Frei César: Aprendemos com Santo Antônio que a vida cristã deve transformar nosso coração
13/06/2021
São Paulo (SP) – O Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição, Frei César Külkamp, encerrou as festividades de Santo Antônio, neste domingo (13/6), durante a Celebração Eucarística, às 19 horas, na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, em São Paulo, também a Sede Provincial.
No segundo ano com a pandemia, o dia de Santo Antônio no Brasil foi marcado por celebrações e devoção. Nas paróquias dedicadas a ele, o movimento seguiu as normas sanitárias para evitar aglomerações, durante a distribuição do pão, do bolo, das celebrações, bênçãos e gestos de devoção.
Nas três paróquias da Província da Imaculada Conceição em São Paulo, a festa tem o colorido franciscano. Na Paróquia do Pari, na região central, o Padroeiro recebeu a maior homenagem na capital paulista; também as duas dedicadas a São Francisco de Assis, o Convento do Largo São Francisco e a Paróquia da Vila Clementino, celebraram Santo Antônio com a mesma intensidade do Pai Seráfico. Na Vila, Frei César teve como concelebrantes o pároco Frei Valdecir Schwambach e Frei Raimundo de Oliveira Castro.
Em sua homilia, Frei César destacou alguns pontos da vida de Santo Antônio, como o encontro do então agostiniano com os frades missionários, que foram martirizados no Marrocos, fato que fez com que o santo se juntasse aos seguidores de Francisco de Assis. No Capítulo das Esteiras, Santo Antônio se encontrou pela primeira vez com Francisco de Assis. Hoje, 800 anos depois, a Ordem Franciscana comemora este jubileu. “Francisco de Assis, que o admirava por sua santidade e sabedoria, pede-lhe que a mesma sabedoria que lhe deu esta profunda experiência de Deus, ele a transmita a seus confrades”, recorda Frei César.
O Ministro Provincial lembrou que na cidade de Forli, numa ordenação sacerdotal, ele foi convocado pelo superior a fazer a pregação. “De seus lábios saem as palavras mais sábias e comoventes. Não pôde mais ficar escondido. É enviado a pregar nas estradas, sobretudo no norte da Itália e sul da França. Frei Antônio percebeu a fraqueza do povo na prática da fé, vítima às vezes das inúmeras heresias e erros da época”, assinalou Frei César. E assim continuou, pelos caminhos de Pádua, sempre anunciando o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo até os seus últimos dias de vida.
“Frei Antonio unia em si a sabedoria e a humildade, a cultura e a simplicidade, a oração e a caridade. Confrades e o povo o buscavam. Tão alto em sua cultura e tão simples e amigo dos pequenos e dos pobres! Crianças são por ele abraçadas e abençoadas. Mulheres são defendidas em seus direitos. Lares são reunidos pela força do amor que ele tão bem sabe suscitar”, destacou o celebrante.
Após uma intensa atividade de pregações em suas andanças, as forças lhe faltaram. “Não tinha ainda 40 anos. E, onze meses depois, em maio de 1232, foi proclamado Santo. Já no início do Século XX, ele foi proclamado ainda Doutor da Igreja pelo Papa Pio XII. Em breves palavras, esta foi a vida curta, mas intensa de Santo Antônio de Pádua, de Lisboa e do mundo inteiro”, observou Frei César.
Não foi diferente no Brasil. É, com certeza, o santo mais popular e amado do nosso povo, frisou o celebrante. “O mais buscado diante das angústias e sofrimentos. São incontáveis os milagres já realizados a partir desta fé tão confiante em sua intercessão diante de Deus”, ressaltou.
“Dos seus ‘Sermões’, aprendemos que a Palavra é viva quando são as obras que falam”, disse, citando um trecho do Sermão de Pentecostes: “Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando os outros as veem em nós mesmos. A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras. Falemos, portanto, conforme a linguagem que o Espírito Santo nos conceder; e peçamos-lhe humilde e devotamente que derrame sobre nós a sua graça Desse modo, ardentes e iluminados pelos esplendores da santidade, mereceremos ver o Deus Uno e Trino”.
“Da Palavra de Santo Antônio e com seu testemunho de vida, aprendemos que a vida cristã deve nos levar a uma atitude de conversão, de transformação do nosso coração, de abertura à vontade de Deus. Neste dia em que cantamos os seus louvores, peçamos também a Deus essa graça, pela poderosa intercessão de Santo Antônio, de abrirmos o nosso coração a esta sabedoria que une a escuta da Palavra com a santidade de vida. Rogai por nós, glorioso Santo Antônio!”, concluiu Frei César.
MENOS TREVAS
O pároco da Paróquia São Francisco de Assis, que no próximo dia 24 deste mês celebra 80 anos, falou na Celebração Eucarística que presidiu ao meio-dia, que Santo Antônio foi um santo que amou plenamente Jesus Cristo, amou plenamente a Deus e anunciou esse Deus a ponto de ser chamado “Trombeta do Evangelho”. “E com a sua palavra Santo Antônio fortalecia a fé das pessoas, o entusiasmo, o ânimo, a esperança. Nós estamos precisando muito de palavras que nos incentivem, de palavras que nos deem novo ânimo, que iluminem nossos passos, que não semeiem trevas no mundo, mas derrame luz para que a humanidade possa ter referência novamente”, observou o frade.
“O Evangelho é a Boa Nova, uma boa notícia para que a humanidade possa viver melhor. Por isso que os santos e santas são comprometidos com o Evangelho, porque eles acreditaram que o Evangelho pode contribuir para o bem das pessoas”, ensinou.
Ao final da missa, na bênção dos pães, Frei Valdecir agradeceu aos voluntários que ajudaram em todas as celebrações de Santo Antônio, especialmente neste domingo, e aos fiéis devotos de Santo Antônio. Segundo ele, a pandemia deixou mais evidente a importância da espiritualidade, do nosso relacionamento com Deus.
Moacir Beggo