Celebração faz memória da Dedicação da Igreja do Sagrado
16/09/2021
Petrópolis (RJ) – “Ao celebrarmos o aniversário da Dedicação da Igreja do Sagrado Coração de Jesus no ano do Jubileu, queremos trazer presente a celebração especial e profundamente ligada à história da Igreja do Sagrado que aconteceu há 14 anos, por ocasião da conclusão do restauro e reforma da Igreja”. Foi com essa motivação que o pároco, Frei Jorge Paulo Schiavini, presidiu a solene Celebração Eucarística nesta quinta-feira, 16 de setembro, às 18 horas, na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. A Santa Missa que foi transmitida pelo Facebook e YouTube do Sagrado, e pela Rádio Imperial, contou também com a presença de lideranças de movimentos e pastorais, além dos frades do Convento.
A inauguração de uma igreja nova geralmente coincide com a sua dedicação. Quando uma Igreja antiga ainda não foi dedicada ou quando ela foi totalmente restaurada, pode ser dedicada, como é o caso da Igreja do Sagrado. Por ser edifício visível, a Igreja, aparece como sinal especial do templo de Deus, construído de pedras vivas, que é a comunidade cristã.
IGREJA ESPIRITUAL, FORMADA POR PEDRAS VIVAS
Na homilia, Frei Jorge começou explicando que o restauro e a reforma da Igreja antecederam à celebração de Dedicação da Igreja do Sagrado. Ressaltou que o pároco da época, Frei Vitalino Piaia, com o auxílio de lideranças da Paróquia, iniciou o empreendimento em 2001, começando pela elaboração do projeto que se deu por meio da participação de um seminário, promovido em parceria com o Instituto Teológico Franciscano (ITF), sobre “Liturgia e Arte Sacra”, que teve a finalidade de esquematizar os passos do restauro, onde o objetivo principal foi o de recuperar os traços da originalidade da Igreja. Este estudo reuniu especialistas, professores, e fiéis da Paróquia do Sagrado.
O pároco pautou-se nos registros históricos escritos no livro “O restauro 2001 a 2007”, para relatar que já no final do mês de maio de 2001, Frei Piaia, como era conhecido, tinha em mãos um projeto audacioso e detalhado, cujas principais coordenadas foram estas: Resgate da história da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, resgate da centralidade da Dedicação original ao Sagrado Coração de Jesus, reencontro com a tradição popular, ousadia para manter funcionalidade, beleza, inspiração religiosa e inovação – se oportuna e necessária.
“O projeto foi levado a cabo e em grande parte com o custeio dos fiéis por meio de carnês, promoções, doações e auxílio de algumas instituições. Com a colaboração de muitos o patrimônio arquitetônico e religioso do Sagrado foi recuperado”, garantiu Frei Jorge, e acrescentou: “Destaco a remoção do forro que cobria a pintura atual do teto e a recuperação da mesma”.
Para Frei Jorge, o restauro recuperou a beleza e a história da Igreja do Sagrado. “O templo material, a igreja material é um símbolo importante daquilo que é a Igreja espiritual, formada por pedras vivas. E o cuidado com o templo material é também o cuidado com o patrimônio espiritual construído por várias gerações e atualizado por nós que agora cultivamos a fé nesse espaço sagrado”, frisou.
Citando novamente o relato de Frei Piaia do livro “O Restauro”, disse: “O patrimônio humano é a comunidade ou a Igreja viva, sujeito e destinatária do patrimônio material. Aliás, o patrimônio arquitetônico e artístico testemunha a respeito desta Igreja viva composta pelas pessoas, com a vantagem de registrar a sucessão de gerações”.
IGREJA DO SAGRADO É DEDICADA DEPOIS DE SEIS ANOS EM RESTAURO E REFORMA
Sobre a celebração do dia da Dedicação da Igreja do Sagrado, que ocorreu em 16 de setembro de 2007, Frei Jorge apresentou o relato do Vigário Paroquial, Frei Gustavo Medella – frade estudante da época-, que foi publicado no informativo “Laços&Passos”, e assim se refere sobre este dia histórico:
“Igreja super lotada, bispo, padres, diáconos, ministros, corais, cerimônia de duas horas e meia, tudo conforme a grandiosidade da festa. A celebração de Dedicação da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, não poderia ser diferente. […] O início foi do lado de fora, em frente à porta principal fechada, onde o bispo diocesano, Dom Fillipo Santoro, recebeu a chave das mãos dos arquitetos responsáveis pela obra, passando-a em seguida ao pároco, Frei Vitalino Piai, que abriu a Igreja. Alegres vamos à casa do Pai. Ao som do refrão do canto inicial, o bispo e os concelebrantes entraram em procissão. A imagem do Sagrado Coração de Jesus, titular da igreja, estava coberta e foi apresentada ao povo por um grupo de representantes das pastorais e dos movimentos. Em seguida, houve o rito de bênção e aspersão da água abençoada. Neste momento, o coral dos Canarinhos cantava em latim: “Assim como a corça suspira pelas águas repousantes, suspira igualmente minh’alma por Vós, ó Senhor”. Na homilia, Dom Filippo elogiou o trabalho de Frei Vitalino Piaia e brincou: “Cada vez que uma etapa da obra era concluída, o Frei Piaia me chamava para abençoar: coro, lustres, claustro. Hoje estamos aqui para dedicar a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, um acontecimento muito importante para nossa Diocese”.
O presidente da celebração, lembrou ainda que a Dedicação da Igreja do Sagrado coincidiu com a conclusão do restauro da Igreja do Sagrado e de algumas salas do Convento antigo do Sagrado. Segundo ele, foi muito apropriado dedicar uma Igreja que é centenária, com uma rica história de cultivo da fé, depois de um grande restauro que recuperou traços de sua originalidade.
Frei Jorge corou sua homilia fazendo uma reflexão sobre o Evangelho próprio para a Solenidade de Dedicação de uma Igreja. Segundo ele, a visita de Jesus a casa de Zaqueu o transformou. Assim, Zaqueu se propôs a devolver o que tinha roubado e partilhar de seus bens com os necessitados. “Os encontros de Jesus com as pessoas, que são encontros com o amor. Vemos assim que a misericórdia de Deus continua acontecendo na Igreja do Sagrado, através dos sacramentos, na Eucaristia, no Sacramento da Reconciliação e em tantos momentos de oração e devoção. Também acontecem na ação caritativa que é desenvolvida no Sagrado e na ação dos serviços pastorais e dos movimentos”, destacou.
E concluiu: “Rendamos graças ao Deus da vida que continua nos surpreendendo, neste local sagrado, com sua proposta: ‘Hoje eu devo ficar na tua casa’. E diante da generosidade de nossa resposta o Senhor nos diz: ‘Hoje a salvação entrou nesta casa’”.
A Celebração Eucarística teve continuidade com as preces próprias para o dia, seguidamente da liturgia eucarística. Após o rito de comunhão, Frei Jorge agradeceu a presença de todos e rezou pelas famílias enlutadas bem como pelos aniversariantes do dia. A próxima celebração do Ano Jubilar será na 1ª sexta-feira do mês de novembro, data em que a Igreja faz memória da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
Frei Augusto Luiz Gabriel