Frei Clarêncio lança novo livro com abordagem mariana
05/11/2024
“Maria, Mãe de Deus e da Humanidade” é a mais nova produção do Frei Clarêncio Neotti. O lançamento do livro, publicado pela Editora Santuário, será na Paróquia e Santuário Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES), nos dias 9 e 10 de novembro, após as Celebrações Eucarísticas: no sábado, às 17h, e no domingo, às 17h e 19h. Nessas ocasiões, os interessados em adquirir a publicação poderão receber um autógrafo do autor.
O frade franciscano da Província da Imaculada Conceição tem mais de 50 publicações, sendo que boa parte delas está relacionada à história e devoção a São Francisco, Santo Antônio e São Benedito, como: “São Francisco das Chagas – Dois sermões do Padre Antônio Vieira”, “Orar 15 dias com Santo Antônio”, “Trezena de Santo Antônio”, “Santo Antônio, simpatia de Deus e do povo”, e “Santo Antônio, Mestre da Vida”. Também publicou os livros “São Benedito, homem de Deus e do povo”, “Animais no Altar: um estudo de iconografia e simbologia”, “Ministério da Palavra” (três volumes: Ano A, B e C), “Ministério da Esperança” (Roteiros para velórios e exéquias) e Creio – a identidade do Cristão. Pela Editora Vozes, lançou: “Santo Antônio, luz do mundo” (nove sermões do Padre Antônio Vieira).
Este é o segundo livro de Frei Clarêncio voltado às questões marianas. Em 2004, publicou “Imaculada Conceição de Maria: 150 anos da proclamação do dogma”.
Em entrevista ao site Franciscanos, Frei Clarêncio falou sobre suas inspirações e o objetivo de sua nova produção.
Site Franciscanos – O que motivou o senhor a escrever sobre Maria?
Frei Clarêncio Neotti –Depois que publiquei o livro Creio – a identidade do Cristão, muitos, sobretudo bispos, pediram-me um livro semelhante sobre Maria. Uma produção acessível a adultos, por exemplo, especialmente aqueles que se preparam para a Crisma ou à Primeira Eucaristia. Na paróquia em que trabalho, temos neste ano 78 adultos na catequese. O livro Creio foi escrito pensando nessas pessoas. E foi pensando nesses filhos e filhas de Deus que escrevi sobre Maria.
Há muita confusão na cabeça dos nossos católicos sobre Maria. Procurei distinguir bem o que é, de fato, história sobre ela e o que é lenda (e o valor da lenda); o que é verdade de fé e o que é piedade popular. Exemplifico: de Maria Menina nada sabemos pela história, nem o nome dos pais, nem o lugar e quando nasceu. Sabemos pelo Evangelho que ela tinha uma irmã de sangue, casada com um senhor chamado Cléofas. Esta irmã dela acompanhou Maria no Calvário (Jo 19,25). Já pela lenda sabemos que seus pais se chamavam Joaquim e Ana.
Pelas verdades de fé, sabemos que Maria foi concebida sem o pecado original e que era virgem ao casar-se com José e permaneceu virgem ao dar à luz a Jesus. Pela piedade popular se diz que foi consagrada no Templo aos três anos de idade, e lá permaneceu entre as virgens bordadeiras do véu do templo até os 14 anos e teria feito voto de castidade perfeita. A mesma distinção faço com Maria adulta, esposa de José e mãe de Jesus; e com Maria nos anos depois da Páscoa de Jesus até a sua morte. É muito rica a piedade popular. Rico também o lendário. Mas, há apenas uma verdade de fé: terminados os dias de sua vida terrena, ela foi elevada em corpo e alma ao céu, sem que tenhamos uma definição de morte, de corpo, de alma ou de céu.
Site Franciscanos – Por que a escolha do título: “Maria, Mãe de Deus e da Humanidade”?
Frei Clarêncio – Maria é Maria porque tornou-se a Mãe de Deus. Sua maternidade divina é a razão de todos os outros privilégios e grandezas. O evangelista Lucas historiou o momento e as circunstâncias em que ela se tornou a Mãe de Deus (Lc 1,26-38). O mesmo evangelista conta no Atos (1,34) que Maria estava no cenáculo quando, em Pentecostes, nasceu a Igreja. Maria recebeu oficialmente o título de Mãe da Igreja no final do Concílio Vaticano II. No Calvário ela foi entregue a João e a Igreja vê em João toda a humanidade. Então Maria, além de Mãe de Deus é também Mãe da Igreja e também de toda a humanidade, mesmo daquela parte não cristã. Aliás, o Concílio a chamou de “Mãe dos Homens” (LG 54). Em português a expressão corre o risco de ser interpretada como exclusão das mulheres. Por isso, escrevi “humanidade”.
Site Franciscanos – É primeira vez que escreve um livro com temática mariana?
Frei Clarêncio – Em 2004 publiquei o livro Imaculada Conceição de Maria: 150 anos da proclamação do dogma. Foi um livro pedido pelas Irmãs Concepcionistas do Rio de Janeiro, que o mandaram a todos os mosteiros da Ordem de Santa Beatriz. Este novo livro Maria Mãe de Deus e da Humanidade é meu 50º livro publicado.
Site Franciscanos – Como o senhor descreve a sua obra?
Frei Clarêncio – O livro está dividido em 19 capítulos, seguindo os acontecimentos da vida de Maria. No final do livro acrescentei uma pequena biografia dos autores que são citados ao longo do texto, porque a maioria dos leitores a que se destina não sabe localizar no tempo, por exemplo, Santo Agostinho, São Leão Magno, São João Damasceno, São Bernardo, Santo Antônio, Pio IX. São exatamente 50 autores. Publico na íntegra o hino Akáthistos, o mais famoso hino mariano da Igreja Oriental. Apresento também a íntegra do texto de consagração do mundo a Maria, de autoria do Papa Francisco, divulgado em 25 de março de 2022.
Site Franciscanos –Qual a intenção do senhor com essa publicação?
Frei Clarêncio – O livro foi elaborado com fins catequéticos. Há muita literatura mariana, bem como textos com linguagem própria da teologia, utilizada por professores do curso e pouco conhecida pela população em geral. Outros, mais populares, com as expressões “Maria vai na frente ou passa adiante”. Além de conteúdos voltados às visões e aparições. Pensando em catequisandos adultos, procurei mostrar Maria como uma mulher normal, mergulhada em alegrias e dores como todas as mulheres. Mas, essa serva de Deus foi escolhida para ser o caminho da Sua encarnação na natureza humana. Através da carne de Maria, Deus elevou as criaturas à inefável dignidade divina.
Site Franciscanos – Qual mensagem deixaria para os leitores do livro do senhor?
Frei Clarêncio – Aconselho o livro para leitura no Advento e Natal. Na primeira orelha da publicação escrevi a frase do Papa São João Paulo II, na Encíclica Redemptoris Mater: “A Igreja mantém em toda a sua vida, uma ligação com a Mãe de Deus que abraça, no mistério salvífico, o passado, o presente e o futuro; e venera-a como Mãe da Humanidade”.
Após o lançamento, o livro será comercializado na secretaria paroquial, anexa ao Santuário e pela internet.
Adriana Rabelo