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Dom Evaristo leva carta sobre a Amazônia na Câmara dos Deputados

04/09/2019

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São Paulo (SP) – Nesta quarta-feira (4/09), Dom Evaristo Spengler, bispo da Prelazia do Marajó e que pertence a esta Província Franciscana, esteve na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para entregar a carta escrita pelos participantes do Encontro de Estudo do Instrumento de Trabalho do Sínodo da Amazônia, que aconteceu em Belém (PA), entre os dias 28 a 30 de agosto. Ao lado dele, estavam diversas lideranças indígenas e ribeirinhas.

Na ocasião, estava reunida na Câmara a Comissão Geral para debater a preservação e proteção da Amazônia, presidida pelo deputado Alessandro Molon.

Em sua fala, Dom Evaristo afirmou que a Igreja Católica e outras igrejas cristãs estão preocupadas com a Amazônia, mas que esta tensão não é motivada somente pelas últimas ocorrências – incêndios e desmatamento registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “Desde o ano 1952, os bispos da Amazônia já se reuniam para debater os graves problemas daquela região, antes mesmo que houvesse no Brasil a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, ponderou o prelado.

O franciscano recordou o 1º Encontro da Igreja na Amazônia, ocorrido em 1972, que resultou no histórico “Documento de Santarém” e o encontro de 2016, de onde surgiu a carta dirigida ao Papa Francisco solicitando a convocação do Sínodo para a Amazônia – pedido que foi prontamente aceito pelo Pontífice.

“Este Sínodo tem que ser compreendido como uma continuação da Encíclica Laudato Si’, considerando a preocupação do Papa com o futuro da nossa Terra , do nosso planeta, que ele chama de Casa Comum. É essa Casa Comum que está em jogo”, alertou Dom Evaristo.

Em seguida, o franciscano leu alguns trechos da carta, divulgada ao final do encontro em Belém.  LEIA AQUI.

 

“Na análise dos bispos, junto com o Papa Francisco, percebe-se que a Amazônia está num contexto global de disputa. O Papa já havia denunciado em Puerto Maldonado, na Amazônia peruana, em janeiro de 2018. A Amazônia é um território disputado por visões de mundo diferentes, por diversos modos de ver a relação com o ambiente. São modos diferentes de tratar com a economia. De um lado, vemos os povos tradicionais, indígenas, quilombolas, ribeirinhos que preservam o meio ambiente – e até o enriquecem. De outro lado, vemos o agronegócio, as madeireiras, as mineradoras invadindo, poluindo, destruindo o meio ambiente”, relatou o bispo da Prelazia do Marajó.

E continuou: “Esse confronto não se dá só na Amazônia. Hoje este confronto de modelos está em todos os lugares: na cidade, no campo, no Brasil e no mundo. A Igreja se questiona: de que lado estamos neste momento? Nós estamos do lado dos fracos, assim agiu Jesus. Ele defendeu os pobres, os vulneráveis, os fracos. A Igreja se compromete com os povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e todos os povos vulneráveis da nossa Amazônia”, concluiu Dom Evaristo.

Ao final, o presidente da Comissão agradeceu a presença do grupo e afirmou: “É grande a nossa esperança com o que sairá no Sínodo da Amazônia”. Dom Evaristo foi convidado a compôr a mesa em seguida.