Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

“Querido filho, querida filha, tu me amas?”, é a pergunta de Jesus no encerramento do Tríduo da Festa de Gaspar

01/07/2023

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Gaspar (SC) – Com o tema “Pedro, a rocha firme que inspira novas vocações”, terminou neste sábado (1/07) o Tríduo preparatório para a Festa de São Pedro Apóstolo, na cidade de Gaspar (SC). São 173 anos de devoção do povo gasparense àquele que é uma das colunas da Igreja. Frei Jhones Lucas Martins presidiu a Celebração Eucarística, às 19 horas, tendo como concelebrantes seus confrades Frei Pedro da Silva e Frei Aldolino Bankhardt.

Antigamente, o evento mobilizava a cidade. Passados mais de 173 anos, a festa se perpetua ao sabor de cada época, desde a primeira festinha na selvagem margem esquerda do rio Itajaí, quando no dia 29 de junho de 1850, o Patrono de Gaspar recebia sua pequena e fiel comunidade, assim como a partir da primeira festa na margem direita, no dia 29 de junho de 1867, onde se encontra hoje a atual Matriz.

A procissão inicial apresentou neste sábado as Comunidades Nossa Senhora de Fátima, Santa Paulina, Santa Terezinha e São João Batista, além das Pastorais e Movimentos.

Frei Jhones lembrou que esta Celebração é feita em forma de vigília para a grande solenidade deste domingo.

Na sua homilia, destacou que é um costume, não só dos judeus, mas de todos nós, que quando falamos o nome de uma pessoa, a gente fala o nome dela e a sua função. “Por exemplo, quando a gente fala: a Ana. Mas tem tantas Anas, então qual Ana? A Ana, filha da Rita, ou a Ana, a dentista. Então, algumas das vezes nós descrevemos situando qual é a sua missão”, explicou.

Segundo, percebemos que na Bíblia também isso acontece. “Quem é o Judas? Ah, o Iscariotes, aquele que traiu Jesus; qual Tiago? O Tiago filho de Alfeu; Tomé, que também era chamado de Dídimo; Maria, mas qual Maria? A Madalena, ou seja, a que veio da cidade de Magdala. E de modo não muito diferente acontece também com Pedro e com Paulo, pois como sabemos, Pedro antes de ser Pedro era Simão; e Paulo, antes de ser Paulo, era Saulo. São seus nomes, Pedro e Paulo, que estamos celebrando hoje. Simão e Saulo são seus nomes. Mas Pedro e Paulo são a missão”, esclareceu.

“Pedro é pedra, como nós já sabemos o significado. E o significado de Paulo é ‘pequeno diante de Deus’. Porém, o apelido desses dois, Simão e Saulo, trazem um sentido muito mais profundo que de outros apóstolos. Por quê? Porque quem deu estes apelidos a Simão e Saulo foi o próprio Deus. Trata-se de um sentido mais profundo”, recordou o celebrante.

Paulo – ressaltou Frei Jhones -, o pequeno diante de Deus, conforme nós ouvimos na segunda leitura, “mostra a sua pequenez dizendo: ‘O Evangelho pregado por mim não é meu, mas de Jesus Cristo’. Paulo é aquele pequeno de Deus, é aquele que se encolhe diante da grandeza de Deus. Paulo se esconde em Cristo. Por isso que ele diz em outra passagem: ‘Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim'”, recordou.

Frei Jhones continuou a leitura e lembrou que Saulo vai dizer que desde o ventre materno Deus já o havia preparado para esta missão. “Desde antes de Paulo ser Paulo, Deus chamou, primeiro, Saulo dentro do ventre materno, conforme ouvimos na primeira leitura. Saulo já tinha sido consagrado desde o ventre de sua mãe e todos nós nascemos também com o nosso próprio nome e Deus também já nos consagra no ventre da nossa mãe”, indicou.

“E, ao longo dos anos da nossa caminhada, nós também vamos recebendo alguns outros apelidos depois dessa consagração. Quem é a Anitta? É a da catequese. A Rosane dos Coroinhas. E assim vamos recebemos apelidos dentro da Igreja, descrições que vão nos ajudando a compreender qual é bem a nossa participação e a nossa missão dentro da Igreja. Até que chega um dia que nós queremos receber o melhor de todos os apelidos que não é dado por Deus: o apelido de santo. Queremos ser santos”, observou.

