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Festividades de Santo Antônio na Igreja do Sagrado em Petrópolis

13/06/2019

Notícias

Frei Augusto Luiz Gabriel

Petrópolis (RJ) – Costumeiramente, em todas as terças-feiras os devotos de Santo Antônio recorrem ao altar do Senhor suplicando milagres e graças por meio de bênçãos e do pão abençoado pelos frades da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ). Nesta quinta-feira (13/06), Festa do santo mais popular do mundo, não foi diferente. Durante todo o dia, os fiéis e devotos do santo franciscano movimentaram a centenária e histórica Igreja do Sagrado. E não foi somente neste dia 13 junho. O movimento já havia começado antes, onde, dia após dia, celebrou-se a Trezena de Santo Antônio.

Logo pela manhã, o ressoar dos sinos, que não são tocados durante o ano, ilustrou muito bem o significado da festa para os frades franciscanos. As faixas envolvidas nas palmeiras e na torre da Igreja deram um colorido a mais no dia de céu limpo e tempo firme. O povo, fiel e devoto, batia à porta da Igreja para receber bênçãos e participar das missas. A cada meia hora, os frades abençoavam o povo com água benta e distribuíam os pães. O milagre da multiplicação dos pães, atribuído ao santo, voltou a acontecer na Igreja do Sagrado, pois o cesto onde eram depositados não ficou vazio nem sequer um minuto! É o milagre da partilha, é Santo Antônio de Pádua, de Lisboa e de Petrópolis!

Às 6h20, os frades, irmãs e alguns paroquianos iniciaram o dia com a oração das Laudes. Logo em seguida, às 7 horas, o Vigário Paroquial, Frei Abílio Amaral Antunes, presidiu a primeira Celebração Eucarística. Depois, o tradicional bolo de Santo Antônio foi abençoado e vendido durante todo o dia.

Já às 8 horas, Frei Almir Ribeiro Guimarães, celebrou a Santa Missa e destacou que Santo Antônio é um dos santos mais venerados há séculos. “É o Santo de todas as causas”, afirmou. “É Deus quem santifica os santos. Ele é que opera maravilhas naqueles que se abrem ao seu amor, nos pequenos e simples. Dos que querem ser dele, totalmente dele, Deus faz santos”, enfatizou o frade, que é natural de Petrópolis. Terminou sua reflexão rogando a intercessão do santo por toda a juventude.

CONVERSÃO DO CORAÇÃO

O pároco Frei Jorge Paulo Schiavini presidiu a Missa das 15 horas. A Igreja novamente ficou lotada de devotos franciscanos, de rostos conhecidos e de pessoas que passando pela cidade deram uma pausa no dia para visitar o altar do santo. Em sua homilia, Frei Jorge apresentou aspectos da vida do franciscano a partir de um texto de Frei Luiz Iakovacz, destacando que sua canonização foi um dos processos mais rápidos de toda a história da Igreja.

“Essa mesma Igreja o denominou como a arca do pensamento, por conhecer e vivenciar profundamente a Palavra de Deus. Chamou-o de Trombeta do Evangelho por ser dotado de uma voz forte e clara. De Martelo dos Hereges, por defender a sã doutrina. É Doutor da Igreja por ser um teólogo eloquente e estudioso e pelos famosos Sermões sobre a Quaresma e os Evangelhos. A Igreja lhe atribui o epífito de maior Taumaturgo e o santo de todo o mundo, porque em toda a parte se encontra a sua imagem e devotos. Foi um frade de muita oração, humilde, disponível nos afazeres da casa, atencioso e carinhoso para com os pobres”, mencionou.

Segundo Frei Jorge, o povo via em Santo Antônio um protetor dos viajantes, dos pedreiros, dos namorados. Para ele, mais importante que os milagres é a conversão do coração. “Depois de escutar as suas pregações, eram tantos homens e mulheres que corriam aos confessionários que faltavam sacerdotes para atender tanta gente”, acentuou. “Com generosidade Santo Antônio assumiu sua fé, e testemunhou o Evangelho. Que ele interceda e seja um exemplo para todos nós”, desejou o frade.

“Que santo Antônio interceda por todos aqui presente e por suas necessidades. Que sigamos o caminho da conversão na pessoa de Jesus Cristo. Que anunciemos o Evangelho, acreditando no poder do amor de Deus sobre o pecado, o mal e a morte. Que testemunhemos com sinais de bondade e sensibilidade com os irmãos e irmãs”, pediu.

Ainda no período da tarde, houve a distribuição dos pães de Santo Antônio aos irmãos mais necessitados e, às 17h30, com a Igreja lotada, os frades rezaram com o povo a oração solene das Vésperas.

