Camilianos celebram 400 anos de seu fundador
14/07/2014
Cidade do Vaticano – Uma grande cruz, formada por guarda-chuvas vermelhos, chamou a atenção dos fiéis e peregrinos este domingo, na Praça São Pedro, durante a oração mariana do Angelus.
A iniciativa foi organizada pelos filhos e filhas espirituais de São Camilo de Lellis, que hoje (14/07) celebram os 400 anos de morte de seu fundador.
A eles, o Papa disse: “Convido a família camiliana, no final deste ano jubilar, a ser sinal do Senhor Jesus que, como bom samaritano, se debruça sobre as feridas do corpo e do espírito da humanidade sofredora, derramando o óleo da consolação e o vinho da esperança. A vocês, aqui na Praça São Pedro, como também aos agentes de saúde que prestam seu serviço em hospitais e casas de repouso, faço votos de crescer sempre mais no carisma da caridade, alimentado pelo contato diário com os enfermos”.
Padre Antônio Mendes Freitas, vice-provincial e superintendente dos três hospitais São Camilo em São Paulo, apresentou a nova Carta de Identidade das Entidades Camilianas do Brasil, que manifesta os princípios que pautam os cerca 24 mil funcionários das 14 entidades das organizações camilianas.
Na carta, os padres, irmãos e colaboradores camilianos declaram publicamente o compromisso de fidelidade aos ideais do fundador. “Atualizamos nosso carisma e espiritualidade para o nosso tempo, a fim de servir, com amor evangélico e competência profissional, às novas e futuras gerações, no âmbito da saúde, em suas múltiplas necessidades, sejam elas biológicas, ecológicas, sociais, psíquicas, ou espirituais”.
A comemoração também foi a oportunidade do lançamento do novo projeto editorial dos Camilianos, os três volumes da série Bioética, Cuidado e Humanização, que reúne diversos especialistas nacionais e internacionais na área da qual as Organizações Camilianas foi pioneira, com o lançamento da primeira publicação sobre Bioética, há 10 anos.
o recordar os 400 anos da morte de seu fundador, os camilianos revisitaram a história, obra e legado do santo italiano que nasceu na província de Abruzo em 1550, segundo e último filho de uma mãe idosa e um pai ausente, como relata padre Léo. “Sua mãe, Camila, o concebeu com aproximadamente 60 anos, após a morte de seu primeiro filho, Giuseppe, que faleceu antes dos 20 anos. O pai, João de Lellis, era um militar, sempre em campanhas fora de casa”.
A mãe de Camilo morreu quanto ele ainda tinha 13 anos e o pai, quando estava com 19. “Logo após surge uma ferida na perna direita que lhe traria problemas para o resto da vida. Isso também lhe deu a primeira experiência de hospital como paciente”, conta o provincial.
Por duas vezes, o jovem Camilo tentou ser um frade Capuchinho. Porém, a ferida em sua perna abria novamente e ele retornava ao hospital. E foi no Hospital São Tiago, em Roma, que ele passou a ajudar como enfermeiro até tornar-se administrador. Foi nessa experiência que Camilo teve a inspiração de fundar a ordem religiosa que hoje atua em 36 países dos cinco continentes.
Da espiritualidade de São Camilo, os camilianos herdaram uma nova forma de se relacionar com os enfermos, mais humanizada como com o “amor de uma mãe”, de forma incondicional e buscando o cuidado da pessoa toda, “corpo e espírito”, baseada na expressão que marcou sua missão: “Mais coração nas mãos”.
“Camilo fez uma síntese muito preciosa para nós, em mundo indiferente à dor do outro. Somos chamados a dar continuidade à obra de são Camilo, que é a obra de Jesus Cristo. Que o amor seja o norteador das nossas ações”, afirma padre Leocir (Léo) Pessini.