“Frei Galvão, peregrino da caridade: ‘Onde houver desespero, que eu leve a Esperança'”
24/10/2024
Santuário do primeiro santo brasileiro espera receber mais 60 mil devotos durante os festejos de 2024
Neste dia 25 de outubro a Igreja celebra a festa de Frei Galvão, primeiro santo brasileiro. Na cidade de Guaratinguetá (SP), onde ele nasceu, o santuário espera receber milhares de fiéis a partir das 6h da manhã, na primeira missa. Os frades estimam receber cerca de 60 mil devotos durante o período dos festejos.
O evento é aberto a todos que desejam fazer sua experiência com Deus, inspirados por Frei Galvão, filho ilustre de Guaratinguetá. A festa externa contempla todas as faixas etárias, para as crianças, por exemplo, há uma grande praça de brincadeiras e brinquedos. Aos adultos, a agenda cultura e gastronômica.
O dia de Frei Galvão é uma importante celebração para a Igreja do Brasil, uma vez que o santo celebrado é o primeiro a receber as honras do altar, isto é, aquele que foi reconhecido como primeiro santo brasileiro. Sua vida e exemplo é uma mensagem que recoloca o fiel na proposta evangélica.
Ao celebrar Frei Galvão é recordado o dia dos engenheiros e arquitetos. Os que estão envolvidos na construção civil, poderão trazer para as suas inspirações os ensinamentos laborais de Frei Galvão.
Este ano, as inspirações para as reflexões tocam a temática da Esperança. “Frei Galvão, peregrino da caridade”. Com o lema: “Onde houver desespero que eu leve a Esperança”. Cada fiel, conduzido pelas pregações dos padres, simbologias e gestos litúrgicos, são convidados a fortalecerem sua fé, esperança e caridade.
O começo dos festejos
A festa de Frei Galvão teve início no dia 16 de outubro. Na manhã do dia 14 de outubro, durante a celebração Eucarística das 10h, foi realizada a bênção de envio dos missionários. Freis, irmãs e leigos levarão mensagens de esperança e caridade àqueles que se encontram em situações de desespero. Estes missionários visitarão hospitais, casas de recuperação, asilos, entre outros locais. As visitas missionárias ocorrerão do dia 15 até o dia 22 de outubro, sempre no horário da manhã.
Frei Galvão, peregrino da caridade e da esperança, move os pés de seus missionários em direção às pessoas necessitadas!
No período da tarde, após a missa das 15h, aconteceu a tradicional carreata pelas ruas de Guaratinguetá, acompanhada por dezenas de carros, convidando os fiéis para a festa de seu conterrâneo. Seguindo o carro de som que anunciava os dias festivos, estavam os freis em cima de um pequeno caminhão, badalando o tradicional sino do Santuário e abençoando as pessoas ao longo do percurso.
Na sétima celebração Eucarística do dia, foi dada a bênção às centenas de voluntários e voluntárias da Festa de Frei Galvão deste ano. Para caracterizar e revestir de espiritualidade o serviço dos voluntários, todos receberam um botton com o desenho de uma margarida, flores que simbolizam a esperança. Frei Galvão semeou esperança em muitas pessoas e lugares, cultivando fé, esperança e caridade na seara do Senhor.
Missa de abertura
Onde houver um cristão, haverá justiça e amor
A celebração da noite do 1º dia da Novena foi marcada pela presença do Padre Aloísio, da Paróquia São Pedro, quem presidiu a Santa Missa, concelebrada pelo padre Henrique e padre Leonardo, da Paróquia São Roque.
A partir do tema: “A Justiça e o amor são o caminho do peregrino rumo ao Reino de Deus”, o celebrante iniciou sua pregação lembrando as doenças do mundo, como o ódio e as guerras, e ressaltou a importância de manter viva a esperança, pois ela é a cura de todas as doenças. “A esperança nos mantêm firmes, não permitindo que desistíssemos”, partilhou padre Aloísio.
Ainda citando o Evangelho do dia, ele destacou a importância de sempre colocar amor em tudo o que se faz, dedicando-se ao máximo e por inteiro. Ele lembrou que Frei Galvão foi um intensificador, que fazia tudo com amor, dando sentido e sabor às ações, assim como o sal, parafraseando as palavras da Bíblia: “Vós sois o sal da terra”. O gesto concreto do dia foi a entrega de feijão pelos devotos.
2º dia
O Perdão é o Caminho para a Liberdade
A celebração do 2º dia da Novena em preparação à festa em louvor ao primeiro santo brasileiro foi presidida pelo Padre Leo, da Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Guaratinguetá. O gesto concreto da celebração foi a oferta de arroz.
O celebrante iniciou sua reflexão lembrando que estamos de passagem pela vida. Segundo ele, para alcançarmos a eternidade, é fundamental superarmos a aparência do rito e da superficialidade, tornando-nos cristãos na essência do que Jesus espera de nós, por meio de uma verdadeira mudança de mentalidade e atitudes.
