Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Caminhada pede o fim da violência contra as mulheres

16/12/2014

Notícias

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Cláudio Santos, especial para este site

O Dia Mundial dos Direitos Humanos foi de muita mobilização e protestos pela garantia de políticas públicas para as mulheres de Duque de Caxias (RJ). O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Duque de Caxias promoveu, no último final de semana, um ato público que contou com a participação de diversas entidades do movimento popular e de defesa dos direitos da mulher, que caminharam pelas ruas da cidade para denunciar a crescente violência contra a mulher e reivindicar a garantia dos direitos humanos das mulheres.

As entidades que compõem o Fórum Municipal dos Direitos da Mulher se concentraram na Praça Humaitá e saíram em caminhada pela Avenida Brigadeiro Lima e Silva, uma das principais vias da cidade, para reivindicar a criação da secretaria municipal de políticas para as mulheres, a mudança da localização da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e do Centro de Referência da Mulher com espaços adequados e atendimento humanizado;  mais ações de prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis, em especial a AIDS, e a ampliação de leitos obstétricos na rede pública de saúde.

Durante a caminhada, muitas faixas e palavras de ordem denunciaram as diversas formas de violência contra a mulher, exigindo o enfrentamento mais eficaz contra as discriminações de gênero, raça e etnia, deficiência e de orientação sexual.  Ao longo do trajeto, o movimento recebeu diversas manifestações de apoio, ganhando, inclusive, a adesão de transeuntes que, sensibilizados com as bandeiras de lutas das mulheres, passaram a participar do ato.

A caminhada contou com a participação do padre Renato Gentile, representando a Diocese de Duque de Caxias. Na abertura do ato, padre Renato fez uma leitura bíblica que ressalta a importância da mulher na História da Salvação, e manifestou o apoio da diocese pela garantia dos direitos das mulheres e por uma cultura de paz e de não violência. O religioso destacou a atuação do Centro de Defesa da Vida (CDVida), entidade social vinculada à diocese e que atende e orienta mulheres vítimas de violência doméstica desde agosto de 1998, uma época em que não existia nenhuma política pública para garantir os direitos das mulheres em toda a região da Baixada Fluminense.

Desde a sua criação, a atuação do CDVida tem contribuído para a prevenção, enfrentamento, denúncia e visibilidade das questões que envolvem a violência doméstica e familiar contra a mulher. O centro tem como missão, contribuir na valorização e defesa da vida, a partir das mulheres em situação de violência doméstica, através da prevenção e formação, fomentando a disseminação de uma cultura de paz e na construção de políticas públicas.

O ato contou também com a participação do Definidor da Província da Imaculada Conceição do Brasil, frei Evaristo Pascoal Spengler, OFM, que distribuiu rosas para as mulheres simbolizando o reconhecimento e o respeito que muitos homens tem pelas mulheres, tornando presente nessa ação a memória de Francisco e Clara de Assis. Durante o evento foram promovidas atividades informativas, com entrega de folders e divulgação do Centro de Referência da Mulher e da Lei Maria da Penha.

Dados do Instituto de Segurança Pública divulgados no final de agosto deste ano revelam que, em relação a 2012, houve, no ano passado, no Estado do Rio de Janeiro, um aumento de 20,67% nos casos de assassinato. Foram mortas 356 mulheres no estado – 52 delas atacadas por ex-maridos. Numa comparação de 2013 com 2012, os estupros caíram 2,44%. Mesmo assim, as estatísticas do crime são altas: foram 4.871 casos, o que dá uma média de 13 por dia, ou um a cada duas horas.

Na Praça do Pacificador as entidades fizeram memória das militantes que fazem parte da história de luta pelos direitos das mulheres na Baixada Fluminense e levaram cruzes para simbolizar a morte de 64 mulheres vitimadas pela violência doméstica no período no período de 2011 a 2013, em Duque de Caxias. As participantes do ato público procuraram chamar a atenção dos moradores da cidade, principalmente das mulheres, para a necessidade de se denunciar situações de violência, e de se ter acesso a informações sobre os serviços aos quais as mulheres podem recorrer em caso de agressão.

Mais informações sobre o CDVida podem ser obtidas através do e-mail: cdvida_defesadavida@hotmail.com