Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Medella pede a promoção da unidade, partilha, testemunho e cuidado

11/04/2021

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                                                                                     Imagens: captura de tela das transmissões digitais

Vila Velha (ES) – No Domingo da Divina Misericórdia, encerramento do Oitavário da Festa da Penha, o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella presidu a Celebração Eucarística na capela do Convento da Penha, às 9 horas. A Santa Missa foi acompanhada pelos fiéis devotos da Virgem da Penha pelas mídias sociais.

Frei Medella lembrou que desde o domingo passado nós vivemos o tempo chamado de Oitava da Páscoa, que são oito dias de desdobramento de um mesmo dia: o dia da Ressurreição. “E os textos bíblicos que compõem a Oitava da Páscoa vêm apresentando uma série de personagens: Maria Madalena, Pedro e João, os discípulos de Emaús e os outros discípulos. Cada um reagindo de uma maneira àquela notícia esperada e surpreendentemente, mas que era motivo de alegria. Nem todos receberam da mesma forma a mesma verdade: O Senhor havia vencido a morte, o Senhor estava ressuscitado, estava vivo para sempre”, considerou o frade.

Segundo ele, uns acreditam mais rapidamente pelos sinais que puderam ver, outros têm facilidade de acreditar ao ouvir o testemunho de alguém, outros são mais resistentes como foi o personagem que aparece hoje com destaque: Tomé. “O discípulo Tomé não se contestou em ouvir o relato de seus companheiros, mas precisou e quis fazer uma experiência de ver e tocar. Isso vem nos ensinar que a vivência da ressurreição é um processo que se constrói durante a vida de cada pessoa. E cada um reage de sua maneira a estas verdades que a fé nos apresenta. Uns são mais lentos, outros mais atirados e mais rápidos como São Pedro, outros são um pouco reservados, mas todos estão convergindo para um desejo profundo de seguir Nosso Senhor Jesus Cristo”, explicou o Vigário Provincial.

“E assim é hoje a nossa Igreja. Na riqueza de seus carismas, das manifestações, na experiência do Ressuscitado que homens e mulheres vêm fazendo. As Ordens religiosas, elas são frutos de uma experiência do Ressuscitado que um homem ou uma mulher de profunda mística fez no cuidado com um grupo específico, como no cuidado com os doentes, por exemplo, pensando na figura dos camilianos, inspirados em São Camilo. Do olhar atento aos pobres, pensando em nossos irmãos vicentinos e na própria espiritualidade franciscana, na qual a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo é motivo para ir ao encontro, para partilhar a vida dos pobres. E assim vai”, acrescentou o celebrante.

Para ele, é ilusão querer que todos façam um processo uniforme de conversão, de caminhada, de crescimento na fé. “Do que então, não podemos abrir mão? Não podemos abrir mão do sonho de Deus da construção do seu reino”, respondeu.

Frei Medella, então buscou na leitura do Atos dos Apóstolos, na comunidade primitiva, as pilastras de uma comunidade de fé que está caminhando e crescendo no seguimento de Cristo.

Segundo ele, o primeiro elemento é a unidade. “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Não é uniformidade conforme nós já refletimos. Cada um reage, recebe de uma maneira, mas todos se encontram naquele espírito e no desejo de seguir Jesus Cristo. Um só coração e uma só alma”.

O segundo elemento é a partilha e o desapego. “Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía. A comunidade cristã, o verdadeiro cristão, ele tem noção que os bens existem para servir o ser humano e não o ser humano existe para servir os bens e consumir sua vida em acumular tudo para si sem pensar em quem está o seu lado. Não condiz com a espiritualidade cristã. É necessário esse espírito de partilha, esse carinho atencioso para dividir aquilo que se tem para que não falte a ninguém. Desafio fundamental para o nosso Brasil hoje que se diz cristão e, de acordo com o IBGE, tem grande parte de sua população professando a fé cristã. Se fôssemos levar a sério aquilo que Cristo pede de nós, nosso país não deveria ser um dos mais desiguais do mundo”, constatou.

O terceiro elemento importante é o testemunho. “Os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. O testemunho é algo que se faz pela voz, mas também pelas ações, pelo modo de ser, pelo modo de viver. É algo que transparece, às vezes dito quando não se diz. As pessoas observam o seu modo de agir, a sua generosidade, a sua gentileza, a sua preocupação com os outros. Aí elas estão vendo o seu testemunho, muito mais do que você apresenta, fala, prega e ensina”, explicou.

E por último Frei Medella apresentou a dimensão do cuidado, que está fundamentalmente ligado à dimensão da partilha, da unidade e do testemunho. “O cuidado de socorrer a cada um de acordo com as suas necessidades. Numa comunidade desapegada, que busca os bens para promover a qualidade de vida, essa partilha promove o socorro daqueles que mais precisam. São características principais, importantes de uma comunidade que se deseja constituir enquanto comunidade cristã. Vale para a família, vale até para as empresas, ambientes de trabalho, igrejas, para nossa Igreja Católica, para nossas pastorais”, indicou.

“Somos cristãos? Então vamos promover a unidade, a partilha, o testemunho e o cuidado. É o que nos ensina esse Domingo da Divina Misericórdia. É o que nos ensina Nossa Senhora, venerada neste Santuário do Perdão e da Graça como Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora das Alegrias. É um recomeçar contínuo buscando sempre crescer, aprender e aprimorar-se nos valores da nossa fé”, concluiu o frade.

    Foto Convento da Penha

ROMARIA DAS FAMÍLIAS

A exemplo do ano passado, no início ainda da pandemia, a tradicional Romaria dos Homens foi cancelada para a segurança dos fiéis devotos. No seu lugar, a imagem de Nossa Senhora da Penha deixou o Convento da Penha para visitar as famílias. A Mãe foi ao encontro dos seus filhos, circulando pelas ruas da Grande Vitória e abençoando o povo capixaba.

A Romaria pôde ser acompanhada pela TV Gazeta. Frei Gustavo, Pedro de Oliveira (Convento da Penha) e Nazareno Lüdtke (Santuário do Divino Espírito Santo) acompanharam a imagem pelas ruas. No estúdio,  Padre Anderson (Paróquia N.S. do Perpétuo Socorro) e Padre Renato (Catedral) fizeram os comentários. Em seu trajeto, a imagem parou no hospital São Lucas, ainda em Vitória, levando a todos os doentes e profissionais daquele lugar as bênçãos da Mãe, seu calor com o seu manto.


Moacir Beggo