Frei Gabriel é ordenado por Dom José em Curitiba
04/03/2018
Frei Gustavo Medella (texto) Frei Rodrigo José da Silva (fotos)
Curitiba (PR) – Tendo recebido a graça de exercer o apostolado da Evangelização na Educação em sua primeira transferência, Frei Gabriel Vargas Dias Alves foi ordenado diácono na manhã deste 3º Domingo da Quaresma, na Igreja Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba. Além dos paroquianos que habitualmente frequentam a Missa das 9h30, também fizeram parte da assembleia os confrades das Fraternidades do Regional, colegas de turma e familiares de Frei Gabriel, especialmente seus pais, Elisabete Vargas e Fábio Vicente Alves, que vieram do Rio de Janeiro para participar deste importante momento da vida vocacional do filho.
O bispo ordenante e presidente da celebração foi Dom José Antônio Peruzzo, titular da Arquidiocese de Curitiba. Representando o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o definidor e guardião de Frei Gabriel, Frei João Mannes, pediu a Dom José que ordenasse diácono o jovem confrade a atestou a idoneidade do candidato: “Frei Gabriel, sabe muito bem que ser ordenado diácono significa participar da diaconia de Nosso Senhor Jesus Cristo (…) Em nome dos frades e de nosso Ministro Provincial, Frei Fidêncio, tenho a alegria de apresentar este confrade como digno para este Ministério”, declarou.
Na homilia, dirigindo-se de modo paternal e fraterno ao ordenando – a quem diversas vezes chamou de “meninão” –, Dom Peruzzo também se referiu aos pais de Frei Gabriel em tom bastante familiar: “Certamente vocês, lá no Rio de Janeiro, muitas vezes se perguntaram sobre o futuro de seu filho. E com certeza se lembram, especialmente a mãe, do primeiro choro de seu ‘bebezão’”, brincou o bispo, assinalando a importância do seio familiar no amadurecimento de uma vocação. Dirigindo-se a Frei Gabriel e fazendo referência ao Evangelho do 3º Domingo da Quaresma (Jo 2,13-15), em que Jesus expulsa os vendilhões do templo, Dom José o exortou: “Este Diaconato é um convite que você recebe para ser retrato das ternuras paternas de Deus para aqueles que lhe forem confiados. Não se trata de um modo de fazer ou de um conjunto de ações, mas um modo de ser um testemunho de serviço, compaixão e misericórdia”. Alertando para os riscos e tentações a que os ministros e todo o povo de Deus estão sujeitos, lembrou: “Quem se esquece desta realidade pode até se utilizar do nome de Deus para ganhar dinheiro, mas essa não é nossa vocação autêntica”, advertiu. Convidando Frei Gabriel a ser sinal da compaixão de Deus, explicou: “Compaixão não significa apenas um gesto de pena e comoção para aqueles que sofrem mas, na raiz do sentido bíblico, compaixão é o sofrimento de Deus ao ver seus filhos sofrerem. São Francisco tem belos conselhos sobre este assunto. Ouça-o”, concluiu o bispo.
Dentro de uma atmosfera de sobriedade própria do Tempo Quaresmal, a celebração, animada pelos confrades estudantes do tempo da Filosofia, foi conduzida com tranquilidade, propiciando oportunidade de oração e reflexão em torno da temática do serviço na ótica cristã e de como é importante ao discípulo fazer-se dócil à Palavra de Deus em seu dia a dia. Como lema de sua ordenação diaconal, Frei Gabriel escolheu a passagem do Livro do Profeta Isaías que diz: “Cada manhã Ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo” (Is 50,4b). Depois de transcorrido o rito de imposição das mãos, momento central da celebração, Frei Gabriel foi revestido com a estola e a dalmática, vestes próprias do diácono trazidas até o altar por seus pais. Frei Alexandre Magno, guardião e Pároco da Paróquia Bom Jesus dos Perdões, e Frei Mário José Knapik, ajudaram o neo-diácono a se paramentar. Em seguida, recebeu das mãos do bispo o Evangeliário, manifestando seu compromisso com a proclamação e a Palavra de Deus. Concluído o rito de ordenação, Frei Gabriel se postou ao lado de Dom José Peruzzo e já assumiu a função litúrgica própria do diácono.
Em seus agradecimentos, o neo-diácono não escondeu a alegria e a satisfação em assumir mais esta missão que o Senhor lhe confia e destacou que a festa que todos estavam celebrando não pertencia a ele nem aos frades, mas era verdadeiro dom de Deus: “Esta celebração não é minha, ou dos frades, é de todos nós. Porque a vocação ao serviço e à construção do Reino de Deus é o que de mais genuíno nos faz um único corpo no Cristo Servo e, deste modo, o diácono é apenas um animador para esta dimensão do serviço. Por isso, mais do que agradecimentos pessoais, eu quero render graças a Deus”, explicou, enumerando, em seguida, diferentes razões pelas quais naquele momento elevava seus louvores ao Senhor.
Em preparação à ordenação diaconal, houve um tríduo missionário organizado pelo Serviço de Animação Vocacional e que contou com o apoio dedicado da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, do Colégio Bom Jesus, da Paróquia Bom Jesus dos Perdões, da Comunidade São Francisco, do Jardim Carmela, em Campo Largo – onde Frei Gabriel realizou serviço pastoral durante o tempo de estudos de Filosofia – e de muitos outros participantes. Frei Gabriel nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de outubro de 1985. Em 2006 iniciou o acompanhamento vocacional no Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro. Ingressou no Aspirantado de Ituporanga em 2007 e vestiu o hábito franciscano em 2009. Cursou Filosofia até 2012 e seguiu para a Missão de Angola, onde viveu o seu Ano Missionário. Retornou ao Brasil para cursar Teologia em Petrópolis e atualmente reside na Fraternidade Bom Jesus da Aldeia, em Curitiba, onde está a serviço da educação.