Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Falece Frei Felipe G. Alves aos 88 anos

16/02/2021

Notícias

*29/04/1932 +16/02/2021

Faleceu, na manhã desta terça-feira, dia 16 de fevereiro de 2021, no Hospital Policlínica, em Pato Branco, PR, Frei Felipe Gabriel Alves, carinhosamente conhecido como “Frei Felipinho”, aos 88 anos, vítima de complicações da Covid 19. De acordo com relato do guardião da Fraternidade São Pedro Apóstolo, Frei Neuri Francisco Reinisch, na manhã do dia 12, Frei Felipe começou a apresentar baixa saturação de oxigênio no sangue e, ao meio dia, também passou a ter febre. Diante dos sintomas, com recomendação médica, os frades e colaboradores mais próximos fizeram o teste para detecção do novo coronavírus e passaram a ficar isolados. Na Fraternidade, testaram positivo Frei Neuri e Frei Felipe. Por conta da idade avançada e por outras fragilidades na saúde, Frei Felipe foi internado na Policlínica para suplementação de oxigênio, administração de medicamentos e acompanhamento médico. De acordo com a equipe médica, embora clinicamente evoluísse bem, mantendo-se lúcido, responsivo e se alimentando bem, uma tomografia realizada ontem, dia 15, durante o dia, revelou importante avanço da infecção, tomando já quase 70% de ambos os pulmões, o que inspirava cuidados e grande preocupação. Durante a noite, teve duas paradas cardiorrespiratórias e, com o agravamento do quadro, Frei Felipe não resistiu, vindo a falecer no início da manhã de hoje.

Estava há mais de 17 anos em Pato Branco, onde serviu com alegria à causa do Evangelho, especialmente através de suas participações no Rádio e na TV. Sempre entusiasmado e alegre, abraçava com amor e dedicação cada tarefa a ele dedicada. Tinha especial atenção pelas crianças – em todos os programas tinha um recado especial para elas – e era correspondido por elas com carinho e afeto. Que o Senhor o acolha na alegria da eternidade, que Frei Felipinho, mesmo com suas lutas e limitações, procurou testemunhar com a própria vida.

Por conta de restrições sanitárias, não haverá velório, mas a celebração de uma missa sem público e transmitida pela TV e pelas redes, hoje, às 10h, seguida pelo sepultamento, no Jazigo dos Frades, em Pato Branco, PR.

Dados pessoais, formação e atividades
29/04/1932 – Nascimento em Santa Rita de Caldas, MG (88 anos).
1944-1947 – Ingresso e estudos no Seminário de Guaratinguetá, SP.
1948-1949 – Seminário São Luís de Tolosa, Rio Negro, PR.
1950-1952 – Seminário Santo Antônio, Agudos, SP.
04/01/1953 – Ingresso no Noviciado Franciscano em Rodeio, SC.
05/01/1954 – Primeira Profissão na Ordem dos Frades Menores (67 anos de Vida Religiosa).
1954-1955 – Estudos de Filosofia, em Curitiba, PR.
1956-1959 – Estudos de Teologia, em Petrópolis, PR.
05/01/1957 – Profissão Solene.
16/12/1957 – Ordenação Diaconal.
03/01/1959 – Ordenação Presbiteral (62 anos de Sacerdócio).
01/02/1960 – Fraternidade Santo Antônio, Rio de Janeiro, RJ – Curso de Pastoral.

Atividades na Evangelização
27/11/1960 – São Lourenço, MG.
15/01/1965 – Cabo Frio, RJ.
21/12/1968 – Santo Antônio do Pari, São Paulo, SP.
31/12/1969 – Brooklin, São Paulo, SP (Pequena Comunidade Experimental).
06/05/1971 – São Lourenço, MG, Coadjutor.
03/02/1976 – Petrópolis, RJ, Cooperador.
20/12/1976 – Lajes, SC, Cooperador e atendente conventual.
08/10/1987 – Santos, SP, Atendente conventual.
23/05/1989 – Convento São Francisco, São Paulo, SP, Vigário Paroquial.
07/11/2003 – Pato Branco, PR, Vigário paroquial e a serviço da Comunicação.

O frade menor

Nascido a 29 de abril de 1932, em Santa Rita da Caldas, no Sul de Minas Gerais, foi o penúltimo filho de uma família de 15 irmãos (uma irmã faleceu antes de seu nascimento). Criado em berço católico, manteve durante toda a sua vida verdadeira veneração pelo Servo de Deus Padre Alderígi Maria Torriani, de quem foi coroinha em sua terra natal. Era apaixonado divulgador da vida e das virtudes deste sacerdote, sobre quem escreveu três livros. Por cento tempo, prestou importante serviço à Renovação Carismática Católica.

De personalidade forte e expansiva, Frei Felipinho era muito comunicativo e tinha o dom da escrita e da palavra, e, por muitos anos, participou de programas em diferentes emissoras de rádio e TV no Brasil. Só no Programa do Jô Soares, foi entrevistado por sete vezes. Desde 2003 em Pato Branco, também se empenhou com carinho e alegria na produção de conteúdo para as emissoras de rádio e TV da Fundação Cultural Celinauta. Era inquieto e perfeccionista, sempre interessado em aprender. Também se destacou na confecção de novenas, foram 15, ao todo, para as mais variadas causas, entre elas: “Novena para superar todo e qualquer medo”, “Novena para quem procura um lindo casamento”, “Novena para se livrar da insônia” etc.

A seguir, algumas palavras do próprio Frei Felipe, retiradas de sua ficha autobiográfica preenchida em 2014:

Autorretrato

“Fui educado com muito carinho e amor, cercado todo dia por sete mulheres: minha mãe e mais seis irmãs (não sete irmãs, pois uma já tinha falecido antes de eu nascer). Ninguém podia brigar comigo, pois já apareciam seis para me defender. Não só minha mãe, mas meu pai também soube me encher de ternura, indo além de minhas expectativas. Meus irmãos que vieram antes de mim me influenciaram pouco, pois viviam cuidando das plantações e do gado. Tudo isso fez com que eu crescesse com um bom coração, pronto para amar e fazer os outros felizes. Fez com que eu me tornasse alguém de grande sensibilidade, capaz de sintonizar-me com a dor e a felicidade dos que me cercam. Mais ainda, fez com que eu, na linha da comunicação, soubesse me sintonizar intensamente com toda a assembleia. Sinto-me feliz em ter um gênio alegre e comunicativo. Tudo isso me abre caminho para levar adiante os meus ideais”.

Brincadeiras na infância
“Uma das brincadeiras prediletas de minhas irmãs era fazer procissão em nosso quintal. Sabe qual era o santo que ia no andor? O Felipinho, de carne e osso, dentro de um cesto todo enfeitado”.

Vocação e primeira reação do pai
“Papai não queria de jeito nenhum que eu fosse para o seminário. ‘Prefiro ver meu filho morto a ser padre’. Mas, no fim, deixou-me ir embora, muito a contragosto. Mais tarde, ele se entusiasmou com os fatos e o mais bonito foi que as Bodas de Ouro de Casamento de meus pais coincidiu com as minhas primícias [Primeira Missa] , estando então presentes todos os filhos, entre eles duas freiras e um irmão leigo redentorista”.

O amor de Deus
“A certeza de que o amor de Deus é tão grande que chegou a sacrificar seu próprio Filho, para que eu fosse salvo. Ora, se Deus cuida até dos passarinhos, tudo vai dar certo em minha vida, pois Ele é meu Pai e Ele me ama”.

R.I.P

Da Secretaria Provincial