Ressurreição.
Ao apresentar meus votos de Feliz Páscoa, convido a cada um e a cada uma a procurar o Senhor onde Ele, vivo está e se deixa encontrar. Na fraternidade e na amizade, na solidariedade e no cuidado com os mais frágeis, na afeição pelos pobres e no relacionamento respeitoso e cortês com as pessoas e as demais criaturas, nas escolhas com gosto de justiça e paz e em todos os sinais que exalam a bondade e o bem querer poderemos experimentar a certeza transformadora: Ele ressuscitou.
Feliz Páscoa.
Frei Paulo Pereira
Ministro Provincial