Frei Rafael T. Nascimento

Frei Olavo veio do Rio de Janeiro aos 95 anos

AGUDOS (SP) – O Capítulo das Esteiras é uma oportunidade única para que os frades da Província se encontrem, revejam confrades que vivem distante, recordem momentos passados juntos, troquem experiência, convivam, joguem um pouco de conversa fora.

Depois de dois dias de trabalhos, partilha e convívio – o segundo deles, com a presença do Ministro Geral, Michael Anthony Perry e do Definidor Geral para a América Latina, Frei Nestor Schwarz –, nesta quinta-feira, 25 de setembro, o último dia do Capítulo das Esteiras, 43 frades celebram seu jubileu de vida religiosa ou de sacerdócio. Dentre esses, alguns chamam a atenção pela disposição e entusiasmo pela vocação que mostram ao terem se deslocado de suas cidades para o Seminário de Agudos. Não é tanto a disposição de vir, quanto a idade dos que esbanjam esse entusiasmo.

Frei Gaudêncio Sens dá um banho de animação quando toca no assunto: “Quando veio a notícia do Capítulo das Esteiras, logo me inscrevi. Aconteceu que me sobreveio uma doença da coluna. Busquei tratá-la para poder vir. Quais eram os motivos principais? Primeiro, celebrar os meus sessenta anos de vida franciscana; segundo, vim para aprender a ser de verdade, ao menos um pouco mais, frade menor, do lado dos menores”. Entusiasmo também não falta ao Frei Felipinho, que deixou Pato Branco “porque queria ver meus confrades, matar a saudade deles, trocar ideias com eles, saber como estão”. E dá uma aula de ótima disposição: “Conseguimos chegar até aqui, nessa idade, conservando o frescor, a alegria, a felicidade. É uma glória celebrar os sessenta anos de vida religiosa. E vou celebrar outros jubileus ainda porque tem tempo”.

Frei Cássio Vieira, jubilando

Frei Policarpo Berri, que tem irmãos, primos e tios franciscanos lembra orgulhoso que “aqui em Agudos, vou celebrar, nesta quinta-feira, 70 anos de vida religiosa. Agradeço a Deus, a São Francisco e à Província por tudo o que se realizou na minha pessoa. Agradeço sobretudo a Nossa Senhora, a quem invoquei desde ‘pequeninho’”.

O Frei Cássio, que também celebra seu jubileu, não fica para trás: “Eu nem sei quantos são os jubilandos de nossa Província, mas dá uma lista bem grande, e eu caí nesse meio. Não sei bem o que vão festejar, se os 65 anos de padre, que completo agora, ou os 93 anos de idade, mas de qualquer forma estou efusivo, muito, alegre, por ver um conjunto tão grande de religiosos, reunidos de toda a Província. E agora recebemos até o Ministro Geral e o Definidor Geral. A festa está grandiosa. Estou feliz e me alegra muito ver tantos religiosos com convicção e também alegria, reunidos nesse casarão histórico, que é o Seminário de Agudos”.

Muito mais econômico com as palavras e bastante tímido, Frei Olavo Seifert, o mais velho do grupo, com 95 anos de vida e 67 de padre, celebra 73 anos de vida religiosa. Mora no Convento de Santo Antônio, no Rio de Janeiro e enfrentou uma viagem de 12 horas e meia. Não é a primeira vez que vem a um Capítulo das Esteiras e, perguntado, disparou: “Tô, tô gostando”. Frei Olavo participou do encontro com o Ministro Geral, que segundo ele, “é muito simples”.