Citando o tema da noite, “O Perdão é o Caminho do Peregrino rumo à Liberdade”, Padre Leo enfatizou a importância de reconhecermos nosso papel como peregrinos. Somente assim a palavra de Deus poderá nos transformar e libertar, para que possamos levar esperança a todos os corações, encontrando a verdadeira essência do amor.
Que Santo Antônio de Sant’Anna Galvão nos inspire a ser bons discípulos, grandes aprendizes de Jesus e praticantes de seus ensinamentos. Que possamos sempre escolher o caminho da eternidade e da liberdade, que é Jesus.
3º Dia
A paz é o anúncio do peregrino na missão de evangelizar
O terceiro dia da novena foi marcado pelo tema: “ A paz é o anúncio do peregrino na missão de evangelizar”.
A celebração das 15h, foi presidida pelo Padre Eduardo Catalfo, Reitor do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. E às 19h30, a Santa Missa da novena foi conduzida pelo Padre Fernando Sampaio, Reitor do Santuário São Miguem Arcanjo, de Piquete (SP).
4º dia
O Espírito Santo acompanha o peregrino
O Espírito Santo age no coração do fiel, fortalecendo-o nas adversidades e inspirando-o a seguir em frente com coragem e esperança.
Frei Galvão buscava sempre levar o Evangelho ao próximo por meio da sua peregrinação. Onde somos chamados a percorrer somos chamados a produzir frutos em nós para aqueles que querem viver a santidade. No Evangelho nos mostra Cristo que peregrina em sua cidade ao caminho do calvário peregrina com amor contribuindo o céu para nós.
Foi segundo essa reflexão que Frei Cláudio César Broca, do Convento Santo Antônio, do Rio de Janeiro (RJ), conduziu a novena das 15h. Seguindo os mesmos passos, o Cônego Marcos, Reitor do Santuário Nhá Chica, de Baependi (MG), presidiu a celebração da novena das 19h.
O Espírito Santo é o guia invisível que acompanha todo peregrino em sua jornada de fé. Assim como o vento que sopra e direciona o caminho, Ele age no coração do fiel, fortalecendo-o nas adversidades e inspirando-o a seguir em frente com coragem e esperança. No percurso da vida, o peregrino encontra desafios e incertezas, mas é pela ação do Espírito que ele recebe discernimento, sabedoria e força. A presença do Espírito Santo é constante, iluminando a mente e o coração para que o viajante espiritual não se desvie da verdade e da vontade de Deus. Em cada passo, o Espírito Santo é o consolo e a força que sustenta o peregrino rumo à sua meta final: a união plena com Deus.
5º dia
A humildade é o verdadeiro lugar do peregrino
Viver com mais humildade no nosso dia a dia, reconhecer nossos limites, enfrentar as adversidades e nos dispor a servir ao próximo com amor e dedicação.
Reconhecer a própria fragilidade e a necessidade de Deus. A humildade, no contexto espiritual, abre espaço para que o Senhor conduza a jornada de cada um de nós por este mundo. O peregrino humilde não se vangloria de suas conquistas, não busca destaque; ele simplesmente confia na providência divina e se deixa guiar por ela.
Na condição de peregrino, o caminho a percorrer em direção à salvação não é apenas físico, mas, sobretudo, de transformação interior. Na novena preparatória para a festa de Frei Galvão, durante a missa das 19h30, o Padre Paulinho, ordenado sacerdote há cinco meses, convidou os fiéis a se tornarem pequenos, a partir do tema “A humildade é o verdadeiro lugar do peregrino”.
O sacerdote convidou todos a refletirem sobre a importância da humildade na vida cristã e na caminhada espiritual. Em sua homilia, referindo-se ao Evangelho de Marcos 9,35, no qual Jesus destaca a postura de serviço e renúncia. “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos, o servo de todos!”. Ele aconselhou a não temermos o mistério da cruz, lembrando que esta simboliza não apenas dor e sacrifício, mas também amor incondicional.
Por fim, Padre Paulinho propôs uma reflexão pessoal. “Estaríamos dispostos a beber o cálice de Cristo? Esse desafio nos leva a pensar sobre nossa disposição em seguir o exemplo de Jesus, sendo sinais de fé, não importando o quanto possamos sofrer, pois a humildade é o caminho para o fortalecimento da nossa fé.
Frei Galvão, conhecido por sua vida de simplicidade e serviço aos outros, nos ensina que a humildade é essencial para viver uma fé autêntica. Quem se coloca em atitude de humildade se aproxima do verdadeiro propósito de nossa peregrinação: crescer na comunhão com Deus e com os irmãos. Fica para nós o principal questionamento da reflexão sobre o tema da humildade: estamos realmente dispostos a nos sacrificar, a servir os outros e a enfrentar nossos próprios sofrimentos com a mesma entrega de Cristo? A proposta é um chamado para viver a fé de maneira mais profunda e comprometida.
Diante disso, somos convidados a seguir o exemplo de Frei Galvão. Viver com mais humildade no nosso dia a dia, reconhecer nossos limites, enfrentar as adversidades e nos dispor a servir ao próximo com amor e dedicação. Esse é o verdadeiro caminho do peregrino cristão: um caminho de entrega, confiança e, principalmente, de transformação interior.