A última Missa do dia foi às 18 horas. Frei Jean Carlos Ajluni Oliveira foi o presidente da Celebração Eucarística. Frei Marcos Antônio de Andrade, Frei Ivo Müller e Frei Alberto Eckel Junior foram os concelebrantes. Os frades estudantes serviram como turiferário, naveteiro, cruciferário e acólitos, além da entoação dos cantos de toda liturgia própria do dia.

A SENDA EVANGÉLICA

Frei Jean, na sua homilia, certamente foi inspirado pelos bons exemplos de Santo Antônio. Começou relatando o trecho do Evangelho proposto pela liturgia que narra a ordem missionária do Senhor aos seus então onze discípulos. “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! A salvação depende da fé no anúncio do Reino de Jesus, feito por seus discípulos e do compromisso total com este reino simbolizado pelo batismo. ‘Quem crer e for batizado será salvo’. Juntamente com a missão do anúncio, o Senhor promete a sua assistência prodigiosa. Ainda que beberem algum veneno moral, não lhes fará mal. “Quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”, afirmou.

Segundo o frade, nesta celebração do Mistério Pascal de Cristo, manifestada na vida de Santo Antônio, o trecho do Evangelho lido parece de fato descrever a sua vida e missão. “Antônio de Lisboa desde muito jovem sempre ardeu no desejo de cumprir o mandato do senhor, ir pelo mundo e anunciar o Evangelho a toda a criatura. De fato, até aos peixes ele anuncia a Boa Nova do Reino no momento em que os homens se recusaram a aceitá-la. No caminho que o fez se tornar Antônio de Pádua, o desejo de alcançar confins da terra e dar testemunho de Cristo o fez encontrar na vida franciscana, a senda evangélica que o faria nunca mais se desviar da ordem do senhor: ‘Ir pelo mundo e anunciar o Evangelho a toda Criatura’”, disse.

“Foi cumprindo esta ordem que, renunciando aos seus projetos, cumpriu a vontade do Senhor numa vida totalmente comprometida com o Reino e de fato cheia de sinais. Sinais estes, relatados em suas legendas e tão conhecidos por nós, seus devotos e tantos outros sinais que cada um de nós nesta assembleia poderia relatar, verdadeiros milagres realizado pela intercessão daquele que é acompanhado pela força do Cristo. Como diz o Evangelho: ‘O senhor os ajudava e confirmava sua palavra por meio de sinais que a acompanhavam”, continuou.

NÃO É UM MILAGREIRO

Para Frei Jean, falar de Santo Antônio, não é apenas falar de um personagem do passado, um milagreiro, um ‘self-service’ de graças. “Por sua vida, palavra e exemplo, todos nós hoje somos com ele edificados como Igreja, Corpo de Cristo e com ele continuamente elevados até que um dia cheguemos todos à estatura de Cristo”, explicou.

Frei Jean ressaltou que Santo Antônio não quis honras para si. Segundo ele, o santo mantém os olhos fixos Naquele que ele segura nos braços: O Cristo e a Palavra. “Ele quer, portanto, nos guiar no caminho de Cristo, para que motivados pelo amor, e atendo-nos a verdade, cresçamos em tudo até atingir aquele que é a cabeça, o Cristo”, ensinou.

“Santo Antônio, o pobre frade franciscano, saindo de Lisboa e terminando em Pádua, tornou-se Antônio do mundo inteiro, assim o fez, pois desprezou tudo para amar aquele que é tudo. São Francisco de Assis mesmo já dizia: ‘Meu Deus e meu tudo’, certamente Antônio aprendeu com seu pai. E amando a Deus, amou a sabedoria que procede só de Deus. Amando-a e desejando-a mais que tudo, aprendendo sem falsidade e repartindo sem inveja, não escondeu suas riquezas”, sublinhou.

Frei Jean chamou atenção para o fato de que na tradição o número dos discípulos eram doze, fazendo referencia as doze tribos de Israel. Porém, segundo o frade, o Evangelho proferido relatava apenas onze discípulos. “Mas eu pergunto, poderíamos incluir Santo Antônio como o 12º discípulo? Certamente, sim, e de fato ele o foi, e seu sábio e santo discipulado nos reúne aqui hoje, no dia em que a Igreja comemora sua festa. Mas tenho a certeza de que seu eu fizesse a mesma pergunta para Santo Antônio, ele diria que o lugar do décimo segundo discípulo atento e disponível para cumprir o mandato do senhor de ir e anunciar é de cada um de nós, batizados, que aqui estamos reunidos em seu louvor”, completou.

E pediu, concluindo sua homilia: “Oh, Santo Antônio de Lisboa, de Pádua, de Petrópolis, do mundo inteiro, que sua poderosa intercessão nos auxilie em nossa pequenez e desperte em nós o desejo de cumprir o mandato do Senhor em nossas vidas, de acordo com nossos dons e possibilidades e, assim, convosco, rendamos glória à Trindade Santa na Eucaristia eterna nos céus. Amém”.

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