O diálogo dá sua tônica no segundo dia do Encontro da OFS e Assistentes da Província
08/09/2024
O segundo dia do 1º Encontro da OFS e Assistentes da Província foi profundamente marcado pelo diálogo. A celebração Eucarística no começo do dia foi presidida pelo Frei Vitorio Mazzuco Filho. Durante o dia, dois temas de grande relevância para as ordens franciscanas foram colocados em foco para se pensar alternativas e propostas de ação conjunta. São eles: o JPIC (Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação) e a Animação/Promoção Vocacional.
A celebração Eucarística votiva de Nossa Senhora do sábado trouxe para a reflexão a figura de Maria como modelo de escuta e de serviço. André Braga em uma reflexão dirigida aos participantes, André Carreiro Braga, ministro da fraternidade secular de Curitiba (PR), abordou o poder transformador do encontro com Jesus Cristo: “Ele transforma nossa vida como transformou a vida de Maria desde o seu ‘sim’, a vida de Isabel e a de João Batista desde o ventre” e concluiu provocando a todos a fazerem de suas vidas serviço e louvor como fez Maria no seu Magnificat.
A manhã do encontro foi toda voltada para partilhar a dimensão JPIC da Família Franciscana. Em um primeiro momento, Frei James Luiz Girardi fez uma breve apresentação acerca do organismo dentro da Ordem dos Frades Menores e a sua construção ao longo das últimas décadas. Além disso, Frei James pontuou algumas ações que a Província tem promovido nesse aspecto. Em sua reflexão, o frade ao falar da espiritualidade franciscana, pontuou: “No tempo de Francisco não havia degradação do meio ambiente como hoje. Muitos ainda pensam que a natureza deve ser explorada até a última gota. Por isso, precisamos ser atuantes para evitar a degradação, pois nenhuma criatura é insignificante e nem acessório, por todos devemos ser responsáveis. Francisco é uma pessoa de fé. Não é apenas um ambientalista ou um ativista, mas vê tudo do ponto de vista de Deus. Ele apresenta uma espiritualidade ecológica. Supera os modelos de domínio e de administração, assumindo o modelo familiar ou de parentesco, estando afetuosamente unido à toda Criação. Ama as criaturas por si mesmas, por também terem sido queridas por Deus. A ecologia tem de ser integral, por se referir à família única que Deus criou e por todos sermos irmãos e habitarmos na mesma Casa”.
Ainda pela manhã, Juliana Caroline Gonçalves Almeida, Animadora Fraterna Nacional da JUFRA, trouxe à reflexão o ponto de vista da Ordem Franciscana Secular acerca do JPIC. Em sua fala, Juliana trouxe artigos que compõem a forma de vida dos irmãos da OFS, “não professamos apenas alguns artigos, mas professamos todos eles” e recordou a importância de tratarmos desse assunto com seriedade e comprometimento. As frentes do JPIC são amplas, trabalham desde um serviço de conscientização sobre o uso da água, até assuntos mais complexos da nossa sociedade e que fazem parte desse campo da Justiça e Paz. Ao final de sua fala, a palestrante provocou as fraternidades presentes acerca de sua atuação nessa frente, “todas as fraternidades têm irmãos nomeados para esse serviço? Esse serviço é abraçado por todos na fraternidade?”.
Alguns presentes partilharam ações que já ocorrem em suas fraternidades e, para todos, ficou nítido que essas iniciativas devem brotar da criatividade e dos desafios locais. Antes do almoço, os participantes puderam se reunir em grupos mistos para discutirem propostas conjuntas do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação.
O período da tarde foi totalmente voltado para partilhar a realidade do Serviço de Animação Vocacional da OFM e a Promoção Vocacional da OFS. Frei Gabriel Dellandrea, que anima este serviço na Província, expôs em números o andamento desta missão e reiterou a importância de ter todos os frades integrados nesse serviço. Além disso, reforçou a parceria com a OFS, afirmando que ele também indica a Ordem Secular para alguns jovens que procuram a vida religiosa, sendo que, em alguns casos, esse é um caminho mais acertado.
Bernadete de Lourdes Franco Pereira, coordenadora nacional de formação da OFS, também expôs sua experiência nesse campo e a preocupação para que esse serviço não se resuma na animação apenas de novas vocações, mas que englobe todos os membros da Família Franciscana. Desde os iniciandos, até os que compõem o serviço fraterno de cuidado com os irmãos enfermos e idosos. “Nossa preocupação tem que ser com cada um dos membros da OFS, os irmãos passam por fases e precisamos ajudá-los a recuperar a animação dessa vida”. Em sua fala, frisou bastante que a OFS requer comprometimento, “não podemos abraçar muitas pastorais e esquecermos a nossa fraternidade, deixar em segundo plano aquilo que professamos”. A mesma dinâmica da manhã foi adotada para o fim da tarde e os grupos se reuniram novamente para se provocarem acerca da Animação Vocacional.
Ao final do dia, após o jantar, os grupos apresentaram as propostas levantadas e debateram a possibilidade da sua implementação. O espírito de escuta mútua perpassou todo o encontro e a dimensão fraterna foi sentida por todos, nos momentos de plenária e nos momentos descontraídos em torno à mesa.
Frei Gilberto Silveira da Costa Junior