Convite para se abrir ao amor de Deus, pede D. Eduardo
11/03/2018
Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo
São Paulo (SP) – “A Igreja, através dos seus Ministros, pede para proclamar ao mundo o amor de Deus”. A palavra amor, repetida intensamente por Dom Eduardo Vieira dos Santos, bispo auxiliar de São Paulo, deu o tom na Celebração Eucarística, às 10h30, na Igreja do centenário Convento São Francisco no centro de São Paulo, quando Frei Marx Rodrigues dos Reis recebeu o primeiro grau do Sacramento da Ordem, o Diaconato.
O carioca Frei Marx, filho de Heloíza e Marco Aurélio Ribeiro dos Reis, pode servir, agora, ao povo de Deus na ‘diaconia’ da liturgia, da palavra e da caridade. Esse momento foi testemunhado pelos familiares, confrades das Fraternidade local e vizinhas, sacerdotes e religiosos (as) na igreja do Convento, repleta de fiéis. Frei Diego Melo, em seu comentário, introduziu os participantes a esta festa da ordenação para o ministério do serviço. Ao lado de Dom Eduardo estavam como concelebrantes o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, o Guardião Frei Mário Tagliari e o Pároco Frei Alvaci Mendes da Luz.
“Jesus convida através do diácono, através dos padres, através dos frades, o mundo à conversão. E nesse tempo da Quaresma somos chamados a refletir sobre a nossa vida de cristão. Somos chamados a acolher esse amor misericordioso de Deus de modo muito particular na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, que não veio para julgar o mundo, mas para salvar”, reforçou o bispo auxiliar, recordando que este 4º Domingo da Quaresma, 11 de março de 2018, é chamado como o da alegria, ou “Laetare“, uma “pausa nesse tempo litúrgico para nos alegrarmos com a vitória sobre a morte”.
Sempre muito próximo dos frades das duas Fraternidades que fazem parte da sua região episcopal – o Convento São Francisco e a Paróquia Santo Antônio do Pari -, Dom Eduardo falou de sua alegria de estar presidindo a celebração e brincou com o “cabelo arrepiado” de Frei Marx, arrancando risos da Assembleia.
Para o bispo ordenante, o diácono tem uma dupla missão: ser arauto da alegria e do amor de Deus. “Todos já sabem que o diácono é um homem de Deus, não é? Que o padre é um homem de Deus? Não é? Diácono é aquele que veio para servir e não ser servido. E se coloca a serviço, de modo particular, proclamando a Palavra de Deus para o povo de Deus; servindo no altar; e no serviço à caridade. Esse nem precisamos falar para os franciscanos. É próprio do carisma franciscano o amor aos pobres, o amor aos sofredores, o amor aos últimos. E nesse tempo bonito da Igreja, de modo particular no Pontificado do Papa Francisco, nós temos exemplos de sobra, de amor à Palavra, de amor à Eucaristia, de amor ao povo, de modo especial aos mais simples. Depois tem os demais sacramentos que, como diácono, Frei Marx irá desempenhar”, explicou Dom Eduardo.
“Nesse tempo da Quaresma, somos chamados a acolher Jesus, a Palavra de Deus encarnada no mundo, que veio para nos salvar. A missão de Jesus é essa: revelar que Deus é amor. Então, maior presente do amor de Deus para humanidade é o envio de Jesus Cristo e a sua missão é revelar que Deus é amor, que Deus é Pai, que Deus ama a cada um, a cada uma. Mesmo diante dos erros, Deus ama a todos igualmente”, enfatizou, reforçando o lema escolhido por Frei Marx: “Permanecei no meu amor” (Jo 15,9b).
“Agradecemos pelo ‘sim’ de Frei de Marx, que nesta Fraternidade, nesta Igreja, é chamado, como a cada um e cada uma, a proclamar o amor de Deus”, completou, desejando felicidade ao neodiácono e pedindo que seja “um fervoroso discípulo de Jesus Cristo”.
O RITO DIACONAL
Após a liturgia da Palavra, deu-se início ao rito de ordenação diaconal. Frei Fidêncio apresentou o candidato eleito para o diaconato, pedindo que Dom Eduardo o ordenasse, atestando assim, a sua idoneidade bem como a aprovação do Governo Provincial.
