Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Franciscanas Catequistas celebram 106 anos de fundação

15/01/2021

Notícias

Rodeio (SC) – Em mensagem no site da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, Ir. Marlene Chiudini, da Província Santa Clara de Assis, em Rio do Sul (SC), em nome da coordenação geral, celebra os 106 anos de fundação da Congregação, na cidade de Rodeio (SC).

“Por tudo damos graças e reconhecemos sua presença vivificadora em nossa vida e missão. Gratas pelas alegrias, conquistas, tentativas, recomeços, parcerias, abertura e disposição em continuar escrevendo esta história, que deixou e deixa marcas profundas na vida de tantas comunidades, grupos e pessoas. É Deus conduzindo nossos passos”, diz a mensagem.

A Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas nasceu em Rodeio (SC), em 1915, para responder à necessidade de educação e catequese nas escolas paroquiais, frequentadas pelos filhos e filhas dos imigrantes italianos.

No início do século XX, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina – Brasil, muitas escolas eram mantidas pelas comunidades, sob a responsabilidade do pároco local. Mas começou a surgir um grande problema. Os professores, vindos com a imigração de 1875, estavam deixando seu posto e não havia quem os substituísse.

Para suprir à falta de mestres, Frei Polycarpo Schuen, pároco de Rodeio, após ter conversado com Frei Modestino Oecktering, dirigiu-se às moças da Pia União das Filhas de Maria e da Ordem Franciscana Secular. O apelo teve resposta. Primeiro Amábile Avosani, depois Maria Avosani e Liduína Venturi, apresentaram-se para atender às escolas da paróquia.

“Gratidão a Deus, que tomou a iniciativa e chamou Amábile, Maria e Liduina e as acompanhou e conduziu neste movimento de descida e inserção junto aos mais necessitados. Gratidão a cada irmã catequista que se colocou a caminho e acreditou nesta proposta. Gratidão a tantas pessoas, grupos, entidades e comunidades que nos estenderam as mãos e entraram na ciranda da evangelização, na vivência do Carisma, de diferentes formas, abrindo novos horizontes e possibilidades”, recorda Ir. Marlene na mensagem.

No dia 14 de janeiro de 1915, na Igreja de São Virgílio, próximo a Rodeio, as três jovens manifestaram a Frei Polycarpo a disposição de se consagrar ao Senhor e permanecer para sempre no serviço que tinham assumido. Outras jovens, animadas pelo mesmo ideal de vida, uniram-se às três primeiras e logo o grupo cresceu. Duas a duas, viviam nas comunidades do interior da paróquia. Dedicavam-se ao magistério escolar e à catequese, realizavam as tarefas domésticas, cuidavam da capela e organizavam as orações. Completavam o dia com trabalhos hortigranjeiros. A casa, pequena e pobre, era simples como a casa dos colonos. As “Mestras”, como eram chamadas, viviam do jeito do povo simples do meio rural. O bispo de Florianópolis, Dom Joaquim Domingues de Oliveira, aprovou o grupo dando-lhe o nome de “Companhia das Catequistas”.

Nos primeiros tempos, as Catequistas tiveram o apoio das Irmãs da Divina Providência, especialmente através de Irmã Clemência Beninca e Irmã Ambrosina Van Beck, que as orientaram no serviço da educação. Na década de 1930, as escolas paroquiais foram assumidas pelo Estado. As Catequistas, completados os estudos exigidos, tornaram-se professoras de escolas públicas, característica conservada ainda hoje.

A Companhia se desenvolveu e foi para outros Estados e regiões missionárias, ultrapassando também as fronteiras do Brasil. Hoje são seis províncias, com fraternidades em 22 Estados do Brasil e no Distrito Federal, e em nove países. Desde a década de 1940, as “Mestras” começaram a ser chamadas também de “Irmãs”. Em 1958, fazendo justiça à origem franciscana do grupo, o nome foi completado e reconhecido oficialmente: “Irmãs Catequistas Franciscanas”.

Atualmente, o governo da Congregação, eleito para o sexênio 2019-2024, tem no serviço de ministra geral a Irmã Ana Pereira de Macedo, da Província Santa Teresa do Menino Jesus, atualmente residindo em Dourados – MS. Para o Conselho Geral foram eleitas as irmãs: Marlene Chiudini, da Província Santa Clara de Assis, em Rio do Sul – SC; Marlene dos Santos, da Província São Francisco de Assis, de Morro do Chapéu – BA; Rosali Inês Paloschi, da Província Imaculado Coração de Maria, São Paulo – SP e Laura Vicuña Pereira Manso, da Província Amábile Avosani, de Porto Velho – RO.

“O ano de 2020 nos surpreendeu com muitos desafios e imensos sofrimentos, para toda a humanidade e para o Planeta, e nos trouxe insegurança, medo e muitas incertezas. Fomos provocadas a reinventar caminhos, buscar meios não conhecidos por nós, o que nos desafiou muito. Mais de uma vez escutamos forte a voz do Mestre a nos dizer: ‘Não tenham medo! Eu estou com vocês’. E a voz de Clara nos chamando para não perdermos de vista o ponto de partida e não nos determos no caminho, mas avançar confiantes, alegres e decididas. Irmãs, a história da Congregação está em nossas mãos. Vamos construí-la com os coloridos de hoje. Muitos caminhos estão se abrindo, e a circularidade entre nós já está dando sinais de vida nova. O caminho é longo e a estrada desafia. E nós vamos acertando o passo, no compasso do grupo. E como nos diz a música, caminhamos na certeza de que o amanhã virá, trazendo um novo sol. A esperança, quando se transforma em atitude e se mistura com a fé, nos coloca a caminho, dá asas para prosseguir, mesmo quando os desafios parecem intransponíveis. Quando contemplamos o movimento da encarnação de Deus na história, sentimos sua presença amorosa a nos convidar para fazermos o mesmo movimento, tomando o caminho da descida, do fazer-se simples, pobre, irmã menor; convidando a reconhecer sua presença nas diferentes realidades e no florescimento de vocações, de diferentes povos e culturas. Essa diversidade cultural traz novos traços para o rosto da congregação e, ao mesmo tempo, encanta e desafia. O mundo precisa de esperança, de comprometimento com o cuidado e a justiça social. Tudo está unido e interligado, e cada uma pode desempenhar a sua parte onde quer que esteja. Não devemos “extinguir o Espírito” que temos dentro de nós, e que nos leva a acreditar que é possível fazer o Reino de Deus acontecer. Sigamos confiantes e agradecidas, na certeza de que a Divina Ruah sempre nos precede, abre caminhos e nos acompanha”, exortou Ir. Marlene Chiudini, pela coordenação geral.