“A mística de viver em comunidade como anúncio do Evangelho”
17/08/2019
Frei Augusto Luiz Gabriel, OFM e Frei Pedro Renato Pereira da Silva, OFM
Petrópolis (RJ) – Neste sábado (17/08), realizou-se na Escola Doméstica Nossa Senhora do Amparo em Petrópolis (RJ), o III Congresso da Vida Religiosa dos núcleos da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) de Teresópolis e Petrópolis (RJ). “A mística de viver em comunidade como anúncio do Evangelho”, foi o tema que serviu como base para as reflexões. Religiosos e religiosas de várias Ordens e Congregações marcaram presença no evento, além do Bispo da Diocese de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB.
Na parte da manhã, Frei Fernando de Araújo Lima, OFM, da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus foi o palestrante e abordou o tema dos relacionamentos interpessoais caracterizados pelo afeto nas convivências familiares e em fraternidades religiosas.
Começou apresentando o dinamismo da comunicação humana. Esta é de suma importância para o entendimento das pessoas que se relacionam, em qualquer ambiente e situação. “A comunicação deve ser de boa qualidade, simples e clara, para favorecer o entendimento e o atendimento entre os que convivem, isto é, entender para atender. A comunicação se realiza por informações de palavras, de entonação da voz e de gestos, por isso é impossível não comunicar. Se não comunicamos de um jeito, comunicamos de outro, mas sempre comunicamos”, sublinhou o frade.
Neste sentido, o palestrante também explanou sobre elementos básicos em toda comunicação. Segundo ele, toda mensagem emitida carrega consigo uma ordem de comportamento para o receptor, tendo assim, um relato e uma ordem em toda unidade de comunicação.
“Quando os relacionamentos são saudáveis, o que prevalece é o conteúdo do relato e este é facilmente compreendido pelo ouvinte, por outro lado, quando os afetos dos que se comunicam são hostis, o que prevalece é o desejo de não entender nem atender a outra pessoa, resultando assim em desencontros, interpretações distorcidas, que justificam a manutenção da distância e da hostilidade”, explicou afirmando que as palavras e os gestos fraternos devem ser sempre em função de um entendimento e da unidade, “para melhorar as situações as quais vivenciamos”, afirmou.
A VIRGEM É ELEVADA AO CÉU
Já no período da tarde, a programação do encontro foi alterada devido o falecimento de umas das consagradas do núcleo de Petrópolis, irmã Eleonore Fabessogles Dabires, do Instituto Nossa Senhora de Lourdes, falecida com 44 anos. Todo o grupo de religiosos e religiosos participou da Missa de corpo presente celebrada às 15 horas, na intenção da religiosa. Irmã Eleonore, é natural de Burkina Faso, na África e viveu sua vocação sendo missionária em vários países. Neste final de semana em que a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de Maria e reza pelas vocações Religiosas Consagradas, a missionária uniu sua Páscoa a Páscoa da Virgem Maria.
A Celebração Eucarística foi presidida por Dom Gregório e foi concelebrada por Frei Jorge Paulo Schiavini, OFM, Pároco da Igreja do Sagrado, Frei Willian Gomes Mendonça, OFMconv, Coordenador da CRB núcleo de Petrópolis, Frei Luis Henrique Nascimento Lima, OFMconv, mestre dos postulantes e Frei Edcarlos Hoffman, OFMcap, mestre dos noviços, contando com a participação de diversas congregações, institutos religiosos, fiéis e de sua tia Brandina Dabires, que veio de Paris, França.
Na homilia, Dom Gregório explicou que Maria foi uma auxiliar no projeto de Deus. “Na Solenidade da Assunção, vemos que quem viveu toda para Deus, hoje é toda de Deus, por uma graça mais do que especial que supera qualquer entendimento teológico ou da razão humana: a virgem é elevada ao céu”, enfatizou o bispo, fazendo um paralelo com a figura da mulher no relato da criação.
Lembrando a vida de Irmã Eleonore, Dom Gregório ressaltou que “aqueles que serviram o Senhor, a exemplo da Virgem, fazem também esta experiência de elevar-se diante daquele que é o Altíssimo, a graça abundante, a vida que não passa jamais, e a alegria que nós desejamos e que será eterna. É esta graça que estamos vivendo aqui”, explicou.
“Irmã Eleonore vivia do outro lado do oceano, talvez nunca imaginasse que moraria no Brasil, e assim essa africana, representando todo o povo africano, a quem nós agradecemos, veio até aqui para nos trazer das riquezas a maior, que é Jesus Cristo, através da sua própria presença”, destacou.
O Bispo rogou a Deus que na Solenidade da Assunção da Virgem Maria “o nosso coração se eleve ao céu agradecendo a Deus por tão grande mulher, que resgatou para nós a humanidade enquanto nos deu, a pedido do Pai, Aquele que é Deus e que é homem”.
E finalizou: “Agradeçamos ao Senhor pela Vida Consagrada, que celebramos neste dia, e o testemunho dessa irmã que sofreu todas as dores para viver todas as alegrias do Reino do Céu. Ela largou tudo, até o próprio país, para viver a riqueza definitiva e a contemplação do Reino de Deus. Vale a pena perseverar, pois quem perseverar até o fim, terá a vida eterna”, desejou Dom Gregório.
No final da Celebração, o bispo convidou todos os presentes, principalmente os religiosos, a caminharem em procissão até o Cemitério Municipal da cidade, em sinal de solidariedade e fraternidade às Irmãs de Lurdes, demonstrando que a Vida Religiosa Consagrada caminha em comunhão e unidade até o Reino do Céus.
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