6º dia
O maior tesouro do peregrino é ser rico diante de Deus
No sexto dia da Novena em louvor a Santo Antônio de Sant’Anna Galvão fiéis foram convidados a refletirem sobre suas vidas envolvidas com a herança celeste, e não com as coisas que são devoradas pelas traças e ferrugem.
A celebração das 15h foi presidida por Dom Frei Luiz Flávio Cappio, de Rodeio (SC). E às 19h, a reflexão ficou sob os cuidados do Padre Ederson Iarochevski, de Friburgo, também em Santa Catarina.
“Era tão pobre que tudo o que tinha na vida era dinheiro”. A frase elucida bem o quanto a riqueza pode ser uma grande ilusão enquanto desacompanhada da generosidade. Por mais conforto que o dinheiro possa oferecer, é incapaz de preencher o vazio existencial ou dar sentido à vida. Neste contexto, qual é a verdadeira riqueza a ser considerada diante de Deus?
Padre Ederson falou sobre a importância de adquirir o verdadeiro tesouro do peregrino: ser rico diante de Deus. Para isto, fez questão de destacar que o acesso ao maior tesouro de Deus, o Reino dos céus, não se dá pelas nossas obras, mas pela infinita misericórdia divina.
Na perspectiva cristã, ser “rico diante de Deus” significa possuir uma vida cheia de virtudes, fé e compromisso com os ensinamentos divinos. Trata-se de cultivar um tesouro que não é mensurável em termos materiais, mas que se manifesta em uma relação autêntica com Deus na vivência do amor, da caridade e da misericórdia. “Onde a misericórdia de Deus se estabelece, ali se destina ao céu”, lembrou o Padre.
Ele disse ainda que a herança que vai permanecer é a herança da fé: “neste mundo temos a pretensão das riquezas que Jesus condenou. O próprio senhor vai dizer que não podemos servir a Deus e ao dinheiro”.
Como exemplo, citou a vida de Frei Galvão e de São Francisco, que, embora tenham tido origem em famílias ricas, optaram por renunciar às riquezas materiais e se dedicarem à fé. “A literatura atual diz que a mente brilhante é a que constrói riqueza. Algo que Francisco e Galvão poderiam ter tido. Mas a opção pela herança religiosa ambos se tornaram santos importantes para o mundo.”, explicou.
Por fim, citou o velório como uma das mais importantes catequeses para o aprimoramento espiritual do cristão ao dar a percepção de que “daqui não levamos nada”. “Olhando para a situação que se encontra naquele ambiente percebemos que a vida vale muito mais”, pontuou.
Diante da realidade da morte, fica evidente que a vida vale muito mais do que tudo o que se pode adquirir com dinheiro. O velório nos faz refletir sobre o que realmente permanece: os gestos de amor, as memórias que deixamos nos corações daqueles que nos cercam e a maneira como vivemos nossa fé e nossos valores. Ele nos recorda que o verdadeiro tesouro são as experiências que cultivamos, os relacionamentos que construímos e a nossa conexão com o divino.
Ao refletirmos sobre a inevitabilidade da morte, percebemos a importância de investir no que é eterno e duradouro como as virtudes, a compaixão e a busca pela santidade, em vez do que é passageiro. No velório, temos a oportunidade de perceber que para sermos “ricos diante de Deus” é preciso priorizar o que realmente tem valor espiritual, a fim de deixar como herança o legado de Paz e Bem.
7º Dia
A unidade integra todos a Jesus Cristo
O sétimo dia da novena celebrativa ao primeiro santo brasileiro também contou com a presença do Padre Ederson Iarochevski, na Santa Missa das 15h. Já a novena das 19h foi conduzida pelo Padre Omar Raposo, Reitor do Santuário Cristo Redentor, pertencente a Arquidiocese do Rio de Janeiro. A partir do tema: “A unidade integra todos a Jesus Cristo”, os devotos celebraram e louvam a unidade em Cristo e o amor ao próximo.
8º Dia
O peregrino conhece a vontade de Deus
Todo peregrino sente a presença de Deus em sua vida e sabe que o Pai nunca o desampara. “ O Senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens” (Lc 12,47).
Foi a partir do tema e das reflexões da quarta-feira, 23 de outubro, que os devotos de Frei Galvão lotaram o santuário para celebrar o santo. A novena das 15h, foi conduzida pelo Frei Vitório Mazzuco Filho, de Itatiba (SP). Já a Santa Missa das 19h, foi presidida pelo Frei Gabriel Dellandrea.
9º Dia
Peregrino da Caridade
Nesta quinta-feira, 24, último dia da novena em louvor a Santo Antônio de Sant’ Anna Galvão, a celebração das 15 será presidida por Padre Renan, do Seminário Arquidiocesano de Aparecida (SP). No período da noite, às 19, a condução será do Padre Marcos Aurélio, Reitor do Santuário do Divino Pai Eterno, de Trindade (GO). O tema será: “Peregrino da Caridade”.
Fonte: www.santuariofreigalvao.com