Festa das Chagas e do Convento São Francisco de SP
18/09/2012
Por Moacir Beggo
O Convento São Francisco, no centro da metrópole paulistana, festejou nesta segunda-feira, 17 de setembro, 370 anos de história. A Missa de Ação de Graças por esta data também foi especial porque neste dia se celebrou a impressão das Chagas de São Francisco de Assis.
O Definidor desta Província, Frei Mário Tagliari, representando o Governo Provincial, presidiu a celebração ao meio-dia, tendo como concelebrantes o guardião e reitor do Convento e Santuário, Frei Salésio Hillesheim, e Frei Agostinho Piccolo. Também estava presente na celebração a Conselheira da Presidência da Ordem Franciscana Secular para países de Língua Portuguesa, Maria Aparecida Crepaldi.
Frei Mário lembrou na sua homilia que os frades chegaram dois anos antes de começar a construção deste importante patrimônio religioso e cultural. “Os frades moravam ali, na Praça do Patriarca, neste início de presença. Quando ganharam este terreno, construíram o antigo Convento onde hoje fica a a faculdade de Direito da USP. Dos 370 anos, sobraram a Igreja e um pouquinho do convento nos fundos desta igreja. O prédio que os frades moram é bem mais recente, pois foi construído em 1940”, explicou Frei Mário, lembrando que a Igreja da OFS, ao lado, tem o nome de São Francisco das Chagas.
Segundo o Definidor da Província, durante 372 anos os frades viveram e difundiram o carisma de São Francisco, que é o seguimento do Cristo, Pobre e Crucificado, como escreveu na Regra de Vida aos Frades Menores.
“São Francisco de Assis foi marcado pela Cruz de Cristo desde o início de sua conversão. Importante que nós lembremos que diante do Crucificado, nas ruínas de São Damião, São Francisco indaga ao Senhor: ‘O que queres que faça?’. Francisco ouve deste Crucificado: ‘Francisco, restaura a minha casa, não vês que está em ruínas’. E aí, então, começa esse processo de conversão de Francisco, que, segundo Celano e, depois, Boaventura, foi de conformar-se ao Cristo Crucificado”, acrescentou Frei Mário.
Segundo Frei Mário, Francisco pediu duas graças: sentir o quanto possível a dor que Cristo sofreu na cruz e a paixão, o amor, que levou a assumir a cruz, a morrer nela para dar a vida a todos, como um gesto definitivo de entrega na vontade do Pai e de entrega aos irmãos. “Hoje, faz 788 anos que São Francisco recebeu os estigmas no Monte Alverne. Eles foram a coroação de todo um processo de vida para viver conforme diz São Paulo e que ouvimos na primeira leitura: outra coisa não quero, não desejo, não busco a não ser estar com o Cristo crucificado”, observou.
E concluiu Frei Mário: “Irmãos e irmãs, espelhados no nosso Pai São Francisco, mas de modo muito especial no seguimento do Cristo Pobre e Crucificado, também saibamos um dia assumir a Cruz e fazermos discípulos e missionários de Cristo”.
Frei Salésio acolheu e agradeceu a todos na celebração e lembrou que era momento “bendizer a Deus por tantos anos e pedir a Ele outros tantos anos para que este lugar, o Convento São Francisco, possa servir como luz, que brilhe no meio desta grande cidade”, disse o guardião que já se prepara para a festa do Padroeiro, no dia 4 de outubro, e para a festa de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, no dia 25 de outubro.