Moacir Beggo

 Vila Velha (ES) – O pregador do sexto dia do Oitavário da Festa da Penha, Pe. Edmilson Boechat de Castro, da Paróquia São Francisco de Assis, foi bastante enfático: “Se Cristo não ocupar o centro de nossas vidas, a nossa evangelização será ruim. Nós ficaremos a noite toda como os discípulos ficaram no mar sem pescar nada”. A Celebração Eucarística no Campinho, às 15 horas deste dia 26 de abril, foi presidida pelo Pe. Fernando Antônio Silva de Souza, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, e a liturgia esteve a cargo da Área Pastoral de Vitória. O guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, acolheu os devotos de Nossa Senhora um pouco antes da Missa, entre eles todos os militares que vieram em romaria homenagear Nossa Senhora.

Além dos frades das três Fraternidades do Espírito Santo, estavam presentes frades da Província Franciscana, entre eles o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella, representando a Província da Imaculada Conceição.

É pela terceira vez que Jesus aparece aos seus discípulos, desta vez foi no lago de Tiberíades. Eles voltaram para a pesca, ainda estavam com aquela incerteza. Voltam à vida velha que faziam antes. Voltar a pescar peixes. Enquanto estão pescando a noite toda, diz o Evangelista João, que eles não conseguem pescar nada. E aí às margens do lago Jesus está lá. Com sua palavra, passa aos pescadores a confiança e a promessa de sucesso. E assim acontece: A pesca de cento e cinquenta e três grandes peixes.

“O Evangelista Joao faz questão de dizer que eles estavam a poucos metros de Jesus. O que o Evangelista quer dizer para nós? Que é preciso ouvir a voz de Jesus. Ele não pode ficar na margem, mas tem que ficar sempre no centro de nossa vida. Ele tem que ocupar toda em nossa vida”, ensinou Pe. Edmilson.

Segundo o pregador, quando ele aparece no meio dos discípulos, está indicando que Ele deve ocupar o centro de nossa vida. “Se não for com Jesus, nós nunca faremos pesca nenhuma. Nós só conseguiremos trazer almas para Deus, diz Lucas nos Atos dos Apóstolos, pelo nome de Jesus, a pedra, que vós, os construtores, desprezastes, e que se tornou a pedra angular”, lembrou o sacerdote.

Jesus precisa ser o centro de nossa vida. Se ele não ocupar o centro de nossas vidas, de nossas atitudes, a nossa evangelização será ruim. Nós vamos ficar a noite toda como os discípulos ficaram no mar sem pescar nada. E quando vieram para às margens do lago, o discípulo que amava Jesus identificou o mestre. Não foi Pedro, Tiago ou outro discípulo, mas foi João que foi capaz de ir além. Ele vai justamente ao coração do mestre”, explicou.

Segundo o sacerdote, Jesus vai fazendo um caminho pedagógico com seus discípulos e eles vão aprendendo aos poucos enxergar com o coração a ressurreição, algo verdadeiro no meio deles. “Nós contemplamos o caminho que devemos fazer: nós devemos ouvir a voz do mestre. Nós devemos ouvir aquele que anuncia a verdade. Aquele que manda lançar as redes para águas mais profundas. Ele pede que sejamos os missionários a lançar as redes, sem medo”, enfatizou.

“Nós, nesta semana, temos a graça de celebrar aqui, de modo especial, a Senhora das Alegrias, a Virgem da Penha. Aquela que nos aponta Jesus, como caminho, verdade e vida. Aquela que aponta como ser obediente ao ouvir a palavra do Senhor. Aquela que foi obediente em tudo. Aquela que ouviu a voz do anjo e disse ‘sim’. Maria nos ensina a obediência, assim como os discípulos quando obedeceram a Jesus ao lançar as redes. Maria nos ensina a ser obedientes e nos aponta Aquele que é o único que pode nos salvar. Faça tudo o que Ele vos disser. Ela nos aponta a direção com seu exemplo de serva”, completou.

MOMENTO DEVOCIONAL FRANCISCANO

O momento devocional franciscano, que antecede a celebração eucarística, foi presidido neste sexto dia do Oitavário da Festa da Penha por Frei Paulo Pereira, guardião do Convento da Penha. Além das orações, súplicas e cantos, Frei Paulo faz sempre uma reflexão e nesta sexta-feira pediu para rezar pelos falecidos. “Muitos de nós tivemos o privilégio de herdar essa devoção a Nossa Senhora no seio da família. Vamos recordar os falecidos de nossas famílias, que nos céus rezam conosco. As pessoas que nos ensinaram a crer na sua bondade e proteção”, disse lembrando tantos religiosos e religiosas, especialmente Dom Silvestre, Arcebispo de Vitória, que tinha um carinho muito grande pelo Convento da Penha. “Nós queremos nesta hora, recordar o exemplo de todos os falecidos e falecidas. Rezem por essas pessoas que ensinaram a você rezar”, pediu, dizendo: “Uma prece de gratidão que, do céu, eles certamente rezam conosco”.

ROMARIA DOS MILITARES

Militares das Forças Armadas, bombeiros e policiais se juntaram em uma romaria na tarde desta sexta-feira (26), em homenagem a Nossa Senhora da Penha. A caminhada acontece todos os anos e faz parte da programação da Festa da Penha 2017.

No início da tarde, os militares se concentraram no portão do Convento da Penha, na Prainha, e juntos subiram a ladeira carregando a imagem da santa. Militares do Exército, da Marinha e também bombeiros foram se revezando no caminho para levar a imagem. Policiais militares e civis também participaram da romaria, que terminou no Campinho do Convento, um pouco antes de iniciar a Missa do Oitavário. Os familiares de policiais militares também foram convidados para este momento de fé. Os militares católicos participaram fardados, de acordo com o fardamento de sua Unidade.

ROMARIA DOS HOMENS

A Festa da Penha entra, a partir deste sábado (27/4), na reta final. O sábado (27/04) dará uma dimensão desta grande manifestação de fé no Brasil. A começar logo cedo, 7 horas, quando a Romaria da Diocese de São Mateus sobe em direção ao Convento e termina solenemente com a santa Missa no Campinho. Enquanto isso, no Parque da Prainha acontece a Romaria das Pessoas com Necessidades Especiais e Celebração Eucarística. À tarde, às 14 horas, é a vez da Romaria da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim subir a colina de Nossa Senhora, participando do Oitavário e da Santa Missa. E, finalmente, às 19 horas, tem início a Romaria dos Homens, que deve reunir mais de 600 mil pessoas no percurso da Catedral ao Parque da Prainha. A última Celebração Eucarística acontece a partir das 23 horas.

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