Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas
08/02/2024
Escutar, sonhar e agir: Franciscanos atuam em ações contra formas de escravidão
Nesta quinta-feira (8), a Igreja celebra a festa de santa Josefina Bakhita, religiosa sudanesa que sofreu os impactos da escravidão. Nesta mesma data é celebrado o Dia Internacional de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas.
A data foi instituída em 2015 pelo Papa Francisco, como memória litúrgica e de compromisso, inspirado pela santa. Este ano o tema é o mesmo de 2023, com o propósito de dar continuidade à reflexão sobre o “Caminhar com dignidade: ESCUTAR, SONHAR e AGIR”.
A perda da liberdade por meio da escravidão é uma condição imposta a muitos filhos e filhas de Deus, um drama que marca a história da humanidade e ainda está presente na atualidade, quando também falamos de trabalhos análogo a escravidão, exploração sexual e tráfico de órgãos.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas) esse crime afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo e movimenta aproximadamente 32 bilhões de dólares por ano. Já o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Inspeção do Trabalho, aponta que no Brasil, mais de 1.970 pessoas foram vítimas de trabalho análogo à escravidão relacionados ao tráfico de seres humanos.
Durante a Audiência Geral do dia 20 de setembro de 2023, Papa Francisco salientou a importância de os cristãos combaterem todas as formas de escravidão, quando mencionou São Daniel Comboni, que desenvolveu seu apostolado na África. “A escravidão ‘coisifica’ o homem, cujo valor se reduz a ser útil a alguém ou a alguma coisa. Mas Jesus, Deus feito homem, elevou a dignidade de cada ser humano e desmascarou a falsidade da escravidão”.
A Organização das Nações Unidas (ONU), no Protocolo de Palermo (2003), define o tráfico de pessoas como atividade que envolve diversas formas de coação e exploração, como trabalho forçado, condições análogas à escravidão, servidão e exploração sexual.
Ações franciscanas
Diante dessa triste realidade que coisifica a figura humana, a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil atua em frentes que promovem a conscientização e a dignidade. Segundo Frei Marx Rodrigues dos Reis, diretor-secretário e responsável pela articulação política e eclesial do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), Coordenador da Frente de Solidariedade para com os Empobrecidos e Animador da Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), os franciscanos trabalham em algumas áreas como, por exemplo, a migração consciente por meio de Rede Franciscana de Migração. “Tentamos dar as informações adequadas para o migrante, para que ele possa conseguir migrar, sem cair na condição de atividade análoga à escravidão”.
Ele ainda explicou que no Sefras, os franciscanos estão à frente de trabalhos como a “Rede de promoção do trabalho decente”.“Divulgamos para o mundo e conversamos com os trabalhadores sobre suas condições e como eles podem sair de determinadas situações precárias. Nosso objetivo é banir esse tipo de ‘trabalho’, promovendo condições descentes”.
O Sefras também atua com uma rede de discussão sobre a questão da migração no CRAI (Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes), em São Paulo. Nesse espaço existe um núcleo pedagógico que discute as questões das pessoas migrantes.
Adriana Rabelo Rodrigues