Falece Frei Rui Depiné em Bragança Paulista
12/06/2020
Faleceu nesta madrugada, por volta da 01h15, na Fraternidade Franciscana São Francisco de Assis, em Bragança Paulista, SP, Frei Rui Guido Depiné. Frei Rui, que por mais de 40 anos dedicou-se de corpo e alma à missão junto aos hansenianos, seus familiares e pessoas carentes na Colônia São Roque, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, PR, estava desde o fim de 2018 em Bragança Paulista para tratamento de saúde. Embora sua situação fosse bastante frágil desde que chegou àquela Fraternidade – já acometido pelo Mal de Alzheimer e Parkinson –, sua partida rápida e repentina foi recebida com surpresa pelo guardião, Frei Carlos José Körber, pelos demais confrades e profissionais dedicados ao cuidado dos frades enfermos. De acordo com Frei Carlos, desde ontem (11 de junho), Frei Rui apresentou um quadro de desidratação e arritmia cardíaca. Recebeu oxigênio e veio a falecer no início da madrugada deste dia 12 por conta de uma parada cardiorrespiratória.
Às 13h30, está prevista uma breve celebração de despedida junto à Fraternidade São Francisco, em Bragança Paulista. Às 14h, seguirá para o Cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo onde, às 16h, será sepultado.
Às 20h30 desta sexta, dia 12, com transmissão pelo Youtube da TV Franciscanos, a Celebração do Abraço e da Esperança será realizada também na intenção da alma de Frei Rui Depinè. Para acompanhar, basta acessar o endereço eletrônico https://youtu.be/oY7tDQbO0Kw
Dados pessoais, formação e atividades
08.10.1942 – Nascimento (77 anos)
19.12.1964 – Vestição
20.12.1965 – Profissão Simples (54 anos de Vida Religiosa)
14.11.1969 – Profissão Solene
18.07.1971 – Ordenação (47 anos de Sacerdócio)
06.12.1971 – Duque de Caxias, RJ – Vigário Paroquial
03.03.1975 – Concórdia, SC – Vigário Paroquial
12.12.1978 – Colônia São Roque, Piraquara, PR – Capelão
O frade menor
Nascido em Rodeio, SC, filho de Giusepe Depinè e Lídia B. Depinè, foi o 2º filho de uma família com 11 irmãos, sendo quatro homens e sete mulheres. Seus pais eram agricultores e viviam do que produziam. Segundo o próprio Frei Rui, em sua ficha autobiográfica, “o pai, nas horas vagas, era também alfaiate. Foi também juiz de paz por quase trinta anos”. Quanto à religiosidade familiar, Frei Rui descrevia os pais como “muito religiosos” e pertencentes à Ordem Franciscana Secular e ao Apostolado da Oração. Eram assíduos frequentadores das celebrações litúrgicas, tanto aos domingos quanto nos dias de semana. Sobre a rotina de orações em família, escreveu: “Em casa se rezava de manhã, de dia e de noite. Mesmo fracassando a lavoura de vez em quando, não diminuía o relacionamento com Deus e a fé parecia ainda maior”.
Em sua vida de frade menor, e de modo especial nos 40 anos em que viveu em Piraquara, Frei Rui se destacou por uma dedicação integral aos pobres e aos doentes. Com simplicidade e amor, vivia totalmente em função de atender a quem lhe procurava. Qualquer presente que ganhava, do valor que fosse, na próxima esquina já estava nas mãos de alguém que estivesse necessitando. Nada reteve para si. Teve relação próxima e familiar com as Irmãs da Congregação das Franciscanas de São José, que sempre estiveram juntas a Frei Rui.
Na convivência com os confrades, mostrava-se sempre cordial e otimista, buscando dar destaque às belezas da vida franciscana mesmo diante de possíveis dificuldades e desafios. Afeito às coisas simples, gostava muito do contato com a natureza e também se dedicava a compor e recitar poesias. Em comunicado enviado aos frades da Província logo que soube do falecimento do confrade, o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, escreveu: “A este nosso irmão, tão sensível aos pobres e aos doentes, dediquemos a sensibilidade de nossas preces”. Frei Rui, agora já participante da Eucaristia definitiva junto a Deus, parte no dia compreendido entre a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo e a Festa de Santo Antônio. Certamente, já foi recebido na glória por aquele em quem muitas vezes se inspirou para partilhar o pão com os pobres.
O Caminho do Pão
Felizes!
– Felizes aqueles que preparam a terra.
– Felizes os que lavram o chão.
– Felizes os que semeiam a semente.
– Felizes os que cuidam da plantação.
– Felizes os que produzem o trigo.
– Felizes os que semeiam as espigas.
– Felizes os que transportam a colheita.
– Felizes os que moem o grão.
– Felizes aqueles que o transformam em alimento.
– Muito mais felizes aqueles que repartem seu pão.
Frei Rui Guido Depiné, OFM
R.I.P