Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Benfeitores do PVF participam de retiro em Agudos

01/07/2024

Notícias

“É preciso voltar a Jesus, o amor que eu quero amar”. Este trecho da canção “O amor não é amado” de Frei Beraldo Hanlon, embalou o clima alegre e orante do Retiro para os Benfeitores do Pro-Vocações e Missões Franciscanas (PVF). Numa bonita tradição, essa atividade é realizada anualmente com o objetivo de favorecer  maior aprofundamento do carisma fundado por Francisco de Assis, voltado àquelas pessoas que incentivam com orações e contribuições as vocações franciscanas. Como  em todos os anos, o majestoso Seminário Santo Antônio de Agudos (SP) acolheu esses irmãos entre os dias 28 e 30 de junho.

E o retiro deste ano foi preparado e conduzido pelos colaboradores do PVF e os frades que estão neste trabalho: Frei Daniel Dellandrea, Frei Gabriel Dellandrea, Frei Jeâ Paulo Andrade e Frei Robson Scudela. O tema escolhido foi o mesmo do Capítulo Provincial que será em novembro deste ano: “Chagados pelo amor, peregrinos da esperança”. A temática recorda o Jubileu dos 800 anos dos Estigmas de São Francisco. O evento  contou com uma programação intensa. Na sexta-feira (28), os participantes foram recebidos no seminário com um almoço, e no final da tarde todos foram acolhidos pelo Frei Daniel. O frade ressaltou que o trabalho evangelizador da Província não vê os benfeitores como “auxiliares”. “Aqueles que fazem parte da família do PVF, assim como os frades, são evangelizadores, pois a sua oração e apoio são fundamentais na missão”. Frei Robson elencou os objetivos do Pro-Vocações e Missões Franciscanas para reforçar na memória este trabalho, apresentando também os números de benfeitores. “Esta família é muito grande e vocês aqui os representam”.

No final do dia, uma celebração penitencial ajudou os participantes a ingressarem no clima de recolhimento. Durante a reflexão Frei Gabriel recordou que São Francisco de Assis não fez penitência uma vez, porém, viveu uma vida de penitência, conforme afirma em seu testamento. O frade explicou que “cada um de nós deve ter essa consciência, de que levaremos uma vida de penitência, de conversão. E a nossa mudança de vida tem um destino: ser mais parecido com Jesus, assim como o foi São Francisco de Assis”.

No sábado (29/06),os participantes iniciaram o dia com o café da manhã e, na sequência, a Celebração da Eucaristia, presidida pelo Frei Jeâ.  Na primeira parte da manhã, Frei Daniel discorreu sobre o tema escolhido para o retiro. Iniciou com a música de Frei Beraldo e, fazendo uma recordação, lembrou que a experiência mística dos estigmas de São Francisco não foi um fato isolado, mas a completude de toda uma vida dedicada a Jesus. “Francisco se sentiu profundamente amado pelo Cristo crucificado e quis corresponder a este amor de Jesus. Francisco fez da cruz de Jesus o centro de sua existência. Abraçou pobre e humildemente a cruz de Jesus e deixou-se impregnar, arrebatar e transformar totalmente pelo espírito do divino amor” – disse.

Em seguida, diferenciou as palavras “espera” e “esperança”. A primeira traz em si um caráter passivo, de quem espera um resultado de exame, por exemplo. A segunda traz em si um sonho e uma luta pelo que se acredita. Afirmou: “a esperança é uma dimensão fundamental da vida humana, é a dimensão que faz de nossa vida uma obra inacabada e uma tarefa permanente. A esperança nos desinstala, nos mobiliza, nos põe a caminho. A esperança diz respeito à nossa transcendência, à busca constante por ser a melhor versão de nós mesmos”.

Na segunda parte da manhã frei Jeâ conduziu um momento de partilha. Os participantes foram divididos em grupos para, inspirados na partilha de frei Daniel, observarem os sinais de esperança que temos em nossos tempos. Porém, o frade lembrou que “por outro lado somos marcados por chagas que, diferente das de Francisco, elas não nos causam orgulho por serem fruto de uma caminhada de fé, mas são machucados que devemos curar”. Assim, os grupos mencionaram as dores e as alegrias dos nossos tempos, numa partilha de vida profunda, emocionante e marcante.

Na parte da tarde os participantes fizeram uma dinâmica. Recebendo pequenos gravetos, fizeram a experiência do Santo de Assis de transformá-los no “violino de pobre”. E enquanto ouviam a canção que tem como ponto forte a frase mencionada no início deste texto, de olhos fechados, também fizeram a sua oração espontânea, “tocando” o instrumento. Em seguida, portando consigo os mesmos gravetos, dedicaram-se a um tempo de silêncio e oração pessoal, confeccionando uma cruz com os galhos e barbante. Num gesto simbólico, coroaram a tarde com uma atividade que convidou o irmão fogo para participar: depositaram suas cruzes numa fogueira, representando assim um rompimento com as chagas, que precisavam ser curadas, que diferentes das de Cristo, são ocasião de dor, não por serem fruto de uma experiência de fé, mas por terem sido provocadas pelos sofrimentos da vida. O Espírito Santo foi invocado a fim de que na sua missão de queimar, purificar, aquecer e iluminar pudesse ajudar os participantes a terem os dons necessários para a vida sempre nova. O dia terminou com um momento de devoção mariana na linda capela do Seminário, rezando pelas vocações e um festivo bingo com vários prêmios, que garantiu a alegria de todos.

Já sentindo saudades de Agudos, no último dia (30/06), o grupo reuniu-se para os avisos finais. Frei Robson agradeceu a presença de todos e apresentou aos participantes algumas imagens através de vídeos sobre as atividades da Província em suas diversas frentes. Respondeu às perguntas dos participantes e ouviu o desejo de que momentos assim como o do retiro pudessem acontecer para amadurecer ainda mais o senso de pertença ao grupo dos benfeitores. Na Celebração Eucarística da Solenidade de São Pedro e São Paulo, às 10h, na capela do seminário, junto com o povo que frequenta as missas dominicais na fraternidade, Frei Daniel lembrou que os dois apóstolos “não caíram do céu, mas em sua humanidade, foram discípulos de Jesus. Tiveram seus erros, suas incoerências próprias do início do discipulado, mas por causa de sua fé perseveraram até o fim”. O frade ainda recordou que também Francisco de Assis, marcado pelas chagas, foi portador da esperança e da fé que brotam do encontro com Cristo.

“Marcados pelo amor, peregrinos da esperança” ficaram os participantes do retiro. Nas avaliações feitas formalmente ou nos corredores, os benfeitores relataram a grandiosidade da experiência que fizeram. Aos frades e colaboradores do PVF ficou a certeza de que foram facilitadores dessa ocasião, pois depende de cada um se abrir para a Graça. A volta para casa certamente contou com muitas novidades e partilhas das reflexões feitas no lindo Seminário de Agudos.


Frei Gabriel Dellandrea