Mensagem de Páscoa do Custódio da Terra Santa
13/04/2020
Anuncie que a morte foi vencida, para sempre!
Estamos dentro da Basílica do Santo Sepulcro, a alguns passos daqui, está o túmulo vazio, onde o corpo de Jesus foi sepultado na noite da Sexta-feira Santa e, a poucos metros, mais acima, está o Calvário, onde algumas horas antes Jesus foi crucificado e morto.
Se através da imaginação voltarmos no tempo para a manhã de Páscoa, no lugar da basílica, veremos uma pedreira abandonada, um sepulcro novo escavado na rocha e uma grande pedra redonda que foi rolada. Aqui, onde estou, em vez do piso de mármore, veremos a grama verde da primavera, talvez até algumas árvores floridas.
É aqui, que na manhã da Páscoa, quando ainda era madrugada escura, Maria Madalena veio completar o sepultamento de Jesus. Imagino seus pés banhados em orvalho, enquanto se aproxima do Sepulcro. A luz do sol ainda não surgira, mas no instante da aurora, começa-se a distinguir o contorno das coisas.
O túmulo está vazio. Jesus não tinha apenas sido morto, mas alguém também o fez desaparecer. Maria olha para dentro do sepulcro, mas não vê ninguém, apenas um lençol afrouxado e vazio. Lhe falta o ar. Torna ao externo e começa a chorar, não pode sequer honrar o corpo de Jesus, que a libertou de sete demônios e lhe restituiu a vida.
Nas sombras do jardim, ela vê a silhueta de um homem que se aproxima e pergunta: ”Mulher, por que você está chorando?
Quem você está procurando?” No timbre daquela voz, há o eco de uma voz impressa na memória de seu coração. Porém, ela não consegue pensar em nada além de um jardineiro. Quando, no entanto, aquela voz novamente se torna palavra e pronuncia seu nome: ”Maria!”, Ela imediatamente o reconhece: “Rabino, que significa Mestre!”.
Ela gostaria de tocá-lo por receio que fosse uma ilusão, uma alucinação ou um fantasma. Em vez disso, é Ele próprio, Jesus, ressuscitado e vivo, que lhe diz: “Não me toques, mas vá até os meus irmãos e diga-lhes que me encontrou! Diga-lhes que estou vivo! Diga-lhes que meu túmulo está vazio! Diga-lhes que a morte foi vencida, para sempre!”.
Aqui, neste lugar, diante desta cena, compreendo que a esperança não é a projeção dos meus desejos, mas é Jesus Ressuscitado que venceu a morte.
Fr. Francesco Patton, ofm ,
Custódio da Terra Santa