Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Mário: Fraternidade para o mundo ferido

04/10/2020

Notícias

Moacir Beggo e Lucas Santos (fotos)

São Paulo (SP) – O guardião e reitor do Covento e Santuário São Francisco, Frei Mário Tagliari, presidiu a Missa Solene das 10 horas nas festividades do Padroeiro no tradicional Largo São Francisco, no centro da capital paulista. Nesta festa franciscana, o Papa foi lembrado, com alegria, pela sua nova Encíclica “Fratelli Tutti”, sobre a fraternidade e a amizade social.

Nesse momento, Frei Mário não tem dúvida: a Fraternidade pode ser o remédio para este mundo ferido. “A fraternidade pode ser o remédio para vencer a pandemia Covid-19, a pandemia do medo, a pandemia do egoísmo, a pandemia do orgulho, a pandemia da autossuficiência, a pandemia da indiferença para com a dor, a morte, o sofrimento, a miséria, a fome de tanta gente”, disse.

Frei Mário também lembrou que há cinco anos o Papa Francisco fez um apelo ao mundo para interromper a destruição da Terra, quando lançou a Laudato Si’, sobre o cuidado da Casa Comum. “Não dá mais para continuar destruindo a Terra. Não dá para concordar com as queimadas que acontecem no mundo, especialmente no Brasil, onde estamos assistindo à destruição do Pantanal e da Amazônia. Com tanta destruição, a Terra adoece”, disse. Para o frade, o homem acaba sendo vítima desta mesma destruição quando se vê diante de uma pandemia como essa, onde um vírus, que estava no seu habitat natural, faz do homem o seu hospedeiro. “Agora, estamos todos sofrendo porque não respeitamos a natureza”, criticou, lamentando as mortes causadas por esta pandemia: “Por trás de uma vida tem uma família inteira chorando”.

Segundo o frade, São Francisco ensinou a acolher a morte como irmã, mas “ela não precisa vir antes do tempo”, disse, criticando a falta de políticas para proteger a vida e o absurdo da corrupção que desvia até respiradores que poderiam salvar vidas.

Frei Mário lembrou que em vez de destruir, São Francisco foi aquele que restaurou a Casa do Senhor, primeiro literalmente restaurando a igrejinha de São Damião e depois fundando a Ordem Franciscana a partir da Porciúncula. “Quando a ele se juntam os primeiros 12 seguidores, eles vão ao Papa pedir autorização para pregarem o Evangelho. Ele quer ser obediente ao Papa e coloca isso na sua Regra. Não importa se a igreja da época era principesca, mas para ele o que importava era viver conforme o Evangelho de Jesus Cristo, em pobreza, obediência e castidade”, recordou.

Frei Mário frisou que Francisco de Assis de um grande exemplo de fidelidade à Igreja e ao Papa. “Hoje, vemos muitas críticas ao Papa e à Igreja. São Francisco entendia a Igreja como sua família e a gente não sai por aí falando mal da família”, cobrou.

Frei Mário ressaltou que, dentro das festividades do Tempo da Criação, que começou no dia 1º de setembro – Dia Mundial de Oração pela Criação – e terminou neste dia 4, durante a Novena deste ano, refletiu-se cada dia uma estrofe do Cântico das Criaturas, que serviu de inspiração para o Papa Francisco na Laudato Si’.

Além da presença limitada dos fiéis, por conta das normas sanitárias, a Festa do Padroeiro teve transmissão pelas redes sociais do Convento. A programação religiosa foi intensa, com missas às 7h30, 9h (Igreja das Chagas), 10h, 12h e 15h, sendo esta última celebrada por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para a região Sé. Às 17 horas, Frei Mário dará a bênção de encerramento e o andor de São Francisco de Assis será conduzido, em carro aberto, por algumas ruas da região central, abençoando a cidade de São Paulo (do Largo, o trajeto passou pela Av. Brigadeiro Luis Antônio, Rua Asdrúbal do Nascimento, Travessa Noschese, Rua Santo Amaro, Rua Aguiar de Barros, Rua Genebra, Rua Maria Paula, Rua Francisca Miquelina, Rua do Bixiga, Rua Japurá, Rua Jacareí, Rua Abolição, Rua Jaceguai, Rua Major Diogo, Rua Santo Antônio, Viaduto Jacareí, Viaduto Dona Paulina, Rua Riachuelo, Rua São Francisco, Rua Dr. Falcão Filho e Rua Libero Badaró).

A pandemia da Covid-19 levou o Convento a se reiventar e criar um drive-thru de bênção dos animais. Com isso, as pessoas e seus pets puderam ser abençoados dentro dos veículos. O atendimento começou às 9 horas e terminou às 17 horas. Outra novidade também foi o “Drive-thru da Macarronada”, que pôde ser retirada embalada para viagem no nosso salão ou na entrada da Rua Riachuelo, 258. A porção foi preparada pela equipe da Festa de Nossa Senhora da Achiropitta.


VEJA MAIS IMAGENS DA FESTA DO CONVENTO SÃO FRANCISCO