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Acusado de matar frade foi executado em tribunal do tráfico

22/06/2017

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A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) concluiu que o mandante do assalto que terminou com a morte do frei Antônio Moser, de 75 anos — assassinado em março de 2016 na Rodovia Washington Luís, altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense —, foi executado num “tribunal do tráfico”. De acordo com a investigação, o assalto foi ordenado por Marcelo Francisco da Silva, um traficante da favela Vai Quem Quer, vizinha ao local do crime, que determinou o roubo de um carro da marca Honda Civic a dois comparsas. Três dias após o latrocínio, Marcelo foi executado dentro da comunidade a mando do chefe do tráfico do local, por conta das operações policiais que passaram a acontecer na região devido à repercussão da morte do frei.

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Polícia recuperou moto usado no crime Polícia recuperou moto usado no crime

Segundo o delegado André Barbosa, responsável pelas investigações, o rastreamento da moto usada pelos criminosos que tentaram assaltar o frade franciscano foi fundamental para determinar a autoria do crime.

— Descobrimos que a moto era do Marcelo e foi emprestada para os dois comparsas. Após chegarmos ao nome do Marcelo, conseguimos avançar nas investigações e, a partir de depoimentos de pessoas ligadas a ele, chegamos a um dos executores — afirmou o delegado.

A moto usada no crime foi encontrada num lago dentro da favela Vai Quem Quer. Leonardo da Silva Madaleno, outro integrante do tráfico, foi identificado como o responsável por guiar a moto. Atualmente, ele está foragido. O atirador, cujo apelido é ML, ainda não foi identificado.

O assassinato de Marcelo também foi esclarecido pela especializada. De acordo com o inquérito, Carlos Braz Vitor da Silva, vulgo Fiote, chefe do tráfico da Vai Quem Quer, foi o mandante do crime. Incomodado com a presença da polícia na favela, Fiote ordenou que Giliarde Sobescijanski Martins, o Teleco, e Gláucio Leno de Souza Gomes, o Kamura, cometessem o crime. Fiote está preso. Os executores encontram-se foragidos.

Frei Antônio Moser morava em Petrópolis e, no dia do crime, estava indo ao aeroporto, de onde viajaria a São Paulo para dar uma palestra. Na ocasião, o frei dirigia o carro e não parou quando foi abordado pelos bandidos.

O religioso foi diretor presidente da Editora Vozes e professor de teologia moral e bioética no Instituto Teológico Franciscano (ITF) em Petrópolis. Conhecido conferencista, escreveu 27 livros e participou como co-autor de diversas obras e muitos artigos científicos em revistas nacionais e internacionais. Era conhecido, também, pela intensa atividade pastoral. Moser foi um dos 11 brasileiros convidados pelo Papa Francisco a participar do Sínodo das Famílias, na condição de teólogo, em outubro de 2015.

Fonte: Rafael Soares, Jornal “Extra”, Rio de Janeiro