Acolhendo o chamado e a missão que o próprio Senhor lhe confiava neste momento, Frei Marx confirmou diante da Igreja e de seu pastor, o seu firme propósito de cumprir fielmente o ministério diaconal. Reconhecendo, porém, as grandes exigências deste ministério e a necessidade da graça divina, Frei Marx prostrou-se por terra, enquanto Dom Eduardo convidou toda a comunidade a implorar, juntamente com todos os santos e santas de Deus, por este irmão eleito para o ministério diaconal.
Momento forte e de simbolismo rico quando o eleito ao diaconato se prostra no chão em sinal de total entrega a Deus, confiando plenamente nas mãos Daquele que tudo pode.
Em seguida, estando o ordenando de joelho, Dom Eduardo impôs as mãos sobre a sua cabeça. No rito de ordenação diaconal, apenas o bispo é quem impõe as mãos, diferentemente da presbiteral, quando todo o colegiado dos presbíteros impõe as mãos também. Após um breve momento de silêncio, o bispo ordenante, de mãos estendidas, faz a prece de ordenação.
Após a solene imposição das mãos do bispo e a Prece de Ordenação, os pais trouxeram em procissão a estola diaconal e a dalmática. Frei Mário e Frei Roberto Aparecido, seu colega de turma, ajudaram a vesti-lo. Depois, ele recebeu das mãos do bispo o Evangeliário: “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro; transforma em fé viva o que leres, ensina aquilo que creres e procura realizar o que ensinares”, disse D. Eduardo. E, por fim, através de um caloroso abraço, o bispo acolheu o neodiácono e desejou-lhe a paz. Ele também foi abraçado pelos pais e pelos seus confrades.
Terminado o rito, Frei Marx passou a servir no altar pela primeira vez como diácono.
GRATIDÃO E EMOÇÃO
Frei Fidêncio, em nome da Fraternidade Provincial, fez os agradecimentos finais e destacou a presença sempre fraterna de Dom Eduardo, agradeceu à Fraternidade do Convento São Francisco, que acolheu Frei Marx para viver a primeira transferência e, junto com Frei Diego, “viver a sua itinerância” nessa prioridade que a Província escolheu, que é cuidado na animação vocacional. “Que vocês possam ser uma dupla dinâmica e, com o seu diaconato, exercer esse ministério como o bispo nos lembrava, sendo um homem de Deus no altar, na Palavra e na caridade, sobretudo nesse serviço específico. Que Deus te abençoe e conte sempre com a Fraternidade Provincial. Papai e mamãe, obrigado de coração pela presença de vocês. Vocês já fazem parte da nossa família desde que ele entrou na Ordem Franciscana e hoje esse elo, essa comunhão, também se estende. Obrigado pela presença de todos e todas que vieram de muitas comunidades”, sublinhou.
Frei Marx agradeceu a Deus, que “em seu gesto de amor me chamou e chamou a tantos outros e, certamente, chamará muitos homens e mulheres para servir como ponte entre o amor de Deus e toda a criação. Por isso, servirei a este amor e ao amor de Deus. O amor de Deus se dá na Eucaristia, na mesa da Palavra, e na caridade aos irmãos”, disse.
Agradeceu o Cardeal D. Odilo e demonstrou todo o seu carinho a Dom Eduardo: “Entre sempre em nossas vidas como aquele que nos ama e ama Deus sobre todas as coisas”, enfatizou. Depois, agradeceu especialmente Frei Fidêncio e, em seu nome, a todos os frades da Província, colaboradores e pessoas que ajudaram na concretização desta celebração. Nos agradecimentos a seus pais e familiares, emocionou-se lembrando as dificuldades que a família enfrentou, mas nunca deixou de “acreditar na humanidade” como ensinou seu pai.
Por último agradeceu a Paróquia e aos paroquianos e todos os fiéis presentes, entre eles os amigos de Nilópolis e Imbariê, onde morou por último.
Frei Marx, filho de Heloíza e Marco Aurélio Ribeiro dos Reis, nasceu em São João de Meriti (RJ) no dia 28 de setembro de 1989. Tem duas irmãs: Amanda (33 anos) e Yolanda (30 anos). Ele ingressou no Aspirantado de Ituporanga em 2008 e vestiu o hábito franciscano em 2010. Cursou Filosofia e Teologia nos anos seguintes e, atualmente, reside no Convento São Francisco, onde está a serviço da Animação Vocacional Provincial.