Pe. Osmar: “É necessário um coração amoroso para reconhecer Jesus”
09/04/2021
Vila Velha (ES) – No sexto dia do Oitavário da Festa da Penha (9/4), a liturgia nos convida a olhar além, ampliar os horizontes, ter um novo jeito de evangelização e convocação. Foi esta a proposta deixada pelo Pe. Osmar de Oliveira Braido na sua homilia durante a Celebração Eucarística, às 16 horas, que foi presidida pelo Pe. Celso Porto Nogueira, os dois da Paróquia São Francisco de Assis, em Vitória (ES). A bela capela do Convento acolheu os sacerdotes da Região Pastoral de Vitória e da Fraternidade do Convento. Os fiéis devotos de Nossa Senhora das Alegrias, acompanharam a Missa, com o tema o “Olhar Missionário, pelas mídias sociais.
Segundo o pregador, no Evangelho (Jo 21,1-14), Jesus aparece aos seus discípulos, desta vez junto ao lago de Tiberíades. “Agora é outro momento e Jesus está próximo esperando à margem. E Cristo pede: ‘lancem a rede à direita’. E o que significa esse mandamento? Simplesmente e absolutamente, Cristo quer que sigam a sua Palavra. Não podemos agir apenas pelas nossas próprias paixões e razões. É preciso escutar a voz de Deus, ter discernimento para evangelizar de um modo novo, de uma nova forma”, considerou Pe. Osmar.
“Talvez tenha alguém atrás da tela se perguntando: ‘Tá padre, então me diga qual é esse novo jeito de evangelizar’. Digo para você que o conteúdo eu sei: anunciar Jesus Cristo. As formas, elas são diversas e são elas que precisamos estar atentos. Escutar a voz de Deus para esta evangelização nova. Talvez seja esse o movimento que precisa nascer entre nós: O da escuta a Deus”, acrescentou.
Segundo Pe. Osmar, há mais de dois mil anos, a Igreja diz: “O Senhor esteja convosco” e nós respondemos: “Ele está no meio de nós”. “E muitas vezes ele passa despercebido e nós não escutamos a sua voz. Jesus estava na margem do lago de Tiberíades, mas os discípulos não viram. Estava ali o tempo inteiro. Se dissemos que ele está no meio de nós, como nós respondemos isso? Por apenas expressão do rito ou porque de fato nós sentimos a presença dele no meio de nós”, questionou.
Pe. Osmar explicou que não se diz “lançar as redes”, mas “lancem a rede”, no singular. “Rede significa união, não dá para cada um lançar a rede de qualquer lugar. Tem que ser unido. Tem que ser numa só força. Tem que ser de dentro da mesma barca”, ensinou.
Portanto, é necessário um coração amoroso, um coração singelo, pacífico, para reconhecer Jesus. “Estamos numa mudança de época como sempre diz nosso querido Papa Francisco. Povo de Deus, hoje, com toda essa questão de isolamento, nós estamos aproveitando para escutar a Deus? Ou estamos irritados com tanto silêncio? Dentro de nossas casas, com nossos filhos, paramos para ouvir Deus diante da Palavra de Deus, da Sagrada Escritura, catequizando nossos filhos, fazendo ali essa Igreja doméstica, construindo o coração de nossos filhos?”, enfatizou.
O pregador insiste que para em meio às decepções da vida, é preciso escutar a voz do Mestre. “Quando os discípulos lançam a rede não são capazes de puxar a barca de quão pesada era a rede. Então, se ouvirmos sua voz, vamos arrebanhar multidões para a Igreja. E é preciso lançar a rede no outro lado. Nada mais nada menos Cristo está dizendo assim: parem de lançar a rede e de pescar como estavam pescando antes. Lancem de uma outra forma. Peguem os peixes de uma outra forma. E aqui fica uma pergunta para nós: Como tem sido o modo de lançar no coração das pessoas a palavra de Deus? E isso é para todos os cristãos. Se temos um modelo próprio não estaria, talvez, na hora de modificarmos como isso é feito, pois não cabe mais? É necessário um novo modo de evangelização. Precisamos quebrar estruturas engessadas, abrir novos horizontes, ter uma visão profética. Vejam os discípulos, eram pescadores experientes. Mas não enxergaram onde estavam os peixes”, avaliou.
“É necessário escutar a voz”, insistiu o pregador. “Sentir o hálito da vida sussurrar no ouvido e seguir sua palavra. Estão a cem metros da margem e isso nos ajuda a refletir que nem precisamos ir muito longe. Façamos todos os protocolos necessários para não se infectar com a Covid-19, mas não deixem de evangelizar. Usem da criatividade. Uma delas são as mídias sociais”, propôs. “Basta fazer um simples movimento ao contrário para a rede ficar cheia.
Sozinhos, sem Deus, não conseguimos”, concluiu pedindo a proteção de Nossa Senhora.
Por último, Frei Pedro Oliveira lembrou que o sétimo dia do Oitavário da Festa da Penha, neste 10 de abril, começa com a Bênção do dia pela TV Gazeta. Ao meio-dia, o público será convidado a uma grande corrente de oração através do Terço Franciscano, que será transmitido ao vivo nas redes do Convento da Penha. A primeira Missa do Oitavário, às 16 horas, será presidida por Pe. Rodrigo, da Área Pastoral Serrana.
Às 20 horas, será realizada a Romaria das Famílias. Devido à necessidade de manter o distanciamento, a imagem de Nossa Senhora sairá do Convento da Penha para ir ao encontro dos fiéis devotos da Virgem da Penha, percorrendo as ruas e avenidas da Grande Vitória. Se não tivesse a pandemia, neste sábado aconteceria a tradicional Romaria dos Homens, o maior evento da Festa da Penha.
Moacir Beggo