Elas deixaram a terra natal e chegaram ao Brasil, no dia 17 de junho, para ampliar conhecimentos e aprofundar no carisma e na missão religiosa que assumiram. Num movimento inédito na história da Congregação das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt, quatro jovens religiosas de Angola, na faixa dos 20 anos, vieram para o território brasileiro.

Esta é a primeira vez, desde a chegada da Congregação na capital Luanda, em 2008, que as irmãs residentes na Paróquia de São Zeno, no Capolo II, saem da sua região e vêm para o Brasil com o objetivo de estudar e vivenciar novas experiências importantes para a vida consagrada.

Atualmente, seis irmãs, sendo 4 angolanas e 2 brasileiras, vivem na paróquia. Outras 8 jovens aspirantes foram acolhidas e estão no local para viver a experiência do carisma e espiritualidade da Irmãs de Ingolstadt.

Nesta terça-feira (25), as três religiosas que estão na cidade de São Paulo (SP), visitaram a sede da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, acompanhadas pela auxiliar de formação, Irmã Claudete Lima Benitez, para conhecer as instalações e saber um pouco mais sobre o trabalho dos frades franciscanos. A equipe de comunicação aproveitou a presença das jovens religiosas e conversou com elas.

Irmã Cristina Armindo Lourenço Quissanga, afirmou que o principal motivo da sua vinda ao Brasil é a formação acadêmica, mas disse também estar pronta para conhecer de perto a congregação e ampliar a formação religiosa. “Acredito que ficaremos seis anos por aqui. Fomos muito bem acolhidas e foi uma espera de muita alegria”, salientou.

Já Irmã Luisa Pedro Lutumba Filipe, tem várias expectativas com esse período que ficará no país latino-americano, mas, o principal deles é a inculturação. “Quero ter a oportunidade de trazer um pouco do que é Angola e, ao mesmo tempo, acolher as diferenças, respeitando aquilo que não compreendo. Nenhuma cultura é superior a outra. Às vezes queremos compreender a cultura do outro, mas ela é inquestionável”, afirmou.

A religiosa ainda disse que mesmo em Angola, devido a sua grandiosidade, existem muitas diferenças culturais e linguísticas. “São 54 países no continente africano, e só no território angolano são 18 províncias que, no Brasil, são os Estados”. Ela reforçou que deseja se colocar à disposição de todas as oportunidades oferecidas pela congregação, seguindo a missão franciscana e atuação das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt nas escolas e outras áreas pastorais como: saúde e assistência social.

Atenta às falas de suas companheiras missionárias, Irmã Isabel Mire Elizandra Capinga João Zecai, falou com segurança sobre suas expectativas enquanto estiver no Brasil. “Quero beber mais da fonte para ter mais conhecimento. Estamos na etapa de formação do juniorato, fizemos o primeiro voto de obediência, e esse é um momento de muito discernimento e imersão em nosso carisma”, explicou.

Segundo ela, além da inculturação desejada, quer aprender e conhecer mais sobre as irmãs brasileiras da congregação. “Aqui no Brasil temos mais variedade de religiosas para que possamos promover trocas de experiências. Aquelas que estão aqui começaram com as irmãs alemãs, de onde nasceu nossa história”, esclareceu.

Ao final da conversa com o grupo das recém-chegadas ao Brasil, Irmã Claudete, salientou que a congregação se preparou para receber as irmãs de Angola de forma que todas se sentissem em casa. Segundo ela, as religiosas serão divididas em duas duplas que ficarão em São Paulo e Minas Gerais.

“Desejamos que nossas irmãs angolanas se encontrem e possam despertar o que tenham de melhor e sejam felizes, podendo fortalecer aspectos da vida fraterna, a fé e a relação com a cultura. Esse momento é importante para que elas possam amadurecer integralmente, a partir do encontro com o povo, a cultura e a missão como religiosas”, concluiu.

 

Sobre a presença das Irmãs em Angola

De acordo com o site da Congregação das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt, em 24 de janeiro de 2008, levando na mala o ardor missionário e no peito a cruz de Cristo, as Irmãs Ana Azevedo Maia e Claudina Dal Moro seguiram para Luanda – Angola, para serem presença Franciscana de Ingolstadt no meio do povo africano e atuarem junto ao povo sofrido das periferias. Assim que pisaram aquele solo, foram solicitadas para dinamizarem a escola da Paróquia, assumirem a coordenação da Catequese, animarem a Liturgia, promoverem a saúde preventiva e, desta forma, serem presença e esperança para todos, especialmente para as crianças que não encontravam vagas nas escolas públicas.

Hoje, depois de 8 anos de presença e aprendizado mútuo nas terras africanas, as irmãs se fazem presentes na Pastoral Paroquial e conduzem a Escola e a Creche São Marcos, “transformando o vale de lágrimas em Vale de Graças”, por meio de ações Educacionais e Pastorais e testemunhando o Cristo, Pobre, Crucificado e Misericordioso.

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Adriana Rabelo