Despedida do Papa será transmitida ao vivo pela televisão
22/02/2013
Cidade do Vaticano – Em seu último dia de pontificado, Bento XVI será filmado ao vivo durante as últimas horas de permanência no Vaticano. Mons. Edoardo Maria Viganó, diretor do Centro Televisivo Vaticano (CTV), explica que o embarque do papa no helicóptero que o levará a Castel Gandolfo “será um momento histórico”. O CTV preparou ainda 26 câmeras para acompanhar o conclave e a apresentação do futuro pontífice.
“Pretendemos relatar este momento histórico respeitando a pessoa do papa e mantendo informados os fiéis que querem acompanhar Bento XVI neste momento tão importante”. As câmeras no Palácio Apostólico acompanharão o papa até as 17 horas do horário de Roma, momento em que o pontífice subirá ao helicóptero para partir rumo a Castel Gandolfo. Três horas depois, às 20 horas locais, começa o período de Sé vacante.
Até que ponto o santo padre será filmado sem ter a privacidade invadida? Viganó, em declarações à agência de notícias ANSA, esclarece que “os detalhes ainda não estão definidos”, mas espera cobrir o máximo possível, passo a passo.
O diretor do CTV, que também é presidente da Fundação Ente dello Spettacolo e professor na Pontifícia Universidade Lateranense, recorda que, no domingo passado, pela primeira vez, uma câmera entrou no estúdio do papa durante a oração do ângelus. “Conseguimos filmar Bento XVI por trás. As imagens passaram a ideia do grande abraço entre o papa e a multidão reunida na praça de São Pedro”.
As imagens, depois de ser transmitidas ao vivo, ficarão disponíveis para distribuição.
Espera-se reunir uma documentação histórica extraordinária sobre o último dia de pontificado para uso em estudos, pesquisas e documentários das redes televisivas.
Ao chegar a Castel Gandolfo, o papa saudará os fiéis da diocese de Albano, onde a residência pontifícia está situada. A informação é do bispo local, Dom Marcello Semeraro.
COMO É CASTEL GANDOLFO
Castel Gandolfo se localiza 30 km ao sul de Roma, à beira do lago de Albano. A residência foi mandada construir em 1626 pelo Papa Urbano VIII como residência de campo para passar o verão. Desde a sua construção, a Igreja já teve 31 papas, sendo que apenas 15 fizeram uso da residência em algum momento. Bento XVI, nos seus quase oito anos de pontificado, passou longas temporadas neste belo local, onde escreveu parte da trilogia ‘Jesus de Nazaré’.
Petrillo contou aos jornalistas que durante a II Guerra Mundial, os aposentos onde ficará Bento XVI foram transformados numa maternidade, onde nasceram 50 crianças, filhos de italianos que alí se refugiavam. ‘Ente janeiro e junho de 1944, cerca de 10 mil pessoas se refugiaram na Residência Apostólica, onde não lhes faltou a comida do Papa”, contou orgulhoso. Os pais das crianças, como forma de agradecimento ao Papa Pio XII (Eugenio Pacelli), colocaram o nome das crianças de Eugenio ou Pio.
A Residência Apostólica de Castel Gandolfo e os jardins ao seu redor, ocupam 55 hectares, área maior que o Estado do Vaticano. Os jardins, com espaços projetados por Bernini, além das centenas de árvores, tem um espaço especial dedicado à Virgem Maria.
Nas três vilas que formam o complexo (a Residência Papal, a Vila Barberini e outra destinada à administração), trabalham 55 pessoas, sendo que muitas vivem no local com suas famílias. O complexo também conta com exploração leiteira, produzindo cerca de 600 litros/dia, vendidos no supermercado Vaticano ou em leiterias locais. Ali também são criadas galinhas e produzidas verduras. É uma pequena granja. O responsável pela administração da Vila, Pierpaolo, explicou que o segredo da boa qualidade do leite e dos ovos é a criação ‘a pasto’ dos animais.
Já Petrilo reconheceu que a Residência Apostólica não possui grandes obras de arte, destacando apenas a beleza de algumas tapeçarias, porém, enfatizou que a beleza do lugar e do lago de origem vulcânica suprem o que falta no interior da residência.