No próximo dia 17 de setembro, a Família Franciscana em todo o mundo celebra a Festa da Impressão das Chagas, também conhecida como Estigmas de São Francisco de Assis. Esta data faz parte das celebrações do VIII Centenário Franciscano, que teve início com os 800 anos da Regra de Vida e os 800 anos do Natal de Greccio.

Na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, as celebrações dos Estigmas de São Francisco foram preparadas de forma a permitir que a comunidade vivencie momentos de reflexão, com base na história e no percurso do Santo Seráfico, que experimentou em sua carne as marcas de Jesus Cristo.

De acordo com conteúdo disponível no site franciscanos.org.br, no verão de 1224, durante sua última visita ao Monte Alverne, Francisco procurou um lugar ainda mais “solitário e secreto” para fazer a quaresma de São Miguel Arcanjo. Na manhã de 17 de setembro de 1224, os céus se abriram, e Cristo crucificado desceu ao Monte na forma de um serafim. “Francisco desceu do monte trazendo consigo a imagem do Crucificado, não esculpida em blocos de pedra ou madeira por mãos habilidosas, mas reproduzida em sua própria carne pelo dedo do Deus vivo” (Legenda Maior 13, 5).

Tocado por Deus, São Francisco foi ao encontro dos pobres, dos doentes e dos necessitados, transmitindo-lhes o amor divino. O encontro com o Crucificado levou Francisco a buscar os crucificados da história.

Seguindo os passos de São Francisco e atentas às realidades deste mundo, algumas Fraternidades iniciaram as celebrações na sexta-feira (13/09), como ocorreu na programação organizada pela Família Franciscana da capital do Rio de Janeiro, que organizou diversas celebrações e atividades, presenciais e on-line, até o dia da festa. Para acompanhar as atividades, os fiéis podem acessar a página do Convento de Santo Antônio do Largo da Carioca.

Paróquia Santo Antônio

Na Paróquia Santo Antônio, em Sorocaba (SP), foi preparado um tríduo, começou no dia 14 de setembro, com missa às 19h. No dia 15 de setembro, o tríduo foi celebrado na missa das 10h, e o encerramento ocorreu no dia 16 de setembro, com missa às 19h. A solenidade em comemoração aos 800 anos dos estigmas será neste dia 17 de setembro, às 19h. Os detalhes da programação estão disponíveis nas redes sociais da Paróquia.

De acordo com o pároco, Frei Gilberto Marcos Sessino, é importante celebrar as Chagas daquele que se identificou com Cristo nas dores, na pobreza e na humildade. “São Francisco nos traz, não apenas a recordação de um acontecimento ocorrido há 800 anos, mas nos mostra que é possível a todo ser humano amar profundamente o Cristo sofredor”.

Ele explicou que celebrar as chagas hoje é reviver o amor de Deus por nós, pois Ele nos quer santos e nos mostra que, em um mundo tão insensível, desumano e consumista, há uma alternativa: amar Aquele que nos ama incondicionalmente. “Hoje, os chagados são os pobres, os dependentes químicos, os moradores de rua e os desprezados em geral. Acolher cada um deles é ver no irmão o próprio Cristo, que disse: ‘Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim’ (cf. Mt 25-35,36). Acolher cada um desses filhos e filhas de Deus é disseminar o amor e nos tornar testemunhas da Boa Nova de Jesus Cristo.”

Santuário São Francisco

No Santuário de São Francisco de Assis, localizado no Largo São Francisco, região central de São Paulo, as celebrações também começaram com um tríduo no sábado, 14 de setembro. Em todas as celebrações haverá exposição e bênção com o Santo Lenho da Cruz de Cristo. Neste dia 17 as celebrações da Festa das Chagas de São Francisco, começaram às 7h30, 10h, 12h e a última às 15h.

Para Frei Mário Luiz Tagliari, reitor do santuário, São Francisco é sempre atual. “Ele encontrou-se com o Cristo pobre e crucificado no início da sua conversão. No crucifixo de São Damião, pediu que sua casa em ruínas fosse reconstruída; depois, encontrou-se com o Cristo crucificado no leproso. Em pouco tempo, São Francisco descobriu que o projeto de Deus para ele não era apenas reconstruir sua Igreja em ruínas, mas a humanidade em ruínas. A partir daquele momento, o Santo Seráfico passou a identificar-se com os pobres do seu tempo, curando suas feridas e dedicando-lhes amor, pois via neles o Cristo. Por isso, São Francisco é tão atual para nós. Celebrar os estigmas nos aproxima da dor do Filho de Deus e do Seu amor ”.

Segundo o frade, a celebração dos 800 anos das Chagas do Pai Francisco nos faz enxergá-lo como um importante modelo e exemplo de seguimento do Cristo pobre e crucificado. Assim como ele, devemos acolher os chagados de nossa comunidade, de nosso mundo e de nossa cidade. “Que a celebração das chagas possa atualizar a mensagem sempre viva do Evangelho: ‘Todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes’ (cf. Mt 25,40). Assim disse Jesus na bela Parábola do Juízo Final. O que vai nos identificar como discípulos de Jesus é o quanto nos dedicamos aos cuidados com os crucificados de hoje”, afirma.

Logo após a celebração dos estigmas, no dia 21 de setembro, o Santuário iniciará as atividades em preparação à Festa de São Francisco de Assis, no dia 4 de outubro. A novena de São Francisco e o devocional a Frei Galvão terão início no dia 25 de setembro. Até o dia 3 de outubro, os horários serão: 15h, de segunda-feira a sábado, e 10h aos domingos. O devocional será sempre às 10h, com bênção da saúde, terço votivo e distribuição das pílulas de Frei Galvão.

No dia de São Francisco de Assis, 4 de outubro, haverá celebrações às 7h, 8h30, 10h, 12h, 15h, 16h30 e 18h. Ao longo do dia, haverá bênção dos animais e bênção dos fiéis.

A programação será encerrada em 25 de outubro, Dia de São Frei Galvão, com missas, bênçãos da saúde, distribuição das pílulas e o tradicional bolo de Frei Galvão.

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Adriana Rabelo