Frei Michael Perry apresenta seu relatório
13/05/2015
Frei Walter de Carvalho Júnior
Assis (Itália) – No terceiro dia do Capítulo Geral, Frei Michael Perry, Ministro Geral, iniciou a apresentação do seu relatório, durante toda a manhã. Reportando-se a Marcos 10,17-31, em que o jovem rico pergunta a Jesus o que deveria fazer para alcançar a vida eterna, disse que o Senhor não dá espaço para uma resposta tépida ou a uma entrega que dura até que uma oferta melhor surja. O pedido exigente de Jesus ao jovem rejeita o fazer o mínimo indispensável para apenas sobreviver; no nosso caso, rejeita um seguir regras e disposições para, digamos, cumprir com o mínimo que é pedido na vida de oração, na fraternidade, e na evangelização.
Para ilustrar, citou o ex-Ministro Geral Frei Giacomo Bini: “Deus quer tudo. Não se trata de ajeitar mas de mudar o próprio coração. Devemos entregar-nos a Ele, estabelecendo com Ele um diálogo profundo e vital para chegar a escolhê-Lo com generosidade. (…) A ambiguidade, a indecisão criam sempre uma divisão dentro de nós: nunca seremos livres. Deus quer tudo e o quer para realizar a nossa identidade-liberdade. Escolham ser livres”. E para falar da renovação espiritual de que necessitamos, usou a metáfora do tsunami.
Ao tratar do decréscimo do número de frades da Ordem, muito acentuado, por morte, abandono e exiguidade de novas vocações, mostrou que, embora de modo geral ele se dê, há, no entanto, entidades em que ele ocorre mais, enquanto em entidades da Ásia, por exemplo, há um aumento do número de jovens que entram na Ordem, o que, enfim, é motivo de esperança. Aliás, apesar da constatação de crises que vivemos, o tom do relatório, neste primeiro dia de apresentação, foi positivo e esperançoso.
Frei Michael constata que a crise maior que enfrentamos é da falta de cuidado de uns para com os outros. E quanto à nossa missão, afirma: “Todas as estruturas da Ordem, todos os métodos com que nos organizamos em diversos níveis, nas Províncias, nas Custódias e nas Fundações, todos os nossos esforços apostólicos devem refletir esta intuição vocacional originária: somos uma missão neste mundo, não fazemos missão; este é o motivo pelo qual nós, frades menores, existimos e ao qual nós devemos estar inteiramente voltados”.
Por fim, referindo-se ao sine proprio, reafirmou que somente vivendo totalmente o chamado a não apropriarmo-nos de nada seremos capazes de compartilhar de fato a sorte dos pobres de Deus, os minores, aqueles que não têm nenhum poder, que não possuem títulos, que estão continuamente a caminho e vivem em total dependência da providência e do amor de Deus. Esta é a opção fundamental que se encontra no coração do nosso voto evangélico de pobreza.
Na segunda sessão da manhã, Frei Michael apresentou a situação econômica e financeira do economato geral.