Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Emoção e homenagens no adeus a Tuti Spengler

30/01/2018

Notícias

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Gaspar (SC) – O corpo da franciscana secular Gertrudes Crescência Spengler, carinhosamente chamada de Tuti, foi sepultado nesta terça-feira, 30 de janeiro, no Cemitério Municipal de Gaspar, em Santa Catarina. O bispo diocesano de Blumenau, Dom Rafael Biernaski, presidiu a Missa de Exéquias, às 10 horas, na Igreja Matriz São Pedro Apóstolo de Gaspar.

Apesar do horário e do período de férias, muitos amigos, franciscanos seculares e fiéis paroquianos compareceram para prestar a última homenagem a Tuti Spengler, que faleceu ontem (leia a nota do falecimento). Dom Rafael explicou já no início da celebração a ausência de Dom Evaristo Spengler, irmão de Tuti, e que ontem foi submetido a um cateterismo em Blumenau. Seu estado de saúde ainda inspira cuidados.

Dom Rafael acolheu a todos e agradeceu a Deus e a família pelo exemplo e testemunho da falecida. Falou também que a Igreja sempre está presente na vida das pessoas, desde o início com o batismo até a entrega da pessoa a Deus.

Frei Carlos Ignacia, guardião da Fraternidade de Gaspar, fez a encomendação e lembrou também o quanto Tuti foi importante na comunidade, na Ordem Franciscana Secular e na Fraternidade dos Frades. “Uma pessoa de fé e grande testemunho”, disse.

Um dos concelebrantes, Frei Germano Guesser passou 12 anos como pároco em Gaspar e conheceu bem Tuti e sua família. Para ele, a terceira franciscana era uma mulher com princípios fortes, sempre tendo como parâmetro o Pobrezinho de Assis. “Na sua vida espalhou os valores que bebeu da fonte de Assis: ternura, solidariedade, humildade, fraternidade, alegria. Tuti viveu tudo isso na simplicidade, no serviço e na fé. Sua simpatia discreta cativava a todos. Foram doze anos em que tive o prazer de conviver com ela. Sempre estávamos próximos. Ela foi para nós uma mãe, uma irmã, amiga e conselheira. Quando precisávamos de um socorro, bastava uma ligação e a Tuti estava pronta”, recordou.

Frei Germano falou de sua dedicação na Paróquia e na Ordem Franciscana Secular, onde foi ministra local em três mandatos, e por último leu uma pequena mensagem de Frei Almir Guimarães, que, como assistente nacional da OFS, era muito próximo de Tuti:

tuti_3001Tuti, bem querida!
Teus irmãos e teus amigos estão por perto.
Estão escondidos dentro de teu coração.
Quantas lembranças, quantas recordações.
Você sempre presente na vida de tantos.
Sempre irmã, sempre amiga, sempre disponível.
Você sempre soube levar adiante as causas bonitas e nobres.
Muitos sempre contaram com você.
Não sabemos direito quando termina a viagem da vida, a grande viagem da vida, feita de acertos e de alguns desacertos.
Ramalhetes de alegria com cores luminosas.
Buquês de tristeza.
Que lá dentro de seu coração haja paz.
Que teu olhar sempre se encontre com o olhar do Ressuscitado.
Que tenhas certeza da sua presença e possa dizer: “É ele. É o Senhor que amo e sempre amei!”
No coração apreensão, é certo.
Mas também ação de graças pela sua vida, pelo seu jeito de ser, por tudo o que você representa para seus amigos, para a Paróquia de São Pedro, para sua família.
Que suas dores possam robustecer ainda mais belamente o Corpo Místico de Cristo.
Estamos bem perto de seu coração.

Dom Rafael, no final da celebração, leu a mensagem de Dom Evaristo.

“Senti naquele momento os braços de Deus abertos a acolhê-la para o abraço definitivo em seu Reino. Tuti cumpriu com fidelidade a missão que Deus lhe confiou nessa terra. Sua disposição, dizia, era para viver 100 anos, viveu 66, mas com tal intensidade que não podemos duvidar, foi uma vida plena.

Tuti foi uma pessoa humana linda, generosa, fraterna e amiga. Tuti tinha alma franciscana. Passou pelo mundo com simplicidade e humildade, mantendo o foco no essencial, sem se deixar seduzir pelos “encantos” do mundo.

Pensando na Tuti, lembrei hoje de um teólogo jesuíta que diz que o asceta moderno é aquele que entra no Shoping Center e só sai com aquilo que foi comprar. A Tuti não se deixou seduzir pelo consumismo. Foi, por exemplo, a última pessoa da família a ter um celular. Usou do que dispunha não apenas em benefício próprio, mas continuamente para partilhar solidariamente com quem precisava.

Tudo isso, à luz da fé, me dá uma alegria interior. Faz-me lembrar que “para os que creem, a vida não é tirada, mas transformada”.

Jesus disse que “se o grão de trigo não for lançado à terra, não produzirá novo fruto”. E que iria na frente preparar um lugar para os que o amam. “Na casa do meu Pai há muitas moradas”. A Tuti já encontrou sua morada no céu.

Foi o Senhor quem deu, o Senhor quem levou. Louvado seja o nome do Senhor.

Nesse momento desejaria muito estar com os familiares e amigos nos últimos momentos, ao lado da nossa Irmã Tuti. O médico disse que nesse momento, meu fragilizado coração tem que ficar no hospital para ser monitorado por 48 horas. Mas saibam, meu coração, minha mente e meu espírito estão aí com vocês e com a Tuti. Fico feliz que Deus me concedeu a graça de passar os últimos dias ao seu lado.

Minha gratidão e meu abraço fraterno a todos que nesse momento estão unidos à Tuti na fé e na oração”.