8ª Missões Franciscanas da Juventude: Emoção marca encerramento
29/01/2024
Pato Branco (PR) – Uma celebração histórica, repleta de momentos de espiritualidade, cultura e partilha, marcou o encerramento da 8ª edição das Missões Franciscanas da Juventude (MFJ) em Pato Branco (PR), no domingo, 28 de janeiro. A energia vibrante que preencheu os dias anteriores culminou com uma caminhada no percurso do Centro de Formação até a Igreja Matriz de São Pedro, no centro da cidade.
A caminhada representa a expressão física da jornada espiritual que os jovens vivenciaram ao longo da Missão Franciscana. Ao final do percurso, todos participaram da Missa presidida por Frei Augusto Luiz Gabriel, que reforçou os valores franciscanos de humildade, compaixão e serviço ao próximo.
Em sua homilia, Frei Augusto refletiu sobre os objetivos da Missão: “Precisamos falar, refletir e insistir com vocês jovens, os verdadeiros portadores de esperança, de Paz e de Bem! Por isso, onde quer que haja desespero, que vocês possam ser os primeiros a levar esperança. Aquela esperança que acolhe, que congrega, que é compreensiva. Aquela esperança verdadeira que converte os corações, que faz com que repensemos nossas atitudes, nossos valores. O tema dessa oitava MFJ é ‘Saúde Mental e Integral’ e ele tem tudo a ver com a necessidade de esperançar, de animar, de estimular. E aqui, faço memória da reflexão de nosso bispo, Dom Edgar, que nos ensinou que o primeiro conteúdo de um bom missionário é o anúncio da Paz e, de um bom franciscano, do Bem. Assim temos a Paz e o Bem!”.
Durante a Celebração Eucarística, o Vigário Provincial Frei Gustavo Medella leu a mensagem enviada por Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro Provincial, que não participou do evento porque estava em viagem para Angola, na África, onde a Província também está presente. “Tenho certeza de que os dias vividos aí em Pato Branco estão deixando marcas permanentes no coração de vocês. Os momentos de prece, formação, diálogo, as brincadeiras, a acolhida nas comunidades, a disposição em ir ao encontro do outro, os apertos e dificuldades, enfim, cada experiência que o Senhor proporcionou com certeza faz com que vocês se despeçam da Pato Branco pessoas melhores do que quando chegaram. Tudo pela graça e generosidade de Deus’, enfatizou Frei Paulo.
O percurso de volta ao Centro de Formação, novamente por meio de uma caminhada, foi repleto de reflexões e agradecimentos pelos momentos compartilhados. Ao final, os jovens assistiram a uma apresentação cultural de dança típica do Rio Grande do Sul, enriquecendo ainda mais a diversidade cultural da MFJ.
Um dos momentos mais marcantes do encerramento foram os testemunhos emocionados dos jovens participantes. Compartilhando suas experiências, desafios superados e as lições aprendidas durante os dias de missão, esses testemunhos trouxeram à tona a profundidade do impacto da MFJ nas comunidades atendidas e, também, na vida transformada dos próprios jovens missionários. Mariana Bertoldi, 17 anos, da cidade Xaxim, em Santa Catarina, foi uma das jovens que deu o seu testemunho, afirmando que ficou sabendo da MFJ pelo rádio e que sentiu um chamado para participar. Mariana participou das missões no bairro de São José Operário e enfatizou que lá ela concretizou o propósito de levar esperança. Porém, além de levar esperança, a jovem confirmou que teve a sua esperança renovada. “Antes de levar a esperança para os outros nós temos que estar com o sentimento de esperança vivo dentro de nós”, salientou a missionária.
Murilo de Lima, de 17 anos, da cidade de Guaratinguetá, interior de São Paulo, disse que essa foi a primeira Missão que ele participou e que foi um desafio bem grande em diversos aspectos. “Eu me coloquei fora da minha zona de conforto para conhecer outras realidades e é muito gratificante poder estar junto com essas comunidades”, disse o jovem missionário.
Murilo ainda ressaltou que um dos momentos mais marcantes foi quando ele visitou uma família da qual um ente querido havia falecido recentemente: “Na comunidade São Roque, nós visitamos uma residência em que um dos irmãos havia falecido e eu fui escolhido para fazer a reflexão do evangelho. Durante a minha reflexão a dona da casa me abraçou e disse que Deus me tirou de São Paulo para levar pra ela as palavras de esperança que ela precisava. Isso mudou a minha vida para sempre”. O jovem ainda afirma que, voltando para Guaratinguetá, sua vontade é dar prosseguimento a todas as experiências que ele vivenciou durante a MFJ, possibilitando que ele possa levar para outras pessoas palavras de paz e esperança.
Na avaliação do Frei Gustavo Medella, a MFJ foi excelente e cumpriu os objetivos propostos. “A gente pode perceber que os jovens que aqui vieram manifestavam um esforço de aproveitar ao máximo cada um dos momentos de celebração e atividades. Isso construiu um grupo coeso e muito focado que convergia no objetivo de participar de uma iniciativa missionária. Então, fez muito bem para os jovens que participaram, fez muito bem para a paróquia de Pato Branco e fez muito bem para as comunidades, famílias e entidades assistenciais que foram visitadas por esses jovens. Todo mundo sai ganhando das Missões Franciscanas da Juventude em Pato Branco”, disse o Vigário Provincial.
Frei Medella ainda ressaltou que a Missão não acabou no encerramento, mas que agora esses jovens vão levar toda essa experiência para as comunidades de onde vieram: “Aqui eles viveram esse tempo forte e a semente foi plantada. Agora, esses ramos começam a brotar e os galhos a crescer até a produção de frutos. Então, muito do que vivenciaram aqui vai ser processado e vão se dar conta mais adiante. Creio que toda essa experiência vai fazer diferença nas comunidades de fé que eles participam e no seio da própria família, onde ele pode se perceber como um agente promotor da paz e da esperança”.
Assim, a oitava edição das Missões Franciscanas da Juventude em Pato Branco deixaram marcas profundas nas comunidades atendidas e plantou sementes de transformação nos corações dos jovens envolvidos. A jornada foi encerrada com a certeza de que o espírito franciscano continuará a iluminar caminhos, inspirando ações de amor, compaixão e serviço em todo lugar que esses jovens passarem.
João Vítor Rodrigues