Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Devoção e arte no quarto dia da Trezena de Santo Antônio

03/06/2017

Notícias

Moacir Beggo

 São Paulo (SP) – No quarto dia (3/6) da Trezena de Santo Antônio, no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, o pregador Frei Gustavo Medella abordou o tema do seguimento de Cristo tendo como modelos Maria Santíssima e Santo Antônio. Frei Gustavo também soltou a sua voz ao fazer uma homenagem à Mãe de Deus cantando “Maria, exemplo de mãe”. Além da devoção do momento, o dia também foi de arte com o Concerto de Música Erudita logo após a Celebração Eucarística, que teve início às 15 horas.

Frei Gustavo, que é Definidor e coordenador da Frente de Comunicação da Província da Imaculada, partiu do evangelho do dia para fazer a sua reflexão: “O ensinamento que Maria e Antônio nos trazem neste dia festivo é o de que, com muita frequência, a decisão de seguir Jesus nos traz mais perguntas do que respostas, mais trabalho do que descanso, mais desconforto do que repouso”, observou o pregador.

Segundo o frade, Maria, ainda muito jovem, recebe a visita do anjo que apresenta a ela os planos de Deus. Ali já se planta no coração da menina uma série de perguntas: como se daria aquilo tudo? Que caminhos ela deveria seguir? Como José reagiria àquela gravidez sobrenatural? Ela daria conta de orientar e instruir o Filho de Deus? “Maria não tinha todas as respostas, ou melhor, possuía perguntas, mas mesmo assim corajosamente se colocou a serviço do projeto de Deus. Com o passar tempo novas questões foram surgindo e Maria, fielmente, guardava tudo isso no coração. Mesmo sem compreender tudo, jamais deixou que o medo paralisasse a sua disposição em se colocar no seguimento de Jesus. Por isso chamamos Maria de Mãe e primeira discípula do Senhor”, explicou.

Já Antônio, segundo Frei Medella, desde pequeno tinha uma alma inquieta, buscando aquietar-se em Deus. Descobriu sua vocação à vida consagrada e ingressou no Mosteiro Agostiniano em Coimbra, aos 19 anos, e lá ordenou-se sacerdote aos 25. “Mas as perguntas ainda seguiam aquele jovem seguidor. Eis que certo dia passam por seu mosteiro alguns frades franciscanos que rumavam para a missão na África, no Marrocos. Aquela visita deixou seu coração inquieto e mais inquieto ficou quando descobriu que aqueles missionários e abnegados seguidores do Senhor derramaram seu sangue em missão e se tornaram mártires da causa do Reino”, recordou o frade. “Antônio segue o rumo de seu discipulado e sente chamado por Cristo para se tornar um frade franciscano, impulsionado por um misterioso desejo de levar à radicalidade do martírio se necessário fosse o seu seguimento de nosso Senhor”.

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Dois santos, duas histórias, dois modelos de seguimento que têm em comum frequentes e intensos momentos de inquietação interior, de perguntas que não possuem respostas rápidas e imediatas. “Grande lição para nós que estamos nesta escola da vida como candidatos ao discipulado. Perceber que abraçar a fé demanda coragem e disposição para encarar as perguntas que a vida nos faz. Olhar a história destes grandes homens e mulheres que nos precederam nos dá força para encararmos as nossas cruzes, as nossas questões. Que este ensinamento precioso de Antônio e Maria qualifiquem-nos cada vez mais como discípulos e discípulas de Nosso Senhor Jesus Cristo”, completou Frei Medella.

O pároco Frei Alvaci Mendes da Luz lembrou que no próximo final de semana começa a Festa Junina no claustro do Convento. E no domingo, às 10 horas, haverá a procissão com a imagem de Santo Antônio partindo da Igreja de Santo Antônio da Praça do Patriarca até o Convento no Largo São Francisco. Neste domingo de Pentecostes, a Novena, que chega ao quinto dia, será celebrada às 10 horas. A celebração terminou com a bênção de Santo Antônio com uma relíquia do santo franciscano.

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ARTE BARROCA

O barroco Convento São Francisco não poderia ser o palco mais perfeito para a Orquestra Arte Barroca, que fez um concerto de música erudita logo após a Missa. Formada em 2007 por Paulo Henes, esta Orquestra tem como proposta interpretar repertório camerístico e orquestral dos séculos XVII e XVIII, época do período Barroco. O diferencial desses músicos é apresentar cópias de instrumentos barrocos usados nas orquestras daquele período.

Além de violinos e violas, usa outros instrumentos que compunham o baixo contínuo, tais como violoncelo, contrabaixo, guitarra barroca, teorba e cravo. Neste concerto teve no repertório Vivaldi (“L’Olimpiade”, Concerto II Op 4 para violino, cordas e contínuo e Concerto para Cordas em Sol Menor) e Georg Philipp Teleman (Sonata 1 e Concerto para flauta, cordas e contínuo).