Moacir Beggo

AGUDOS (SP) – A Missa de encerramento do Capítulo das Esteiras, nesta quinta-feira, às 16h30, foi a conclusão de um evento que vai ficar na história da Província da Imaculada Conceição por momentos belíssimos de confraternização, oração, comunhão, alegria, emoção, encanto e reflexão.

O som inconfundível do órgão tubular da Capela de Santo Antônio de Agudos e as vozes dos Canarinhos de Petrópolis deram um tom solene à celebração, impecável do começo ao fim. No presbitério, reuniram-se os jubilandos de vida consagrada franciscana e sacerdotal, tendo no altar central o Ministro Geral e presidente da celebração Frei Michael Perry, o concelebrante e Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e o diácono Frei Marcos Prado dos Santos. Os capitulares se misturaram ao povo de Agudos e região que veio para a celebração.

Frei Michael, que é norte-americano, se superou e fez toda a celebração em português. Somente na homilia falou em italiano, mas os fiéis puderam acompanhar numa folha em português. O Ministro Geral, na verdade, tomou o Evangelho do dia para fazer a conclusão de sua fala principal durante o Capítulo, quando tratou do tema da Minoridade. Ao referir-se ao versículo evangélico “este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!”, enfatizou que este é o coração, a fonte, a raiz da vocação de Frades Menores, que “vale desde o início, isto é, desde sempre para nós hoje, sem nenhum vencimento”.

“‘Isto vos mando que vos ameis uns aos outros'” é a regra de ouro da comunidade cristã e razão de ser também da nossa Fraternidade franciscana. Só na reciprocidade fraterna do amor, por amor e amando-nos mutuamente, somos de fato irmãos entre nós”, disse. Segundo o Ministro, São Francisco não quis que seus confrades se chamassem somente de irmãos, mas de Irmãos Menores. “Além da Fraternidade, também a Minoridade é essencial em nossa identidade, é imprescindível para a felicidade à qual Deus nos chamou”.

“Mas em que consiste a minoridade?”, perguntou. “Ao longo dos oito séculos de vida da Ordem creio que foram feitas inúmeras tentativas para dizer em que consiste a minoridade. Hoje recorremos à passagem evangélica que acabamos de escutar: ‘Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei’. Amar, lavar os pés, doar-se todo inteiro no caminho de autoesvaziamento e de humilhação, nos constitui Irmãos, Menores e Missionários. Colocando em prática esta palavra evangélica poderemos ter em nós a alegria, e a alegria plena, poderemos ser para o outro, sobretudo, para o pobre, o marginalizado, o outro cujo clamor chega até Deus”, completou Frei Michael.

 Em seguida, em silêncio, cada jubilando acendeu a vela no Círio Pascal e fez a renovação dos votos de vida consagrada franciscana e o compromisso sacerdotal de guiar o povo de Deus. Estavam presentes os jubilandos de vida religiosa: Frei Olavo Seifert (73 anos); Frei Cássio Vieira de Lima e Frei Nestor Kuhn (72 anos); Frei Policarpo Berri (70 anos); Frei Felipe Gabriel Alves, Frei Geraldo Hagedorn, Frei Clarêncio Neotti, Frei Alcides Cella e Frei Gaudêncio Sens (60 anos); Frei Estêvão Ottenbreit, Frei Marcos Hollmann e Frei Olivo Luiz Tondello (50 anos); Frei Airton da Rosa Oliveira, Frei Antonio Joaquim Pinto, Frei César Külkamp, Frei Marco Antonio dos Santos, Frei Marcos Antonio de Andrade, Frei Samuel Ferreira de Lima e Frei Valdemiro Wastchuk (25 anos). Os jubilandos de sacerdócio: Frei Cássio Vieira de Lima (65 anos); Frei Almir Ribeiro Guimarães, Frei Antonio Lopes Rodrigues, Frei Benjamim Francisco Ansolin e Frei Carlos Pierezan (50 anos) e Frei Vilmar Alves da Silva (25 anos).

Emocionante, na sequência, o canto na voz dos Canarinhos: “Eu te exaltarei, meu Deus e Rei, por todas as gerações. És o meu Senhor, Pai que me quer no amor!”

E foi com emoção que Frei Michael e Frei Fidêncio fizeram os agradecimentos finais. “Eu e o Frei Nestor (Definidor Geral) retornaremos a Roma com o fogo do Espírito, o fogo da fraternidade e da minoridade”, disse.

Frei Fidêncio, visivelmente emocionado, agradeceu à Comissão Preparatória do Capítulo e seu coordenador, Frei Gustavo Medella, a Fraternidade Local, na pessoa de Frei Leonir Ansolin “pelo trabalho e pela preocupação com a boa acolhida a toda a nossa Fraternidade Provincial”. Agradeceu aos irmãos e irmãs de Agudos, às Irmãs Concepcionistas do Mosteiro de Piratininga, à Família Franciscana e fez um agradecimento especial aos jubilandos. “Amanhã (sexta, 26), Frei Michael e Frei Nestor vão conhecer as obras sociais do Sefras e o trabalho tão bonito que iniciamos no acolhimento dos imigrantes em São Paulo. E no sábado (28), se Deus quiser, nós queremos fazer uma visita a uma casa que temos muito carinho, em Bragança Paulista, onde estão nossos irmãos idosos e enfermos. Eles merecem mais do que ninguém o nosso carinho, a nossa proteção e a nossa bênção”, disse.

Dirigindo-se a Frei Michael e Frei Nestor, disse que eles foram um grande presente de Deus a vida da Província. “Nosso muito obrigado pelo apoio que nós sempre recebemos da Ordem e creio que a presença de vocês foi uma presença muito provocativa. Dizia no primeiro dia que a função do Ministro Geral é exatamente para admoestar. Admoestar significa chamar para os grandes valores evangélicos e também corrigir, que significa colocar no reto caminho. Vieram também para ungir, curar nossas feridas – e nós também temos feridas -, para nos abençoar, mas também vieram para nos enviar em missão à evangelização. De todo o coração, muito obrigado Frei Michael e Frei Nestor. Leve um abraço a todo Definitório Geral!”, completou.

Frei Michael, que na quarta-feira se emocionou a bênção de São Francisco cantada pelos Canarinhos, pediu ao maestro Marco Aurélio Lischt que cantasse novamente esta música durante a bênção final da Missa. Enquanto, os Canarinhos cantaram, Frei Michael pediu que os dois lados se olhassem e erguessem as mãos em posição de abençoar.

Encantado com a apresentação dos Canarinhos, o Ministro Geral fez uma foto oficial com os pequenos cantores de Petrópolis e ganhou um presente no final: “Aleluia” de Haendel. Emocionante!