Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Marias da Penha: Unidas pela fé

03/04/2024

Notícias

Como flores elas chegam ao Campinho do Convento de Nossa Senhora da Penha para ecoar, em comunhão, a força da fé.  Cantando, cheias de emoção, sorrindo e rezando são muitas as Marias que deixam suas casas e suas famílias para louvar a Mãe de Deus.  Dentre tantas da Lourdes,  do Rosário, da Conceição e da Glória estão também as da Penha, aquelas que foram batizadas com o mesmo nome da  santa de devoção.

Assim como a mãe de Jesus Cristo, as Marias da Penha carregam também suas dores angústias e preocupações. Mas, quando chegam diante do altar os olhos brilham e o coração fica cheio de alegria, pois sentem-se acolhidas nos braços da Mãe. Além do nome, elas também carregam em comum a certeza de que Nossa Senhora da Penha é refúgio, amor e força.

Maria da Penha de Oliveira Gonçalves

“Às vezes vou à Capela do Convento. Chego e falo: ‘Olha, eu não sei rezar, mas eu sei conversar. Ó Mãe, olha por mim, olha por minha família, olha pelos desprezados, olha pelas crianças, coloque fim nessas guerras porque o mundo precisa de paz”. Maria da Penha de Oliveira Gonçalves, de 66 anos, moradora da Ilha das Flores (ES), carrega em seu nome a força da devoção de seus pais. Penha, como é mais conhecida, é presença constante na Festa da Senhora das Alegrias desde muito jovem. Para ela, Nossa Senhora é uma mãe que oferece carinho e acolhimento em todos os momentos. “ Desde 1975, quando vim para cá, eu participo direto, faça chuva ou faça sol. Como participante do congo também já participei com meu grupo, e aprendi isso com minha mãe, que hoje tem 92 anos, e era Rainha do Congo do bairro João Neiva. Nossa Senhora da Penha é tudo para mim, pois nunca me desamparou”, afirmou.

Com os olhos marejados, Maria da Penha Marchesi Huber, falou sobre sua devoção. A moradora da Área Serrana do Espírito Santo, de 62 anos, nascida em Guarapari, no dia 31 de outubro, recebeu o nome da santa de devoção da sua mãe. “ Pedimos a bênção da Mãe da Penha e ela nunca deixa de atender a gente. Tenho uma neta e agora ganhei um neto que considero um milagre de Nossa Senhora da Penha”. Com a voz embargada e ao lado de seu esposo, César Pedro Huber, também muito emocionado, ela contou que após muita oração sua nora conseguia engravidar. “Nossa Senhora da Penha nos ouviu e meu neto nasceu em fevereiro deste ano. No sábado, meu filho estará na Romaria das Famílias para agradecer a Nossa Senhora da Penha”, disse emocionada.

Maria da Penha Marchesi Huber

Maria da Penha Marchesi Huber

O sorriso largo e ao mesmo tempo os olhos cheios de lágrimas de Maria da Penha Edmundo Tavares, revelam o quanto ela ama Nossa Senhora das Alegrias, a Santa da Penha. “ Quando minha mãe era jovem, trabalhava como empregada doméstica, em Vitória, para um médico. A esposa dele era muito devota de Nossa Senhora da Penha. E aí eles vinham para o convento pelos caminhos das pedras. Minha mãe foi acompanhando e aprendendo a gostar de Nossa Senhora. E aí ela disse que se um dia ela tivesse uma filha seria Maria, e a minha dinda disse que seria Maria da Penha, porque ela achava muito bonito o nome Penha”.

Como a maioria das crianças, Penha era muito ativa e levada. Ela contou que antigamente o convento não tinha as muretas em seu entorno. Certo dia, quando brincava na beira do penhasco, em uma das visitas ao espaço de sagrado com sua mãe, quase despencou lá de cima. “E aí eu virei. Nisso que eu ia cair realmente, ela conseguiu me pegar pelas pernas e na hora que ela me viu caindo, chamou por Nossa Senhora, e aí minha mãe disse que sentiu uma força muito, muito grande que não me deixou morrer, porque eu ia morrer se caísse, sabe?

Ela conta que o tempo foi passando e sua fé em Nossa Senhora da Penha foi sendo fortalecida. “Eu aprendi que eu não tinha coisa melhor do que ser devota de Nossa Senhora. Fiquei 40 dias sem andar, e fui conversando com a Mãe da Penha dizendo a ela que queria minha cura, que precisava andar, e ela me atendeu. Depois eu com 26 anos eu voltei para igreja e aí eu comecei a fazer um caminho, e esse caminho me trouxe para a coordenação da liturgia da Festa da Penha, junto com meus amigos”.

Maria da Penha Zampieri, de 68 anos, cresceu no Convento da Penha. “Nasci e fui criada no convento, onde também me casei, pois, meu pai era o zelador desse lugar”. Aos 28 anos, Penha foi morar em Vila Velha, mas, nunca deixou de voltar para a casa da Mãe. “ Nossa Senhora da Penha é minha companheira. Na hora das dificuldades é ela que recebe os irmãos, irmãs. Ela é tudo para mim, é meu porto seguro”.

 

Aos 87 anos, Maria da Penha Brandão Amorim, moradora de Vitória, relatou que desde muito criança ia ao convento com sua mãe, e assim aprendeu a ser devota de Nossa Senhora da Penha. “Eu vinha com ela e, depois que minha mãe morreu, continuei vindo todos os dias durante o Oitavário. A gente pede a ela e Deus manda”, disse com fé.

Maria da Penha Brandão Amorim

Maria da Penha Brandão Amorim

Além das Marias da Penha, durante os momentos devocionais em preparação a festa, são muitas mulheres que ecoam a devoção a Mãe das Alegrias. Como um campo florido, elas são propagadoras da fé a Mãe de Deus.


Texto: Adriana Rabelo