Petrópolis (RJ) – Reunida na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, às 18 horas do dia 6 de dezembro, a Fraternidade do Sagrado celebrava junto com a comunidade local a Renovação anual dos Votos Temporários de cinco frades. São eles: Frei Elias Hebo Luís, Frei Franklin Matheus da Costa, Frei Gabriel Nogueira Alves, Frei João Pedro Pessoa Lima e Frei Pedro Isaías Luisa Vitangui, na presença do Ministro Provincial e presidente da celebração, Frei Paulo Roberto Pereira.

Passados os ritos iniciais, no momento da homilia, Frei Paulo iniciou saudando os frades que compõem a equipe de formação como de costume, bem como aos demais presentes na celebração. A seguir, destacou:

(toque nas imagens menores para ampliá-las)

“Neste tempo em que estamos vivendo na expectativa da renovação dos votos desses nossos cinco irmãos, […] terei a alegria de transmitir aos jovens Frades a esperança neles depositada. Não a esperança de nos substituir na nossa velhice, não a esperança que vocês trazem, mas sim a esperança que vocês trazem nos olhos. Isso para nós é muito importante. Diante de um vocacionado, diante de um frade jovem, nós, os Frades que estamos na estrada há mais tempo, não temos só a certeza de que seremos bem cuidados na velhice, nós temos a garantia de que aquilo em que cremos é passível de ser crido por mais gente, e crido com vigor, crido com criatividade, crido com disposição. Isso nos anima a todos”.

A REGRA: TESTEMUNHO DA FRATERNIDADE

Recordando também outra motivação para a Celebração da Renovação dos Votos, relembrou outro fato importante a todo franciscano: o ano jubilar dos 800 anos da aprovação da Regra de Vida dos Frades Menores. Essa Regra, inspirada no Evangelho e enraizada nos ensinamentos de São Francisco, orientando ao testemunho do reino de Deus. Neste período especial, os frades têm renovado seus votos junto à Família Franciscana, como destacado pelo Papa Francisco na celebração deste Jubileu, enfatizando a importância de redescobrir a beleza da evangelização.

“Renovar os votos, portanto, nos coloca nesta dimensão. Nós, a partir da Fraternidade, cultivando a minoridade, partimos do Evangelho e queremos alcançar o Evangelho pleno. Essa dimensão que nós, nesta Celebração, queremos ressaltar e agradecer a Deus que nos chamou para trilhar este caminho, viver a partir do Evangelho, semear as sementes do reino e já acolhê-las, não por nosso mérito, mas já acolhê-las porque Deus é generoso e bom, e nos faz capazes de perceber o reino acontecendo em nosso meio”.

O ADVENTO E MARIA: COMO BEM VIVER A VOCAÇÃO

O frade, continuou dizendo que o período do Advento, bem como a proximidade com a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora indicam como viver uma vida consagrada, seguindo o exemplo da Virgem do Advento, que acolheu e deu à luz o Salvador, sendo modelo para aqueles que se dedicam ao Senhor. A festa da Imaculada é um incentivo para essa renovação, mas o tempo do Advento, representado pelas velas acesas progressivamente, nos chama à vigilância e à atenção aos sinais do reino de Deus. Devemos ser vigilantes, conscientes de nossa dedicação ao reino tanto pelos votos quanto pelos compromissos batismais.

“E, no Advento, somos brindados com textos bíblicos muito fortes, como esta palavra do profeta Isaías – destacando a liturgia do dia – falando de um grande banquete que o Senhor vai oferecer no alto do monte. O tempo do Advento recorda a todos que Deus cumpre o que promete. E nós, ao fazermos votos, também prometemos. A parte de Deus já se realiza, a saciedade, a plenitude, a completude. Esse é o modo de Deus ser e a parte dele na Aliança, ele sempre cumpre, porque ele é a fidelidade. E nós, quando ousamos prometer, ter também essas coisas, devemos nos comprometer”.