Mas segundo o pregador, de modo especial, hoje é dia de falar de São Pedro, o Padroeiro da Paróquia e da cidade. “Só que antes de ser São Pedro, ele era Simão, o primeiro discípulo de Jesus. Quando Jesus o chama, ele troca de nome justamente para marcar o início do chamado de Jesus aos demais apóstolos.  Ele foi tão importante por ser o primeiro, que Jesus então trocou seu nome e deu-lhe a grande missão de ser pedra. Afinal, ele era o primeiro”, enfatizou.

“Jesus olhou para Simão e Jesus olha para cada um de nós. Ele nos chama. Estamos no Ano Vocacional e todo esse Tríduo nós falamos sobre a questão vocacional. Quem é chamado é porque primeiro Jesus olhou. Primeiro Deus olhou e então Cristo chamou. Todos somos chamados a olhar para Jesus, afinal fomos olhados por Ele. E nós já sentimos o olhar de Cristo sobre nós, da mesma maneira que Pedro também sentiu neste chamado”, destacou. O tema desta Festa é “Com São Pedro inspirando vocações”, tendo como base o Ano Vocacional na Igreja do Brasil.

Ele terminou a sua homilia dizendo que que Simão/ Pedro e Saulo/Paulo foram olhados pelo amor de Deus. “Eles foram olhados por esse amor de Deus e este amor tocou tanto que eles trocaram de nomes”, assinalou.

“A Eucaristia é o mais próximo que podemos chegar de Cristo aqui na terra, segundo o Arcebispo Dom Fulton Sheen. Deste modo, ao olharmos para a Eucaristia, nós conseguimos sentir profundamente o olhar de Cristo na nossa vida. Todas as vezes que o sacerdote levanta a Eucaristia, e todos nós aqui dentro dessa igreja olhamos para esta Eucaristia, é o próprio Jesus dizendo para cada um de nós: ‘Querido filho, querida filha, tu me amas?’ E qual é a tua resposta? A cada vez que se levanta a Eucaristia essa pergunta que foi feita a Pedro é feita a nós. E aí nós respondemos com aquilo que é a nossa missão: sendo um bom pai, uma boa mãe, um bom batizado, um bom frei, uma boa irmã, um bom catequista e aí vamos respondendo a partir daquilo que nós somos. Até o dia quando chegarmos, como diz São Paulo, à coroa da vitória”, concluiu.

MISSA DA CATEQUESE

Na tarde deste sábado (01), a Igreja Matriz São Pedro Apóstolo ficou lotada para a Missa da Catequese. Crianças, adolescentes, catequistas e a comunidade celebraram juntos o Padroeiro. O som que ressoava na voz do povo ao cantar a proposta: “Quem é que vai nesta barca de Jesus? Quem é que vai?”, deu o tom e a beleza da celebração.

O pároco, Frei Pedro da Silva, presidiu a Celebração Eucarística e acolheu, antes do início da celebração, com muita alegria, todas as crianças, catequistas, pais e familiares que vieram celebrar juntos em mais este dia de festa.

Na festa popular, a programação começou cedo. No café da manhã já se podia saborear as delícias da festa: sonho, bolo, pastel e café. Já às 11h, o tradicional churrasco e o completo serviço de bar e cozinha começaram a ser vendidos. Às 17h, juntou-se ao churrasco a roda da fortuna, pescaria, pinhão e bingo. E às 20h, começou a roda dos animais.

Neste domingo, às 9 horas, a Missa Solene será presidida pelo Definidor Provincial, Frei Daniel Dellandrea, e terá a presença do Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella. “Ambos já foram pregadores em outras festas nesta Paróquia”, lembrou Frei Pedro.

No final do Tríduo, o pároco fez um agradecimento a todo povo gasparense, às lideranças, movimentos, pastorais, entidades, serviços, enfim todas as pessoas de boa vontade, que se envolveram tanto na parte litúrgica como na parte recreativa. “Somente podemos dizer: ‘Deus lhes pague!'”


Pascom da Paróquia São Pedro (Vicente Freitas Costa, Romário Alves e Moacir Beggo)