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Podcast: Ester Baptistella fala do tema “Educar para o diálogo” no décimo episódio da Série CF 2022

01/04/2022

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“Educar para o diálogo” é o tema deste décimo episódio da Série da Campanha da Fraternidade, promovida pela Província da Imaculada Conceição, no formato podcast. A professora do curso de Psicologia da Universidade São Francisco (USF), Ester Cecilia Fernandes Baptistella, conversou com Frei Gustavo Medella sobre este assunto, tendo em vista o tema “Fraternidade e Educação” e o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31, 26) da CF 2022.

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Para a professora, o diálogo deve ser a base de toda a educação, em qualquer âmbito onde haja uma interação entre dois ou mais indivíduos, seja na família, na escola, no trabalho e na vida social. “É o diálogo que permeia essa relação. Por isso, dialogar implica, sobretudo, escutar ativamente o outro, antes de expressar a sua ideia ou opinião. Quando escutamos verdadeiramente o outro, demonstramos nosso apreço ao uso da palavra, como uma forma de envolver a outra pessoa e tudo aquilo que ela traz: seus medos, seus afetos, sentimentos, ideias”, explica.

“As relações interpessoais, no meu ponto de vista e de vários autores da pedagogia e da educação, devem ser pautadas no diálogo. Dialogar não significa ter que aceitar tudo, concordar com tudo o que a outra pessoa diz. Isso não é diálogo. É uma forma de submissão ao outro. No diálogo, a relação é entre iguais, uma relação fraterna. O importante, numa boa comunicação, é valer do diálogo para percebermos e escutarmos o ponto de vista do outro, nos dando a possibilidade de concordar com que o outro diz. É uma escuta baseada no sentimento de respeito e que precisa ser exercitada diariamente, aprendida e ensinada como a pedagogia do diálogo”, acrescenta Ester.

Segundo ela, a pedagogia do diálogo pode ser exemplificada pela importante relação que estabelece entre a fraternidade e o diálogo, constituindo uma atitude fundamental para relações mais saudáveis e humanizadas no processo educativo.

“É certo considerar que o exercício de educar também pressupõe a tarefa de impor limites àquele que se educa”, perguntou Frei Medella.

Para a professora, o limite faz parte do educar. “No entanto, diria que mesmo o limite deve ser construído pelo diálogo e não pela imposição. Não negociar o que é inegociável faz parte do processo educativo. Mas ao conversar sobre os limites, ao explicar as razões do que não pode ser feito com qualquer pessoa, em qualquer faixa etária, devemos ser autoridades e não autoritários, que são coisas completamente diferentes. Ser autoridade significa ter responsabilidade, cuidado e respeito pelo outro. Já ser autoritário implica numa relação de desigualdade de um sobre outro. Um manda, o outro obedece; um fala, o outro cumpre, sem que haja um entendimento, uma explicação, um diálogo sobre as razões da proibição”, esclareceu.

Para ela, o ofício do diálogo com o cultivo da cultura do encontro, tão propagada pelo nosso querido Papa Francisco, seja próprio de quem educa, cultiva, incentiva e promove a cultura do encontro. “A educação sendo uma tarefa da família, das instituições educativas e toda uma sociedade, ela não acontece isoladamente. É um processo coletivo e construtivo, onde um aprende com o outro dialogando. Assim, somos todos educandos e educadores, indo ao encontro do outro e suas necessidades e suas realidades. A cultura do encontro não aceita nenhum tipo de preconceito, de injustiça, pois busca resgatar no ser humano a capacidade de promover o cuidado, o acolhimento do outro. Eu acredito que as boas relações humanas podem promover os verdadeiros valores humanos: a fraternidade, a solidariedade e a cooperação. Sempre quando elas forem mediadas pelo diálogo.


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