Frei António: “Precisamos de outro Francisco para restaurar nossas vidas”
04/10/2021
O Mosteiro Sagrado Coração de Jesus, das Irmãs Clarissas, acolheu na manhã desta segunda-feira, 4 de Outubro, às 6h30, a Missa solene de São Francisco de Assis. A mesma foi presidida pelo Presidente da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, Frei António Boaventura Zovo Baza e concelebrada pelo capelão do mosteiro, Frei João Alberto Bunga. E contou com presença de diversas irmãs consagradas que residem adjacentes ao mosteiro, membros da OFS e distintos fiéis como é habitual naquela igreja.
Os diversos ministérios foram animados e partilhados entre os frades estudantes e as irmãs. O presidente da celebração, durante a homilia, convidou os fiéis a restaurarem o mundo de hoje.
“ Francisco se fez pedreiro, porque procurou reconstruir a igreja, mas depois percebeu que não era apenas as quatro paredes que estavam rachadas e que Deus pedia que ele restaurasse, mas, sim, a sua Igreja, a vida da própria Igreja que estava em ruínas”. E, continuou: “Se olharmos o nosso mundo, a nossa cidade ou nosso país, vamos perceber que ainda precisamos de outro Francisco para restaurar nossas vidas. Francisco não precisou de muito dinheiro, Francisco não precisou do auxílio de muitos para restaurar a casa do Senhor quando começa com este caminhar nesta entrega total a Deus. Alguns irmãos sentiram-se apaixonados pelo carisma, com a vida que levava aquele homem de Assis e também se entregaram à mesma obra”, disse.
“Hoje é a cada um de nós que a cruz quer falar; é a cada um de nós que esta cruz quer interpelar. Como é que nós, ao entrarmos na casa de Deus olhamos a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo? O que é que sentimos ao vermos a imagem do Filho de Deus que se entregou inteiramente para nossa salvação”, questionou.
“Francisco não exigiu muito aos homens que queriam viver esta vida a não ser viver o Evangelho de Cristo. Este Evangelho do Senhor não se vive apenas com a Bíblia na mão, ou quando estivermos perante o santo povo de Deus, mas esse Evangelho se vive no dia a dia, nos gestos da nossa vida, na entrega total a Deus, ao serviço dos nossos irmãos. Quando nos propomos viver o Evangelho é sinal de que nós queremos, ao longo de todo nosso peregrinar, não vivermos apenas para nós, mas, sim, viver para os outros, para os irmãos”, disse.
Ao terminar a homilia, o presidente da celebração recordou aos presentes que “ para ser santo não precisamos ser grandes intelectuais, não precisamos de doutoramentos, mas sim de humildade, simplicidade de vida, exemplo total aos irmãos que conosco caminham. Precisamos todos os dias da nossa vida nos identificarmos com este Jesus que se entregou inteiramente. Pois, Francisco ao se entregar inteiramente no seguimento de Cristo, recebeu as chagas, as marcas do crucificado, sinal de total adesão ao projeto de Deus, alguém que não viveu para si”, concluiu.
Na noite anterior, 3 de outubro, celebrou-se o Trânsito de São Francisco de Assis, momento em que a família franciscana meditou a morte, a páscoa do santo. E os frades cantaram e encenaram os últimos momentos da vida do seu fundador.
O TRÂNSITO DE SÃO FRANCISCO
A festa foi precedida pela novena que teve o seu início no dia 24 de Setembro, às 17h, e foi orientada pelos frades da Fraternidade São Francisco de Assis e as Irmãs Clarissas. Período este que se meditou diariamente a vida do santo tendo em conta as mais diversas facetas de sua vida.
Frei Abel Ndala Sahuma Nganji