Frei Rui é lembrado na Celebração do Abraço e da Esperança
12/06/2020
A Celebração do Abraço e da Esperança, que começou há exatos 32 dias, busca oferecer, diariamente, conforto e solidariedade às famílias enlutadas por causa da pandemia da Covid-19, uma doença cruel ao privar até as famílias de sepultar seus entes queridos. Nesta sexta-feira, 12 de junho, a Paróquia Santa Inês, em Balneário Camboriú (SC), presidiu a celebração, que também teve entre as suas intenções Frei Rui Guido Depiné, que faleceu na madrugada de hoje.
Esse momento celebrativo foi transmitido ao vivo pela TVFranciscanos, na plataforma do YouTube. O pároco e definidor provincial, Frei Daniel Dellandrea, presidiu a celebração. Na sua reflexão, partiu do Evangelho de João, quando Maria Madalena e os discípulos vão bem cedo ao sepulcro e se deparam com o túmulo vazio e os panos no chão, para falar deste sentimento de vazio quando se perde um ente querido. Ele citou, então, os nomes dos falecidos lembrados nesta celebração: Frei Rui Depiné, Luiz Carlos Rezende, Iracema Julia Geminiani, Ana de Souza, Getrudes Melo, Paulo Redondo e Maria de Fátima Cruz.
“O que fazer com este sentimento de vazio, de ausência? Vivemos hoje em nossa vida esta experiência dos discípulos que foram naquele domingo de manhã ao sepulcro de Jesus. Fazemos a mesma experiência ao nos depararmos com o sepulcro vazio, observar os panos que embrulharam o corpo de Jesus e ter a sensação de que tudo terminou. Esse vazio, sentido pelos discípulos, toca o coração da gente, faz com que a gente possa se sentir inseguro, inconformado, indeciso. O que será de nós com essa ausência?”, perguntou Frei Daniel.
O celebrante enumerou a ausência de um frei querido que sempre esteve próximo de tantas pessoas, a ausência daquele pai, daquela mãe, do avô, da avó, do filho, da filha. A ausência que na mesa, a ausência que se faz na sala. “Como os discípulos de Jesus, nós também somos chamados a ver sinais de que talvez esse sepulcro não esteja tão vazio, de que talvez essa ausência não seja a realidade que nós devemos acreditar. Ali havia algo especial que os discípulos tiveram de perceber. Ali, naquele sepulcro, algo novo estava acontecendo. Esta é uma grande lição que também podemos tirar. Aquilo que parecia um sinal de ausência, acaba por ser indicador da presença”, ressalvou o celebrante. Para ele, o sepulcro vazio também reflete a vida de Cristo esvaziada de si mesmo e entregue às mãos do Pai, para que fosse doada a todos. “É por isso também que Deus nos chama a acreditar que todo aquele que Nele crê, mesmo que morra, viverá”, frisou.
“Também nós possamos aprender que aqueles que partiram do nosso meio, não morreram, mas deixaram sinais de vida”, disse. “Eles souberam deixar sinais da vida deles em nós. Foram presenças marcantes de amor, de amizade, de bom testemunho, de conforto, de esperança”, acrescentou. Segundo o frade, todos esses exemplos tão bonitos de vida não serão tirados. “Isso a morte não vai tirar. Permanecerá presente em nosso meio”, completou.
No final, Frei Daniel falou um pouco de Frei Rui. “Ele foi importante para muitas pessoas, para todos os que o conheceram. Por 40 anos dedicou sua vida religiosa franciscana no Hospital São Roque de Piraquara (PR). Frei Rui se destacou por uma dedicação integral aos pobres e aos doentes. Com simplicidade e amor, vivia totalmente em função de atender a quem lhe procurava. Na convivência com os confrades, mostrava-se sempre cordial e otimista, buscando dar destaque às belezas da vida franciscana mesmo diante de possíveis dificuldades e desafios. Afeito às coisas simples, gostava muito do contato com a natureza e também se dedicava em recitar poesias”, contou Frei Daniel. Momento emocionante da noite foi a leitura de um poema de Frei Rui e a Oração de São Francisco na voz de frade falecido.
Frei Daniel agradeceu a todos os confrades, amigos e familiares que acompanharam a celebração. “Esta celebração é uma forma de nós, franciscanos, estarmos próximos de vocês na solidariedade”, disse.
Para enviar as intenções, mande uma mensagem de WhatsApp para (11) 97693-2430. Neste número, é possível encaminhar a foto de seu amigo ou familiar falecido, com nome completo, local e data de nascimento e falecimento. A celebração de amanhã será conduzida pelo Convento da Penha, em Vila Velha (ES), às 17 horas.
Neste domingo, às 19 horas, a Sede Provincial em São Paulo conduzirá celebração. Na segunda-feira, a Fraternidade do Sagrado conduzirá, de Petrópolis (RJ), esta celebração, às 19 horas; na terça, às 19 horas, será a Fraternidade do Convento São Francisco de São Paulo; na quarta, às 18h45, a Fraternidade Santo Estêvão de Ituporanga (SC); na quinta, 20h30, a Fraternidade São Pedro Apóstolo de Pato Branco; na sexta, 20h30, a Fraternidade Santa Inês de Balneário Camboriú (SC); e, no sábado, às 17 horas, a Fraternidade Nossa Senhora da Penha de Vila Velha (ES).