Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

“A ressurreição não é o final feliz de uma linda fábula”

16/04/2014

Papa Francisco

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Cidade do Vaticano – A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção de Deus Pai, disse o Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira na Praça S. Pedro. Antes da catequese, o Pontífice percorreu a Praça de papamóvel para saudar os mais de 30 mil fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo.

Ao tomar a palavra, Francisco falou da liturgia do dia, que nos apresenta a narração da traição de Judas, como se Jesus tivesse um preço e estivesse num mercado. Este ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um percurso doloroso que Ele escolhe com absoluta liberdade e que atinge o ponto mais profundo na morte de cruz: morre como um derrotado, um falido!

“Olhando Jesus na sua paixão, nós vemos como num espelho os sofrimentos da humanidade e encontramos a resposta divina ao mistério do mal, da dor e da morte. Tantas vezes, sentimos horror pelo mal e pela dor que nos circunda e nos perguntamos como Deus permite o sofrimento e a morte, principalmente dos inocentes. Quando vemos as crianças sofrerem, é uma ferida no coração. E Jesus toma todo este mal, este sofrimento sobre si”, explicou Francisco.

“Nós esperamos que Ele, na sua onipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e o sofrimento com uma vitória divina triunfante. Ao contrário, Deus nos mostra uma vitória humilde, que humanamente parece uma falência”, observou.

Mas, acrescentou o Papa, aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a. “Trata-se de um mistério desconcertante se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor. A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os: pelas suas chagas fomos curados”, disse.

Segundo Francisco, quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição: “A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a intervenção de Deus Pai, quando toda a esperança humana já tinha desmoronado. E também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação”.

E ensinou: Quando acontecer que, mergulhados na mais densa escuridão, não enxergarmos qualquer via de saída para as nossas dificuldades, então é o momento da nossa humilhação e despojamento total, é a hora em que experimentamos como somos frágeis e pecadores. “Nesse momento, não devemos mascarar a nossa falência, mas, cheios de confiança em Deus, abrir-nos à esperança, como fez Jesus”, prosseguiu.

O Papa então concluiu sua catequese com um conselho: “Queridos irmãos e irmãs, nesta semana nos fará bem pegar o crucifixo nas mãos e beijá-lo muitas vezes. E dizer: obrigado Jesus, obrigado Senhor!”.

Programa do Papa na Semana Santa:

Assim como no ano passado o Papa celebrou na prisão de menores em Casal del Marmo, o Papa Francisco celebrará na próxima Quinta-Feira Santa às 17h30 a Missa da Ceia do Senhor para pessoas com deficiência e para pessoas idosas no Centro Santa Maria da Providência, instituição gerida pela Fundação Don Carlo Gnocchi. Na manhã desse mesmo dia, o Papa Francisco dará início ao Tríduo Pascal presidindo a Missa Crismal na Basílica de São Pedro.

Na Sexta-Feira Santa, dia 18, às 17 horas, o Santo Padre presidirá à Celebração da Paixão do Senhor e, mais tarde, cerca de 21h15h a Via Sacra no Coliseu de Roma. Momentos fundamentais no itinerário da vida espiritual de um cristão que nos ajudam a ter coragem para sairmos dos nossos pequenos hábitos para anunciar Cristo.

Depois do silêncio tumular do Sábado Santo, a Vigília Pascal vai iluminar de Luz um sepulcro vazio – o Papa Francisco presidirá na Basílica Vaticana, a partir das 20h30, a Solene Vigília.

No dia seguinte, 20 de Abril, Domingo de Páscoa, da Basílica de São Pedro, o Santo Padre abençoará o mundo na tradicional Mensagem Pascal e Bênção Urbi et Orbi.


Fonte: Rádio Vaticano