Frei Paulo seguiu afirmando que o tempo do Advento é a confirmação da promessa de Deus, o tempo da vigilância não se fundamenta na incerteza, mas sim de que o reino já está entre nós: “Esta é a nossa convicção, e a parte de Deus no trato já foi cumprida, falta-nos cumprir a nossa existência”. E continua: “Todos nós somos convidados a reafirmar o nosso passo e assumir o nosso compromisso de cumprir a nossa parte do trato. E aí, então, o Evangelho nos ajuda a entender qual será a nossa parte: ‘Tenho pena deste povo que está três dias sem comer. Não quero dispensá-los para que eles mesmos se virem e deem de comer.’ Vamos dar de comer. Essa é a parte que Jesus nos provoca. Se nós todos desejamos e desejamos saciedade, se desejamos ser sinal da plenitude da realização do reino da promessa de Deus cumprida, nós professamos o Evangelho e queremos a partir dele evangelizar, trazer o reino para bem perto de nós, é necessário esforçarmo-nos para que todos tenham pão, tenham vida em abundância, renovar os votos, assumir de novo a regra como nós fizemos”.

Concluindo a reflexão, Frei Paulo disse que ao longo deste ano os frades foram convidados, por meio da celebração do Oitavo Centenário da Regra a reviver o dom do batismo, a dizerem novamente ao Senhor: conte comigo, quero fazer a minha parte neste trato. “Que esse seja um firme desejo de todos e de cada um de nós para que a nossa vida recupere o sabor, que nós sejamos sábios nas nossas escolhas e nas nossas decisões!”

A RENOVAÇÃO

No momento seguinte, chamados pelo nome, os cinco frades se puseram diante da fraternidade, ali presente, e realizaram o pedido ao Ministro Provincial por viver mais um ano em obediência castidade e sem nada de próprio, conforme exprime a Regra de Vida dos Frades Menores. E de livre e espontânea vontade, prometeram mais uma vez os votos acima citados, bem como observar fielmente esta regra, entregando-se mais uma vez a esta Fraternidade, de todo o coração, pedindo a ação do Espírito Santo para cumprirem tal compromisso, assim como, guiados pelo exemplo de Maria Imaculada, de São Francisco, todos os santos e o auxílio dos demais irmãos, ao longo deste ano eles possam continuar tendendo a perfeição evangélica, no serviço a Deus, a Igreja e a toda humanidade.

Frei Paulo, mais uma vez, agradeceu a decisão dos frades em reafirmarem o seu compromisso com a forma de vida dos Frades Menores e destacou que a renovação deste sim possa ser um exemplo para que surjam novas vocações em nossas famílias e comunidades.

RETIRO PARA A RENOVAÇÃO

A Celebração Eucarística, na qual aconteceu a Renovação dos Votos Temporários, foi o ponto culminante dos últimos quatro dias para os frades em formação do tempo da Teologia.

Assessorados pelo confrade Estêvão Ottenbreit, desde a tarde de domingo, dia 3 de dezembro, os jovens frades vinham refletindo por meio de textos e imagens sobre a vida de Francisco acerca da atualidade da Regra dos Frades Menores, que completou seus 800 anos no último dia 29 de novembro, e a exemplo deste mesmo Francisco de Assis, não simplesmente imitando-o em gestos como o seu despojamento, ou, a reconstrução da igrejinha da Porciúncula, mas de modo a saber “decodificar” de fato o que Francisco nos aponta em seus escritos, atualizando o carisma para o hoje da história. Tornando o movimento franciscano presente e sendo resposta às crises atuais que a sociedade enfrenta, a maneira de ser de cada um dos irmãos que se decidem a seguir esta forma de vida.

---

 Frei Bruno Cezário, OFM (texto), e Frei João Manoel Zechinatto, OFM (fotos).

---

Petrópolis: Celebração da Família Franciscana pelo Jubileu de 800 anos da Regra

Na noite de quarta-feira, dia 29 de novembro, a Família Franciscana em Petrópolis, reuniu-se no convento da Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo para a celebração do Jubileu de 800 anos da aprovação da Regra de Vida do Frades Menores. O grupo foi representado pelos frades da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, membros da Fraternidade da Ordem Franciscana Secular ligada à Paróquia do Sagrado, as Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora dos Anjos (Mosela), simpatizantes do carisma, bem como as irmãs que recepcionavam a todos em seu convento.

Partilhando primeiramente das mesas da palavra e da Eucaristia, tendo à frente da celebração os frades Almir Ribeiro Guimarães e Gilberto da Silva como presidentes da liturgia.

Logo após, a convite de Irmã Jailda Rocha Caetite, cfa, todos os presentes a partilharem também o pão de cada dia em um momento de descontração, preparado pelas anfitriãs, conduzindo uma dinâmica com premiações a quem se despusesse a cumprir com algumas tarefas sorteadas previamente.

---

Texto e fotos: Frei Bruno Cezário, OFM