Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Dominicanos nos caminhos do Evangelho e do mundo há oito séculos

08/08/2021

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                                                                                                                                    Imagem: Vatican News

Passaram-se, exatamente, 800 anos da morte de São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores. Frei Gerard Francisco Timoner, Mestre Geral da Ordem disse recentemente: “Na Carta que o Papa Francisco escreveu, de modo eloquente, à Ordem Dominicana, por ocasião do oitavo centenário do falecimento de São Domingos, destacou alguns títulos a ele atribuídos, entre os quais o de ‘Pregador gratiae’ (Pregador da graça), pela sua consonância com o carisma e a missão da Ordem que fundou. Eis o nosso dom à Igreja: a ‘graça da pregação’ e a ‘pregação da graça’, ou seja, o anúncio de Deus, Graça não criada, que se transmite à humanidade. Ao cultivar e compartilhar este carisma e missão, Domingos tornou-se uma verdadeira Luz da Igreja”. Nestes tempos difíceis, em que as pessoas parecem perder a esperança, São Domingos oferece a “spem miram”, uma maravilhosa esperança!

Nas pegadas de São Domingos
Hoje, os Dominicanos são cerca de cinco mil, espalhados em 80 países do mundo. A família religiosa é composta também de monjas, que se dedicam à vida contemplativa, e religiosas engajadas apostolado. Entre os ilustres filhos de São Domingos destacam-se Santo Tomás de Aquino e Francisco de Vitória, um dos pais do Direito internacional. O caminho de São Domingos foi percorrido entre o Evangelho e o mundo: é o que ressalta Frei Gerard Francisco Timoner, em entrevista ao Vatican News, dizendo, entre outras coisas, que São Domingos é um santo “atemporal”.

A Ordem dos Pregadores (Dominicanos) reunida em Capítulo Geral no Vietnam elegeu, em 13 de jul 2019, Frei Gerard Timoner como Mestre Geral da Ordem. Frei Gerard tem 51 anos e é de nacionalidade filipina e pertencente à Província das Filipinas. O novo Mestre Geral dos dominicanos sucede a Frei Bruno Cadoré e é o terceiro frade dominicano não-europeu a ser eleito como Mestre Geral nos longos 800 anos de história da Ordem.

Entrevista com Frei Gerard Francisco Timoner

Após oito séculos de seu falecimento, São Domingos continua sendo um santo bastante moderno…

“Muitos pensam que São Domingos é um santo medieval, pelo contrário, é um santo “clássico”, atemporal, não porque vai para além das vicissitudes históricas, mas porque é um marco significativo, em cada momento da história. Há, precisamente, 300 anos da morte de São Domingos, Santo Inácio de Loyola, ao ler as biografias de São Francisco e São Domingos, obteve a graça da conversão. Se Domingos inspirou um homem, que viveu centenas de anos depois, a ser santo, então também pode ser fonte de inspiração para todos nós, hoje; tem muito a dizer também às pessoas do nosso tempo”.

São Domingos inspirou muitas outras histórias de santidade…

A inspiração de São Domingos é bem ampla: Santo Tomás de Aquino dedicou a sua vida ao estudo e também ao serviço da Igreja, mediante a sua filosofia e teologia; Santa Catarina de Sena e outros, como São Martinho de Porres, Santa Rosa de Lima, que pregaram com atos de misericórdia; mas também o Beato Angélico, grande pintor, e muitos outros santos. Trata-se, portanto, de uma santidade multiforme, sob o signo da riqueza da santidade de São Domingos.

Na Carta que o Papa Francisco dirigiu à Família Dominicana, em 24 de maio passado, por ocasião do oitavo Centenário da morte de São Domingos, escreveu: “Domingos pode servir de inspiração para todos os batizados, convidados, como discípulos missionários, a ir até às ‘periferias’ do nosso mundo, levando a luz do Evangelho e o amor misericordioso de Cristo”. Como os Dominicanos, nestes tempos, abalados também pela pandemia, desenvolvem a sua missão nas periferias e nos confins, não apenas geográficos?

Temos muitos irmãos e irmãs que trabalham nas periferias, como nos confins entre a humanidade e a desumanidade, nos confins da justiça e da paz. Temos irmãos e irmãs que trabalham, em todo o mundo, nestes confins. Nas Nações Unidas, em Genebra, temos um escritório denominado “Dominicanos pela Justiça e a Paz”.


Fonte: Vatican News (texto de Amedeo Lomonaco)